LETRA, a cerveja artesanal portuguesa que vem do Minho
Da A à G, há muito para descobrir nesta cerveja nacional que quer conquistar até quem diz que não gosta desta bebida. Em tempo de esplanadas e longas tardes na varanda, damos a conhecer a marca de dois amigos engenheiros.
Nada fazia prever que Filipe Macieira e Francisco Pereira, dois colegas do curso de Engenharia Biológica, ramo de Tecnologia Alimentar, na Universidade do Minho, se fossem dedicar à produção artesanal de cerveja. Ao fim de uma década, contam com uma marca sólida, portuguesa, repleta de edições originais e deliciosas. Fomos fazer um pairing com os bestsellers e as novidades ao restaurante Taberna do Calhau, do chef Leopoldo Garcia.
Ambos apaixonados pela indústria cervejeira, foi no Minho, mais propriamente em Vila Verde, perto de Braga, que Filipe e Francisco escolheram fixar o terroir que dá vida a uma cerveja artesanal, gastronómica e pensada para agradar a gregos e troianos.
Porquê LETRA? Ainda estamos à porta do restaurante quando a pergunta é feita. Cada LETRA corresponde a um estilo de cerveja diferente: a LETRA A refere-se a uma Blonde Ale, a B a uma Bohemian Pilsner, a C a uma Oatmeal Stout, a D a uma Red Ale, a E a uma Belgian Dark Strong Ale, a F a uma American India Pale Ale (a mais vendida) e a G a uma Imperial Stout. As letras também vão por intensidade: a A é a menos intensa e a G a mais intensa e desafiante. "Se fizermos uma prova que começa na LETRA A e termina na LETRA G vamos percorrer, do ponto de vista sensorial, uma boa parte do que uma cerveja artesanal pode oferecer em termos de estilo", diz Francisco Pereira.
A marca conseguiu, assim, criar um conjunto de cervejas muito diferentes entre si, tanto ao nível dos sabores como dos públicos-alvo. Aos poucos, tal como os belgas, os portugueses começam a descobrir as maravilhas da cerveja artesanal. Por exemplo, a A é uma cerveja consensual, é considerada macia, loura e o toque aveludado da espuma faz com que seja uma das preferidas. O chef Leopoldo escolheu uns croquetes de pato com mostarda para este duo, a forma perfeita de abrir a degustação. No caso da LETRA G, uma Imperial Stout, o chef serviu carapau, cerveja preta e azeitona, um dos pratos mais bem conseguidos neste duo, sendo que a cerveja preta usada tem 10,5%. Sentimos de facto a sua potência, no prato e no palato.
Um dos prato servidos com a LETRA F - espargos, fricassé e zeist de laranja – revelou-se uma combinação bombástica, uma vez que esta cerveja American India Pale Ale combina a doçura do malte com o amargo do lúpulo.
Para nós, uma das mais surpreendentes é a D: a Red Ale, avermelhada e com notas de fruta tropical como manga ou maracujá, perfeita para os primeiros fins de tarde de primavera.
Duas surpresas: a LETRA TONKA, uma Imperial Pastry Stout (IPT) em lata, com fava tonka. Aqui, acompanhou um arroz de fumeiro "ou mesmo uma cabidela", como lhe chama o chef. Uma proposta muito distinta, que faz parte da coleção Minho Perspectives. Depois, também a Dark Oak Sour, da coleção especial On Oak, se distinguiu pela sua autenticidade. Pode não ser consensual, mas faz-nos repensar o ideal de cerveja: embalada como um espumante, é maturada numa barrica de vinho do Porto e feita com água do Minho, maltes de cevada e trigo, lúpulo e levedura. Acompanhou belissimamente com a sobremesa de cebola e caramelo, tão insólita quanto o elixir.
A marca está disponível em pontos de revenda estratégicos e em https://cervejaletra.pt/.
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