Como o Izakaya mudou as regras de jantar fora em Cascais
O japonês tem cumprido aquilo a que se propôs desde o verão passado, aquando da sua inauguração: dar conhecer a experiência da verdadeira típica tasca japonesa, com ajuda do chef executivo Tiago Penão, que já tinha feito o Kappo brilhar. Por sinal, não vimos nem metade. Fixe o nome.
O Izakaya é pura vibração. Tem um ritmo e energia difíceis de pôr em palavras, numa sincronia que começa na rua e se estende à cozinha aberta. Naquela noite, somos a segunda rodada de clientes. Depois de nós, houve outra ainda, com os 17 lugares ao balcão ocupados uma vez mais. É dia de semana, notamos.
Apesar do típico cliente português deixar as aventuras gastronómicas para o fim de semana, seja para almoços ou jantares, no Japão a lógica é diferente. Os isakayas existem há muito para proporcionar um local de encontro social, depois do trabalho, onde se possa beber mas também petiscar – um acrescento mais recente, já que os efeitos da bebida se faziam sentir fortes no dia seguinte, é-nos explicado. Em paralelo, seria algo semelhante aos bares portugueses ou aos pubs ingleses, mas com um twist.
No número 180 da rua do poço, o espaço é industrializado e apertado e quem não cabe imediatamente ao balcão, fica de pé ou começa com um copo na rua. A música em volume alto parece sincronizar-se com os néons vermelhos e as fortes luzes amarelas, há fumo e muito streetstyle com um staff ocupado e simultaneamente muito atento, usando bonés ao contrário, tatuagens e t-shirts com ilustrações, a mostrar que estamos num sítio com hype.
Não é à toa que o Izakaya foi apelidado de "irmão rebelde" do Kappo, o fine dining de cozinha tradicional japonesa dos mesmos sócios. De facto, este duo na restauração veio contribuir e muito para o boost que a vila de Cascais tem sofrido no último ano com variadas e boas propostas gastronómicas a surgirem a cada viela. Recorda-se do Emma na praia da Conceição, de que lhe falámos aqui? E a Lota da Esquina de Vítor Sobral na marina? De repente Cascais é poderio, muito também por culpa de Tiago Penão. O chef de 34 anos cresceu junto ao mar, com o surf e a família muito presentes e assim se mantém. Aos 16 começou nos tachos e panelas, como refere, e seguiu com passagens no estrelado Pakta em Barcelona, mas também no Midori ou na Cevicheria. Não esconde a determinação em se diferenciar, a necessidade da constante aprendizagem e a ambição de alcançar muito mais.
Naquela quinta-feira, quem nos acompanha ao balcão é o irmão Isaac Jorge, também chef, a compor a equipa Izakaya. Fala connosco por cima do hip hop e detalha cada prato com pormenor, sem se tornar exaustivo. De facto, há muito para fazer e a cozinha não para um minuto. A lógica foi mesmo essa, imergir o cliente na experiência completa, inclusive no ritmo frenético, mas também aproximá-lo o mais possível da cultura nipónica e no caso, do próprio staff.
Segue-se desfile de petiscos e pratos distintos, em competição simultânea, e que no final nos deixa com a sensação de reconforto. O ideal mesmo é partilhar e pedir vários. Sugerimos as ostras ponzo e limão kosho (€12), mas também as guiozas de rabo de boi (€10), se não quiser seguir pelas mais tradicionais de frango, que também as há (€8), de fato nada aqui é tradicional, pelo menos nos nossos parâmetros. Os edamames (€5,50) qual tremoços e as ameijoas asari no sakamushi (€18) seguem. Depois menção para a beringela recheada no forno com molho dengaku à base de miso e servida com cebolo e sementes de sésamo, nasu dengaku (€7,5) e dois dos preferidos até hoje, a yaki ika (€19), uma lula fresca da costa grelhada e apresentada com beurre monté de miso, vinagre vermelho e lima, deliciosamente cremosa e a típica katsusando (€16), uma sandes com cachaço de porco preto panado em panko maionese japonesa e couve chinesa, decadente. Nas sobremesas há duas opções e mais não desvendamos, contudo peça para ver a máquina do gelado. A carta é vasta, mas o melhor mesmo, pelo menos numa primeira vez, é deixar-se às mãos do chef com o menu omakase (a partir de €65, sem wine pairing).
Quanto à garrafeira, parte fulcral de todo o cenário, há várias opções de saké, claro, tanto em copo como garrafa, mas também cerveja de arroz artesanal e uma seleção pensada de vinhos portugueses: tinto, branco ou rosé, sobretudo se não quiser ousar muito nas bebidas. A kimchi margarita (€15) e o tokyo mule (€12) surgem como clássicos reinterpretados da mixologia, num espaço onde as possibilidades não se esgotam nunca.
Onde? Rua do Poço Novo 180, Cascais. Quando? Das 12h30 às 15h00 e das 19h00 à 00h00 de terça-feira a quinta-feira e das 12h30 às 15h00 e das 19h00 às 02h00 de sexta-feira a domingo. Contacto: 214 045 106
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