Pela primeira vez no Alentejo, os vinhos da casa Costa Boal vão conquistando terreno
António Costa Boal lançou os seus primeiros vinhos alentejanos, depois de anos a produzir em Trás-os-Montes e no Douro. Mas o crescimento não é um assunto encerrado.

Depois de Trás-os-Montes e do Douro, a Costa Boal Family Estates avançou para o Alentejo, mas não deve ficar por aí. O CEO da empresa, António Costa Boal, confirmou que já esteve interessado na região dos Vinhos Verdes. Não quis adiantar a estratégia, mas foi dizendo que expandir para outras regiões "está em cima da mesa e talvez até para fora do país".

Apesar de ter adquirido a propriedade em 2020, esta semana, a Costa Boal lançou pela primeira vez os seus vinhos do Alentejo oriundos uma propriedade em Estremoz, a Herdade dos Cardeais, com cerca de 10 hectares de vinha e uma adega. O empresário conta que teve "várias propostas para comprar áreas e adegas maiores, mas surgiu esta mais pequena, com vinha já instalada, com cerca de 20, 25 anos, com algum stock e adega apetrechada". Convidou Paulo Nunes, o responsável de enologia da casa, a visitar o local e decidiram avançar para a compra. António Costa Boal explica que o terroir entre Estremoz e Sousel tem características únicas de um Alentejo mais fresco, já com 300, 400 metros de altitude".

Entre as castas existentes plantadas em solos de xisto, estão as tintas Aragonês, Syrah, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e a Alicante Bouschet. Nas variedades brancas, destacam-se a Antão Vaz, Chardonnay, Roupeiro e um pouco de Arinto. O diretor executivo diz que os vinhos lançados agora são os primeiros com a produção e vinificação da Costa Boal, mas destaca que o enólogo não se limitou a "usar a chapa cinco e fazer um vinho para colocar no mercado". Refere que cada um dos vinhos que faz nas diferentes regiões têm a sua identidade e o Alentejo não é exceção. Por exemplo, para se ter uma ideia dos custos, conta que vindimaram a casta Chardonnay no início de agosto e, nessa altura "ficou por lá o enólogo residente, João Freitas, durante três semanas apenas controlar 2000 litros de vinho".
A apresentação dos primeiros vinhos alentejanos da casa decorreu no restaurante lisboeta Plano, do chef Vitor Adão. A acompanhar o menu Origens estiveram dois tintos de 2020, Monte dos Cardeais Reserva Tinto com Alicante Bouschet e Syrah e Quinta dos Cardeais Grande Reserva Tinto, este feito com as castas Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. E ainda o Monte dos Cardeais Reserva Branco 2023 das variedades Chardonnay e Antão Vaz e, por último, o Quinta dos Cardeais Grande Reserva Branco de 2022 com Arinto, Antão Vaz e Roupeiro. Os preços variam entre os 12 euros para os Reserva e os 35 para os Grande Reserva.

Apesar da expansão da casa Costa Boal para o Alentejo, a última propriedade da empresa, comprada em 2024, foi uma quinta em Favaios onde está previsto um projeto de enoturismo a curto prazo. Também no ano passado, juntaram-se ao património 10 hectares de vinha velha e um hectare de olival em Trás-os-Montes. António Costa Boal confirma que a empresa está de boa saúde, mas depende de contas simples, ou seja, "vender a própria produção e, a partir daí, abrir novos caminhos". Relativamente às regiões o diretor executivo refere que, no Douro, apesar de tudo, são mais um, apesar de apostarem na diferenciação "como prova o rosé que foi considerado um dos melhores a nível nacional". Por outro lado, em Trás-os-Montes, António salienta que são "conhecidos como um player de topo" e, agora, no Alentejo, onde estão a trabalhar na viticultura e enologia, mas "tudo com mão de obra própria".

António Costa Boal pode até ter alguma dificuldade com o número exato de terrenos que a sua empresa possui, mas sabe que tem "80 hectares de vinha espalhados pelo país". Apesar de confessar que divide a vida entre Douro e Trás-os-Montes, mantém uma regra: "Passar em todas as propriedades, entre quintas, vinhas e armazéns, pelo menos uma vez por mês".
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