Há um novo restaurante na baixa lisboeta (e é tudo menos vulgar)
O edifício é histórico, o interior gracioso e o receituário português. No prato, a técnica apurada permite que os produtos regionais brilhem de forma divertida, com apresentação cuidada. É já ali, na rua dos Fanqueiros, que fica o In.Vulgar.
A afluência estrangeira é enorme nesta zona da capital. Há oferta hoteleira, restaurantes típicos e lojas de souvenirs para quem se possa esquecer que esteve em Lisboa. Mas faltava algo. "A restauração, aqui, está muito virada para o turismo, e nem sempre utiliza o melhor produto ou se propõe uma carta de vinhos diferenciadora", começa por explicar Fernando Carrilho, um dos quatro sócios responsáveis pelo novíssimo In.Vulgar. Mais abaixo, na mesma rua, encontra-se o primogénito, o restaurante Terroir, inaugurado em 2020 por estes empresários. "Estávamos a recusar muitas reservas e a deixar boa gente ir embora. Sentimos necessidade de procurar um novo espaço e a falta de uma boa oferta gastronómica nesta parte da cidade facilitou".
São ambos fine dining: o Terroir de cozinha autoral e experimental fechada em menus de degustação e o In.Vulgar, à carta e de budget mais acessível, com uma matriz bem portuguesa. A ideia foi pegar no receituário nacional e criar um menu criativo, com um toque contemporâneo e uma exibição elegante. Uma proeza conseguida pelo chef Hélder Martins, que coloca todo a ênfase nos produtos regionais para se distinguir dos demais.
A inspiração encontrou-a nas memórias emocionais e experiências profissionais prévias: "queria algo que revelasse o melhor da gastronomia nacional e, simultaneamente, convertesse o conceito de restaurante de hotel em algo mais aberto, acessível aos passantes".
De facto, o In.Vulgar torna-se muito fácil de encontrar. Situado num edifício histórico, porventura da época pombalina, impõe-se pela fachada em vidro escuro, seduzindo pelo mistério. Lá dentro, tons sóbrios, cadeiras aveludadas e toques de dourado confluem em toda uma experiência, pautada, claro, pela comida.
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Um menu que se pretende variar quatro vezes ao ano, como as estações. Se no final da primavera, quando o restaurante inaugurou, se deu primazia às cenouras, favas, ervilhas e beterraba, com o calor surgiu uma nova carta "mais extensa e completa, com opções mais diversificadas", confessa o chef. Agora é o momento da beringela, da lima ou mesmo do pêssego. Querem-se entradas frescas, de preferências leves. Têm-se o gaspacho mar e terra (€12,5) e o tomate e beringela (€9,50). O escabeche de atum (€12,5) também é novo, ao contrário do firmado tártaro de vitela (€15), muito pedido. Todos os pratos, mesmo os iniciais, evocam uma explosão de cor e brincadeiras com as texturas, tornando-os descaradamente fotogénicos.
Depois, apresentam-se a corvina alimada com batata doce e algas (€22) uma sugestão do chef, ou mesmo o espadarte de Sesimbra, aipo e azeitona (€28), que todo o sentido faz no verão. Opções de partilha também as há como o arroz de garoupa e bivalves para duas pessoas (€42) – embora a carta seja toda ela versátil e apetecível o suficiente para compartilhar. A garrafeira vai acompanhando, naturalmente. Cocktails de autor como o Touriga (€11) ou o Blue Ron (€9) ou mais clássicos como a Margarita (€9) e o Negroni (€9) dão agora lugar aos vinhos, num total de 40 referências nacionais que a dinâmica e atenta equipa de sala terá todo o gosto em guiar.
Nas carnes, o rabo de boi, foie-gras e maçã de Alcobaça (€24) é um favorito dos habitués. Há igualmente sempre uma opção vegan, de momento beringela, cogumelos e Ras el Hanout - blend de especiarias do Magrebe (€20).
Já as sobremesas destacam "os sabores que vamos encontrar na nossa doçaria nacional, aqui com uma outra roupagem e equilíbrio nutricional", desvenda o chef, entre risos. Por exemplo, a proposta de priscos e citrinos (€7), procura "um pudim que não tenha seis mil calorias por peça. Para isso baixamos a quantidade de açúcar com alguns substitutos, mantendo a gulodice", desvenda. Em semelhança à maçã de alcobaça e miso (€7) com crumble de limão na base a fazer de terra e a imitar um fruto caído, também o novo cheesecake de pêssego (€7,5) prima na composição final, inusitado como tudo o resto. Afinal, "se fosse para uma experiência vulgar, ficávamos em casa", como nos revelam, acertando na mouche.
Onde? Rua dos Fanqueiros 308, 1100-233 Lisboa. Quando? De terça-feira a sábado, das 19h às 22h. Reservas através de 218 864 177.
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