Corvette: os 70 anos de um ícone da América
Há 70 anos, em junho de 1953, a General Motors lançava um novo modelo desportivo e incluía-o no portefólio da Chevrolet, a sua marca ponta-de-lança, aquela que dava maior luta ao “inimigo” Ford. Nascia o Corvette, um nome que se confunde com a história do Automóvel nos Estados Unidos.
O pós-II Guerra Mundial
As armas já se tinham calado há oito anos, em 1945 – embora tivessem voltado a soar na Coreia cinco anos depois, e até cerca de um mês após o lançamento do Chevrolet Corvette, em junho de 1953. O mundo vivia tempos de recuperação do maior conflito a que alguma vez se tinha assistido e, enquanto a Europa sofria para reerguer a sua economia e a sua sociedade, nos EUA o ambiente era bastante mais risonho. Forte da sua indústria sem concorrência, rico pela aplicação do Plano Marshall (assistência económica sim, mas com benefícios para a economia doméstica, if you please), o país proporcionava aos cidadãos norte-americanos bom emprego, rendimento alto, consumo sempre em tendência ascendente – o verdadeiro american dream. O automóvel beneficiou e muito dessa conjuntura e afirmou-se como um dos mais importantes bens (o mais importante?) a adquirir pelo americano médio. A juntar a isto, os soldados americanos tinham regressado da Europa e muitos trouxeram com eles Jaguares, MGs, Alfa Romeos, carros que pouco ou nada tinham a ver com o conceito prático e pragmático (e pouco excitante, convenhamos) do automóvel na terra do Tio Sam: eram desportivos, elegantes, rápidos, davam – e muito! – nas vistas.
Um desportivo americano, pois então!
Duas portas, dois lugares, descapotável, um motor seis-cilindros em linha de 3900 cm3 a desenvolver 150 cavalos (nada mau para a época) e, principalmente, uma carroçaria em fibra de vidro (!), eis o Chevrolet Corvette. Longo de 4,25m, com 1,77m de largura e 1,31m de altura, o primeiro Corvette sofreu de bastantes dores de crescimento devido à sua juventude e à rapidez com que o projeto passou do papel para a linha de montagem.
As performances eram as possíveis, considerando o motor pesado e preguiçoso, e a necessidade de lhe juntar uma caixa automática Powerglide de duas velocidades (a Chevrolet não tinha então uma caixa manual para acoplar a esse motor). Ainda assim, o Corvette fazia 11 segundos e meio dos 0 aos 100, perdão, das 0 às 60 milhas por hora. Não vale a pena falar em velocidade máxima, porque nos Estados Unidos qualquer coisa acima das 70 milhas (113 km/h) dá direito a multa e, em vários casos e consoante o Estado, a apreensão da carta e até prisão.
De modo a apresentar um preço de venda ao público minimamente competitivo (cerca de 3500 dólares, o equivalente a mais de 35 mil na atualidade), os custos de fabrico foram reduzidos ao mínimo indispensável. A carroçaria em fibra de vidro, fabricada à mão, permitia ganhos de peso da estrutura, ao mesmo tempo que deixava as chapas de aço disponíveis para fabricar os outros modelos Chevrolet de grande série, o ganha-pão da marca. O châssis, motor, suspensões, travões, tudo foi aproveitado de outros modelos da Chevrolet.
Curiosidades do Corvette
- Todos os Corvette C1 fabricados em 1953 eram brancos, com estofos vermelhos. Só a partir do model year 1954 foi possível adicionar as cores azul, vermelho e preto;
- Em 2006, o terceiro Corvette C1 a sair da fábrica em 1953 foi leiloado por um milhão e 60 mil dólares;
- Quase dois milhões de Corvettes já terão sido vendidos desde 1953: o Corvette Nº 500 mil foi fabricado em 1977; o Nº 1 milhão em 1992; e o milhão e meio foi atingido em 2009;
- O motor de seis cilindros em linha foi abandonado em 1956 e desde então todos os Corvettes passaram a receber apenas motores V8;
- Durante os primeiros 10 anos de produção, o Corvette era exclusivamente fabricado na carroçaria descapotável. Só a partir da geração C2, em 1963, a carroçaria coupé Sting Ray (famosa pelo vidro traseiro em duas partes) passou a ser produzida;
- Desde o início dos anos 70 do século passado, o Chevrolet Corvette tornou-se figura habitual nas grelhas de partida de diversas provas de automobilismo, com especial destaque em corridas de resistência, tanto na América como na Europa;
- Cada geração do Corvette é identificada pela letra C (óbvio) e o número respetivo: assim, a acima referida C1 viveu entre 1953 e 1962; a C2 de 1963 a 1967; C3, 1968-82; C4, 1984-96; C5, 1997-2004; C6, 2005-13; C7, 2014-19; e a atual geração, a C8, está em vigor desde 2020.
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Não exatamente. Uma marca chinesa, sim, mas especializada em veículos elétricos dirigidos ao setor premium. E que visa, direta e desavergonhadamente, a Tesla de Mr. Elon Musk. Conseguirá batê-la? As primeiras impressões são muito promissoras.