As vidas de luxo, as sanções e as redes dos oligarcas russos
Por dentro das histórias e vidas dos homens poderosos da Rússia, e os esquemas em que se movem para contornar as sanções, mas também os casos daqueles que vivem numa bolha isolada do mundo, em circuitos fechados e, claro sempre ultraluxuosos. A primeira parte de uma reportagem do The Telegraph.
Dmitry Tsvetkov não se descreve como um oligarca: prefere o termo "magnata". E na tabela das fortunas pessoais, admite que fica bem abaixo dos níveis astronómicos da maior parte dos oligarcas russos.
Com uma idade algures entre os 40 e 45 anos, é de constituição atlética, enverga um dispendioso fato de treino e os seus modos são cautelosos. A sua casa, nos abastados subúrbios londrinos conhecidos por Home Counties, merece a descrição de palaciana: ao estilo neo-pseudoclássico do século XVI, toda ela é alas, jardins e pisos de mármore. Imaculada. Aos visitantes é pedido que tirem os sapatos e calcem os chinelos Ugg que lhes são fornecidos. Pelo caminho até à sala de estar, vai-se reparando que as paredes estão adornadas por quadros de artistas imediatamente reconhecíveis, mas cujos nomes parece não ser de bom tom revelar.
Tsvetkov chegou ao Reino Unido ao abrigo do Programa para Migrantes Altamente Qualificados (HSMP, na sigla inglesa), em novembro de 2004, com um visto de visita com permanência autorizada de seis meses. "Fiz o pedido às 11 da manhã e obtive-o em cinco horas, pouco depois das quatro da tarde." Estava no início dos seus 20 anos, com uma licenciatura em Direito da Universidade Estadual de São Petersburgo e já tinha acumulado o seu primeiro milhão – "Na verdade, bastante mais do que isso".
Em 2009 foi-lhe concedida autorização sine die para permanecer no território e, no ano seguinte, um passaporte britânico. Foi uma altura em que os russos abastados eram bem-vindos neste país, diz ele, especialmente os altamente qualificados.
Empreendedor por natureza, Tsvetkov conseguiu obter a concessão cipriota de uma marca internacional de diamantes e, hoje em dia, atua como intermediário de todas as transações comerciais da mesma a nível mundial. Não foi alvo de sanções e não há razões para o ser, afirma: desde 2017 que não vai à Rússia. Tsvetkov diz que não tem ligações ao Kremlin e que nunca teve negócios na Rússia que pudessem ser entendidos como apoiando o regime ou a sua guerra na Ucrânia. Se lhe viessem a ser aplicadas sanções, seria algo "desagradável", diz ele encolhendo os ombros, mas o divórcio com a mulher de naturalidade russa, por que está atualmente a passar, afetou-o "muito mais do que quaisquer sanções que lhe possam aplicar".
"Portanto, se estou preocupado com sanções? Não. Mas viriam complicar-me a vida…"
Tsvetkov vai-nos mostrando o caminho até à garagem, onde está estacionada a sua coleção de carros sedã e desportivos, a par de dois SUV Mercedes G-Class, um com vidros à prova de bala, o outro blindado para aguentar disparos de lança-granadas. Já sobreviveu a três tentativas de assassinato, mas estas ocorreram na Rússia, já há anos – golpes tentados pela máfia, diz ele, e foram "só negócios". No Reino Unido, continua a ser um alvo de assassinato. É por isso que tem segurança na sua propriedade, que a sua casa está escondida da estrada por um muro bastante alto e que, quando um visitante é identificado e os portões são abertos, um dispositivo de bloqueio de veículos recolhe silenciosamente para o solo, erguendo-se de novo mal o carro passa.
Logo na primeira noite em que chegou a Londres, em 2004, recorda ele, foi passear na Ponte de Westminster. "Conseguia sentir a energia da cidade e algo no meu âmago disse-me: ‘Esta só pode ser a tua terra.’ Eu não andava à procura de segurança, não andava à procura de coisa nenhuma. Limitei-me a seguir o que minha voz interior me aconselhou a fazer. E nunca me arrependi disso."
Tsvetkov olha de relance para o seu relógio. O seu chef já chegou e está já a preparar o jantar – ele aguarda convidados. Vida de magnata.
Deixamos as nossas Uggs à porta.
Desde a imposição de sanções na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, mais de 1.200 pessoas e 120 empresas, entendidas como estando a auxiliar o esforço de guerra russo, ou agindo como mandatários do regime de Vladimir Putin, foram sancionadas pelo governo do Reino Unido – sofreram "as mais severas e abrangentes sanções económicas que a Rússia já enfrentou", de acordo com o Tesouro britânico.
Os bens de qualquer indivíduo constante das listas de sanções do Reino Unido – as suas propriedades, contas bancárias e empresas – estão congelados. Estas pessoas não podem visitar o país. Os seus iates estão interditos nos portos do Reino Unido, os seus jatos privados proibidos de aterrar. Os dias felizes dos oligarcas na Grã-Bretanha chegaram ao fim.
A invasão russa da capital começou nos anos 90, quando a primeira geração de oligarcas passou a ver Londres como um porto seguro para o seu dinheiro, acelerando com a introdução, em 2008, do Visto de Investidor Nível 1, ao abrigo do qual qualquer pessoa que investisse 2 milhões de libras em empresas do Reino Unido podia obter autorização de residência temporária. A intenção era "estender a passadeira vermelha para acolher empreendedores e investidores". Passados cinco anos, essa autorização de residência tornava-se permanente. Um investimento de 10 milhões de libras significava que a residência permanente podia ser acelerada e adquirida num intervalo de tempo tão curto quanto dois anos. Entre 2008 e 2015, um número estimado de 3.000 estrangeiros abastados usaram este sistema para irem para o Reino Unido, levando até às costas britânicas mais de 3 mil milhões de libras (3,4 mil milhões de euros, à cotação atual). Cerca de um quarto deste montante era dinheiro russo.
"Londres está para o multimilionário como as selvas de Samatra para o orangotango. Nós somos o seu habitat natural", disse exultante, em 2014, Boris Johnson, então mayor de Londres. Em vez de investigar o capital proveniente do crime, a Grã-Bretanha fechava os olhos. O regime jurídico em vigor tornava Londres um paraíso seguro para o dinheiro dos oligarcas, independentemente do modo como tinha sido ganho, e oferecia-lhe proteção face aos rivais gananciosos "lá" da Rússia. Cleptocratas e criminosos acumularam enormes portefólios imobiliários através de empresas offshore, em Chipre ou nas Ilhas Virgem britânicas, que tornavam o rastreio dos seus verdadeiros proprietários praticamente impossível.
Este influxo de riqueza frequentemente dúbia foi viabilizado por um exército de advogados, agentes imobiliários, empresas de RP e políticos, que ajudaram a tornar a Grã-Bretanha um dos sítios mais agradáveis do mundo para os oligarcas russos viverem e concretizarem negócios. Londres era Moskva-na-Thames – Moscovo-no-Tamisa.
Eles compraram extensas propriedades em Londres e, nos abastados Home Counties, faziam compras no Harrods e nas ruas Bond e Sloane, jantavam no Scott’s e depois seguiam para o 5 Hertford Street ou para o Annabel’s. Tiravam férias no sul de França ou em St. Barts.
"Eram todos bastante previsíveis", diz a especuladora equestre e figura da TV condessa Alexandra Tolstoy. "Tal como com quaisquer pessoas novas-ricas, é muito difícil para eles formularem os seus próprios juízos. É como se precisassem de pertencer a um clube."
Tolstoy gere uma empresa de viagens, mas durante sete anos foi parceira do multimilionário russo Sergei Pugachev, vivendo entre Londres, Moscovo, Nice e St. Barts, antes de se separarem com grande acrimónia em 2016. O mundo oligarca que ela habitava era, diz ela, "tipo creche". "São muito competitivos entre si. Andam sempre a ‘cheirar-se’ uns aos outros: quem é que tem as melhores roupas, a casa melhor, o melhor iate. Tudo tem que ver com negócios e poder."
Mas esse tempo já passou. Embora os oligarcas ainda detenham, legalmente, as suas propriedades, esses bens foram agora congelados: os proprietários não os podem vender, alugar ou, por qualquer outro meio, beneficiar da sua propriedade e ter qualquer agente imobiliário ou advogado a agir em sua representação seria ilegal. Já não podem gastar à grande no Harrods ou comprar quadros nas leiloeiras de Londres. (Os compradores russos, diz fonte do mundo da arte, preferem pinturas impressionistas. "Estas tendem a ser mais pequenas e, por conseguinte, ativos mais facilmente portáteis. Se não puderem levá-las com eles e no seu avião, não as compram.")
Expulsos das suas abastadas propriedades, os oligarcas alvo de sanções sofreram a indignidade adicional de não poderem atracar os seus super-iates no Mónaco ou na Costa Esmeralda (Sardenha) sem correrem o risco de os verem confiscados. Não há nada que dê mais alarde da riqueza da classe oligarca do que um super-iate (de uma maneira geral tido como sendo um iate com 24m de comprimento) ou, melhor ainda, um giga-iate (embarcações com mais de 90m – calcula-se que quase um terço destes seja detido por russos).
A Agência de Super-Iates sedeada em Londres identificou cerca de 370 destes navios "propriedade-russa" – perto de 9% da frota mundial de super-iates. Pelo menos 16 deles com um valor conjunto global superior a 1,6 mil milhões de libras (1,8 mil milhões de euros), foram apreendidos desde a invasão russa da Ucrânia por parte de autoridades, sobretudo, europeias.
Alex Finley, uma ex-agente da CIA que se tornou romancista e vive em Barcelona, andou a monitorizar as entradas e saídas de embarcações russas no estaleiro MB92 da cidade, uma das instalações de ponta para renovar e reequipar super-iates. Em março do ano passado, Finley reparou que um dos iates ali atracado, o Solaris – um de cinco iates que se acreditava serem propriedade de, ou estarem ligados a, Roman Abramovich, então dono do clube de futebol Chelsea –, tinha partido subitamente, 36 horas antes da imposição das sanções.
"Terá Abramovich sido pré-avisado? Não me surpreenderia", diz Finley. (Recentemente, o Guardian noticiava que 10 trusts estabelecidos offshore para benefício de Abramovich foram rapidamente reorganizados em inícios de fevereiro de 2022, três semanas antes do espoletar da guerra na Ucrânia).
Usando o nome de utilizador do Twitter La Guetteuse de Yachts (A Observadora de Iates), ela [Alex Finley] publicou nesta rede social notícias do Solaris em fuga, com a hashtag #YachtWatch – a coisa tornou-se viral, mobilizando um exército de caça-iates, com recurso a ferramentas informáticas em código aberto para monitorizar o movimento e apreensão de navios oligarcas. A tarefa deles foi dificultada pelos oligarcas, ao desligarem os seus respondedores com sistemas de identificação automática, para evitarem serem encontrados.
Um dos primeiros iates oligarcas a ser apreendido foi o Dilbar, propriedade de Alisher Usmanov, que em abril foi confiscado pelas autoridades alemãs em Hamburgo, onde tinha estado a ser reparado. Descrito como um dos oligarcas favoritos de Putin, Usmanov é dono do USM, um conglomerado com participações nos setores de minas, metais e telecomunicações, e que tem um valor líquido calculado de 19,5 mil milhões de dólares (quase 20 mil milhões de euros). Até março, as suas empresas foram as principais patrocinadoras do clube de futebol inglês Everton FC.
Embora a mais longa embarcação da frota oligarca russa, o Eclipse, com 164m, seja propriedade de Roman Abramovich, o Dilbar é o maior em termos de volume, com uma arqueação bruta 15.917 toneladas. "É adequado", diz Finley, "uma vez que Usmanov é também um dos maiores oligarcas em termos de volume".
A Turquia e os Emirados Árabes Unidos, países que não impuseram quaisquer sanções, figuram entre os únicos sítios onde os oligarcas conseguem encontrar porto seguro. De acordo com uma análise do New York Times, pelo menos 32 super-iates ligados a oligarcas procuraram abrigo em águas turcas na última meia dúzia de meses – entre eles o Solaris de Abramovich. Foi reportado que oito destes iates passaram o verão atracados em Port Azure, a primeira "marina exclusiva para super-iates".
A prestação de serviços e o fornecimento a embarcações e russos alvos de sanções constitui uma fonte de rendimento lucrativa para os portos turcos. Em abril, a media turca noticiava que o Eclipse tinha acumulado uma conta de combustível de 1,66 milhões de dólares (cerca de 1,64 milhões de euros). O tanque deste demorava 22 horas a reabastecer.
"A Turquia e o Dubai tem uma boa capacidade", diz Finley, "mas não têm as mesmas instalações de manutenção que a Europa tem". São considerações práticas como esta, diz ela, que deixam frustrados os oligarcas, se é que não os debilitam mesmo de todo.
"As mulheres deles estão estabelecidas em Londres, as amantes no Mónaco ou no sul de França. Acreditem em mim, aquelas amantes e esposas ficam muito aborrecidas se tiverem de viver na Rússia e bastante chateadas se tiverem de morar na Turquia ou nos Emirados Árabes Unidos, porque é realmente muito diferente."
"Eu, por acaso, até conheço alguns russos que estão sujeitos a sanções", diz Dmitry Tsvetkov. "Alguns deles são meus amigos. Eles costumavam passar tempo na Europa. Agora preferem ficar na Turquia e no Dubai. Por exemplo, um deles esteve recentemente a divertir-se num iate de 80 metros, em Bodrum [Turquia]".
"Tudo o que se encontra na Côte d’Azur existe também em Bodrum. Alguns oligarcas até são donos de hotéis lá. Um deles disse-me que quando lá vai, o controlo de fronteiras não é problema – nem sequer precisa de apresentar o passaporte." Tsvetkov encolhe os ombros. "É tudo uma questão de fortuna e poder."
Os seus amigos, diz ele, creem que nem todas as sanções são "justas" – e ele concorda. Tsvetkov cita Roman Abramovich a par de Mikhail Fridman, o cofundador do Banco Alfa, e de Petr Aven, coproprietário do mesmo banco e seu presidente executivo até março de 2022 – que fizeram, todos eles, de Londres a sua base de ação.
"Depois de o Abramovich ter comprado o Chelsea FC, em 2003, cada motorista de táxi com que me cruzei em Londres andava entusiasmado com os russos e todos eles estavam tão orgulhosos pelo facto de ele estar a investir milhões no clube.
"Eu fiquei com a impressão de que Abramovich queria viver em Inglaterra, ficar fora da Rússia. Alguém, que o conhece bem, disse-me, certa vez, que o presidente Putin sorri sempre que o Abramovich entra na sala onde estiver. Ele tem o dom de forjar relações fantásticas. Então, ele faz sorrir Putin… mas será que Abramovich controla o tipo? Não."
Fridman e Aven fizeram grande parte do seu dinheiro no TNK-BP, um negócio de joint-venture entre o consórcio de petróleo e a BP no início dos anos 2000. "Estes tipos deram tanto dinheiro a ganhar à BP", diz Tsvetkov. "É injusto atacá-los agora. Sim, obviamente, eles tinham de ter uma linha direta de comunicação com o Kremlin. Tinham de proteger os seus interesses. Mas por que razão a BP faria negócios com eles ao longo de todos estes anos se eles fossem assim tão ‘sujos’?"
Aven estava a viver numa mansão na propriedade privada Wentworth Estate, em Surrey, até ter saído do Reino Unido, no verão. Após uma breve estada em Nova Iorque, agora vive na Letónia. Fridman, entretanto, é um dos raros, de entre oligarcas sujeitos a sanções, a ter continuado a viver em Londres, no seu caso, numa mansão gótica em Highgate, apesar de a legislação sancionatória, ao abrigo da qual "aos indivíduos designados será negada autorização para abandonarem, entrarem ou permanecerem no Reino Unido".
O Telegraph soube que Fridman tentou usar a legislação dos Direitos Humanos para arguir as razões por que deveria permanecer no território.
Tsvetkov diz que o viu recentemente no Annabel’s, numa festa de aniversário de um amigo comum. "Ele não me parece muito stressado. Na verdade, pareceu-me estar a apreciar bem a noite. E por que não deveria fazê-lo? Fiquei com a impressão de que ele está mais preocupado com o que está a acontecer na Ucrânia, país onde nasceu, do que com sanções pessoais. Embora isto seja apenas a minha opinião pessoal." Outros já viram Fridman no teatro, desde a aplicação das sanções, bebendo champanhe.
Há, sugere Tsvetkov, uma quantidade infindável de gente no Reino Unido que tem todo o gosto em ajudar um oligarca alvo de sanções. "Sugiro que vá ao Annabel’s fingindo ser um russo abastado e vai ser logo rodeado de tipos a quererem fazer dinheiro."
Outro oligarca sujeito a sanções é muitas vezes encontrado a descontrair-se, fumando um cachimbo de água num popular restaurante do Médio Oriente no centro de Londres. "Quando é tirada a conta, aparece um outro tipo, que paga com um cartão de crédito. Eles podem obter dinheiro vivo ou conseguir transferências, criptomoeda ou rublos e depois dar ordem para que o dinheiro seja entregue à sua porta. Este tipo está a gozar bem a vida. Ele não quer saber das sanções."
Tsvetkov faz uma pausa. "Alguns russos ricos que eu conheço parecem estar mais preocupados com a segurança da sua fortuna fora da Rússia, do que com a carnificina na Ucrânia. Isto é desolador."
Mas a ideia de que as sanções estão a afastar os oligarcas de Putin é uma fantasia, acrescenta ele. "As sanções só estão a unir mais estes tipos ao Estado russo, a aproximá-los mais de Putin, não a deixá-los mais distantes. É o único sítio em que agora estão seguros. Pagaram tanto dinheiro para serem intocáveis – dependem de Putin, ele é a sua segurança. E as sanções tornaram-nos ainda mais próximos, ainda mais dependentes. Mas eles têm uma influência-zero. As sanções só prejudicaram o Ocidente.
"É o russo comum, que vive no Reino Unido, quem está a sofrer", diz ele. "Está em curso uma campanha de russofobia. Tenho uma amiga que é advogada em Londres. Ela teve de deixar o emprego que tinha num escritório de advogados simplesmente por ter nascido na Rússia. A uma outra amiga – que está a estudar aqui –, houve um motorista de um Uber que lhe pediu que saísse do carro por ela estar a falar ao telefone em russo. Diga-me lá, isto é justo?"
Uma das maiores dificuldades na aplicação de sanções tem sido o desembaraçar da teia emaranhada de títulos de propriedade por trás dos bens oligarcas. Ao abrigo da lei, uma entidade está sujeita a sanções se uma pessoa detiver mais de 50% das ações ou dos direitos de voto. De acordo com a Associação de Especialistas Certificados no Combate ao Branqueamento de Capitais (ACAMS, na sigla inglesa), após a introdução de sanções assistiu-se a um movimento massivo de fundos dos países do G7 para a Turquia, Emirados Árabes Unidos e China, com os russos ricos a desfazerem-se das suas participações acionistas.
"As pessoas que detinham 55% de uma empresa estavam a vender 10% para ficarem abaixo do limiar", diz a Justine Walker, diretora-geral para a Aplicação de Sanções, Cumprimento e Risco na ACAMS. "Os profissionais das sanções não têm dormido desde fevereiro, tentando desenvencilhar estes impérios e perceber se caem ou não no âmbito da aplicação das mesmas e se os bens deviam ser congelados. O desafio é como respeitar o limite legal: de que modo estiveram estes oligarcas ligados à guerra na Ucrânia? Qual era o fundamento da aplicação daquelas sanções? Os governos estão agora a ter de pensar que possíveis problemas legais terão com isto daqui a cinco ou dez anos.
"A dificuldade é que os bens pessoais destes indivíduos são muitas vezes detidos por intermédio de empresas terceiras. Muito poucos dos iates que foram confiscados pelo mundo fora estão em nome do oligarca em causa. Todos são detidos por empresas offshore e isso tem de ser resolvido – o oligarca é mesmo o proprietário final? E o mesmo se passa com as propriedades imobiliárias?"Mick Brown e Robert Mesndick
Telegraph Media Group Ltd / Atlântico Press
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