As estranhas marcas de imitação criadas pela Rússia
Depois de as empresas globais terem abandonado o país, na sequência da invasão da Ucrânia, começaram a surgir as réplicas.
Para as pessoas que vivem na Rússia, a vida agora parece muito diferente do que parecia há apenas um mês.
Depois de uma quantidade de grandes marcas terem saído do país após a invasão da Ucrânia, elas deixaram de poder sentar-se num McDonald’s com um Big Mac na mão, enquanto vão vendo o Instagram com a outra.
Mas as marcas de imitação estão agora a aparecer numa tentativa de preencher a lacuna do mercado que estas empresas deixaram. Muito em breve, os russos poderão estar a decorar as suas casas com móveis "Idea", a organizar as suas férias com "RussPass" ou a mastigar batatas fritas do "Uncle Vanya".
McDonald's / Uncle Vanya
A abertura do primeiro McDonald’s da Rússia foi um momento marcante dos anos 1990s. Um Muro de Berlim empresarial tinha caído. A decisão da cadeia americana de encerrar os seus 850 restaurantes no mês passado poderá vir a demonstrar-se ser tão importante como aquela primeira resolução.
Apenas alguns dias depois de o McDonald’s ter fechado as portas por todo o país, foi apresentado um pedido de registo para a marca de um novo restaurante de fast food conhecido por "Uncle Vanya".
O seu logotipo é quase idêntico ao da multinacional americana, com uma diferença-chave: os famosos "arcos dourados" sofreram uma rotação de 90 graus.
"O assalto ilegal às marcas já começou na Rússia", tuitou Josh Gerben, um advogado especializado em propriedade intelectual.
Instagram/Rossgram
O Instagram mudou-se para o ocidente em meados de março, depois de a empresa-mãe, a Meta, ter sido declarada uma organização extremista pelo Kremlin. A app que está agora a saciar a sede dos jovens russos por selfies é a Rossgram, embora nem todos estejam convencidos.
Alexander Tokarev ficou tão horrorizado com ela que criou a Grustnogram, uma paródia monocromática do Instagram, que lastima o isolamento digital da Rússia. "A ideia ocorreu-me quando vi o Rossgram", disse ele. "Era tão embaraçoso e ridículo, que eu senti um desejo irresistível de criar uma resposta."
Ikea/Idea
A Rússia era o 10º maior mercado do Ikea. Até as operações terem encerrado há algumas semanas, a gigante de mobiliário tinha 17 espaços em todo o país. De acordo com um pedido recente de registo de marca, uma alternativa russa à multinacional sueca poderá estar para breve no futuro dos russos.
Onde em tempos as pessoas poderão ter saído carregando com dificuldade embalagens planas de guarda-roupas e gavetas, poderão um dia fazer o mesmo saindo da "Fábrica de Mobiliário Idea".
Diz-se que a tentativa de cópia é tão descarada que os documentos para o registo de marca até contêm o logo do Ikea.
Booking.com/RussPass
O Booking.com é há muito visto com suspeita pelo Kremlin. No ano passado, o site foi multado em milhões de dólares por "abusar" da sua posição dominante no mercado durante uma campanha de repressão contra empresas ocidentais na Rússia.
Agora, o grupo de turismo optou por sair da Rússia… permanentemente. A solução russa é o RussPass, que aparece na loja de apps Google Play com um logotipo num acentuado estilo soviético vermelho e preto.
De acordo com a o texto de entrada na página do site, o RussPass permite marcar férias em hotéis, planear itinerários e deixa-o "em controlo de cada passo" das suas férias.
O único problema? O Google Play também já não está disponível na Rússia.
Google Play/NashStore
No dia 10 de março, a Alphabet suspendeu os seus serviços na Rússia, levando ao desaparecimento do YouTube e da Google Play dos ecrãs dos telemóveis.
Com o YouTube, a saída foi um choque cultural menor. A Rússia tem tido, já desde 2006, uma alternativa doméstica, ainda que menos popular: o RuTube.
Mas o fim da Google Play corta o acesso das pessoas às apps e daqueles que desenvolviam apps ao seu rendimento.
Agora, o plano é lançar uma alternativa – a NashStore – a 9 de maio, um feriado nacional que celebra o fim da Segunda Guerra Mundial.
Todos os anos há paradas pelo centro de Moscovo. Se haverá ou não um júbilo semelhante este ano, ainda está para se saber.
Créditos: Benedict Smith/The Telegraph/Atlântico Press
Tradução: Adelaide Cabral
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