Vinho ou cerveja: sabe mesmo qual é o mais saudável?
Estudos indicam que, quando consumida com moderação — à medida do que acontece com o vinho —, a cerveja poderá ser tão benéfica para a saúde quanto é o néctar de Baco.
Quando o tema são as bebidas alcoólicas, os estudos são mais do que muitos. E, tantas vezes, contradizem-se. Já se ouviram mil e uma teorias em torno do consumo do vinho, chegando-se sempre à mesma conclusão: não há nada como a moderação associada ao bom senso. Em paralelo, quando se fala no consumo de cerveja, as deduções já não são tão lineares — sabe-se que a cerveja faz barriga, e que refresca como nenhuma outra bebida quando o tempo está quente. Mas em relação à saúde, qual é, afinal de contas, o papel da cerveja?
Se antigamente o vinho era considerado a bebida alcoólica mais saudável, graças ao seu poderoso efeito antioxidante, por proteger o coração e a circulação sanguínea, novas pesquisas indicam que a cerveja também traz osmesmos benefícios e na mesma intensidade. O estudo foi publicado no Journal of Epidemiology and Community Health, e envolveu 19 mil adultos. De acordo com a pesquisa, quatro em cada dez adultos abstémios, que deixaram de beber ou que nunca beberam, definem a sua saúde como sendo fraca ou muito fraca, enquanto, entre aqueles que bebem, somente um em cada quatro se sente assim – independentemente da bebida de eleição ser vinho ou cerveja. O mais impactante é o facto de que tal diferença no indicador de fragilidade de saúde é o mesmo se comparado a quem consome álcool intensamente. Estudos prévios já haviam demonstrado que a cerveja, sendo rica em vitamina B6, era capaz de prevenir a proliferação de homocisteína, um composto químico que pode provocar doenças cardíacas. Aquela pesquisa publicada no Journal of Epidemiology and Community Health ainda concluiu que quem não bebe está três vezes mais sujeito a apanhar uma gripe do que quem bebe. Para o desenvolvimento da pesquisa foram levados em conta outros elementos, tais como a idade, atividade física, tabagismo e alimentação.
Uma outra pesquisa, levada a cabo por cientistas da Universidade de Barcelona e publicada na revista Nature Review Cardiology, valida que o consumo leve a moderado de álcool reduz a incidência de doenças cardíacas coronárias, AVC (acidente vascular cerebral), aterosclerose, mortalidade por doença coronariana e mortalidade por todas as causas. Aqueles especialistas afirmaram que o etanol tem a capacidade de elevar os níveis do colesterol bom, diminuir a coagulação sanguínea e varrer os radicais livres — moléculas que são o gatilho de várias doenças.
Cerveja artesanal, a mais saudável de todas
Demóstenes Panagiotakos, um professor do Departamento de Nutrição e Dietética da Universidade Harokopio da Grécia, estudou os efeitos a longo prazo do vinho e da cerveja na saúde do coração. A sua pesquisa sugere que o vinho e a cerveja são mais ou menos iguais quando se trata de reduzir os riscos de doenças cardíacas. Conforme o relato do grego à revista Time: "O vinho tinto tem sido a bebida alcoólica mais estudada. No entanto, estudos epidemiológicos e ensaios clínicos recentes revelam relações semelhantes para a cerveja", afiançou aquele cientista.
Um outro estudo realizado na Dinamarca, com data de 2006, acerca de compras de supermercado, concluiu que as pessoas que compravam vinho tendiam a comprar mais frutas, vegetais e outros alimentos saudáveis do que as pessoas que compravam cerveja.
Algumas das evidências mais recentes indicam que alguns tipos de cerveja podem ser ainda mais saudáveis do que o vinho tinto. Um estudo de 2016, publicado no Journal of Wine Economics, analisou os hábitos de compras e os resultados de saúde de mais de 30.000 americanos. Após controlar a qualidade da dieta, o stress e outras variáveis, o estudo constatou que a incidência de doenças cardíacas e de diabetes tipo 2 foi menor entre os consumidores moderados que compraram cerveja artesanal em vez de outros tipos de álcool. Enquanto isso, o consumo de cerveja "macro" – ou seja, não artesanal – foi associado a reduções muito menores no risco de coração e diabetes. A cerveja artesanal geralmente não é pasteurizada e não filtrada e, portanto, contém mais compostos vegetais, leveduras, bactérias, vitaminas, minerais e outros constituintes potencialmente mais saudáveis do que as cervejas macro.
Porém, a ideia de que qualquer bebida alcoólica deve ser considerada "saudável" é controversa; alguns estudos recentes – notavelmente um artigo de 2018, no The Lancet – concluíram que nenhuma quantidade de álcool é segura. Embora ainda seja possível que um tipo de álcool seja mais saudável do que o outro, ainda é muito cedo para eleger um campeão.
Mas afinal qual é a quantidade aconselhada de álcool? A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a ingestão diária de uma dose para mulheres e de duas doses para homens, no máximo cinco dias na semana. Uma dose equivale a 150 ml de vinho, 350 ml de cerveja ou 50 ml de destilados.
Cerveja
Porção: 350 ml (1 dose)
Calorias: 108,5 kcal
Carboidrato: 21 g
Álcool: 17 g
Cálcio: 14 mg
Magnésio: 21 mg
Fósforo: 66,5 mg
Potássio: 101,5 mg
Sódio: 14 mg
Vinho
Porção: 150 ml (1 dose)
Calorias: 132 kcal
Carboidrato: 3 mg
Álcool: 16,5 g
Cálcio: 10,5 mg
Magnésio: 12 mg
Fósforo: 27 mg
Potássio: 165 mg
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