Quinta Nova: Já chegou a nova colheita do Melhor Vinho de Portugal
A Quinta Nova está cheia de novidades, incluindo as novas colheitas dos Referência P28/P21 e P29/P21, este último eleito o Melhor Vinho pela ViniPortugal.
Foi já este ano que o Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Vinha Centenária Referência P29/P21, colheita de 2019, foi eleito por um conjunto de 139 especialistas, 21 dos quais internacionais, como o Melhor Vinho de Portugal. Uma distinção importante, sem dúvida, mas que pertence ao "passado", uma vez que já chegou a colheita de 2020, e promete, juntamente com o irmão Ref P28/P21, escrever mais um capítulo extraordinário nos vinhos do Douro.
A Quinta Nova é sem dúvida uma quinta especial. Estava na demarcação Pombalina original, quando se criou a primeira região demarcada de vinho do mundo, e foi uma das escolhidas, nos anos 1970, pelo Centro de Estudos Vitivinícolas do Douro, para fazer os primeiros ensaios de plantação monovarietal na região. Umas duas décadas antes de se tornar a regra. O centro concluiu mesmo que a Quinta Nova apresentava condições ideais para a plantação de Touriga Franca (ou Francesa), Tinta Roriz e Touriga Nacional, as castas rainhas do Douro, e deixando por agora de lado a Touriga Francesa (sobre a qual não há planos para produzir um monocasta). Dessa experiência resultaram as Parcelas P28, de Tinta Roriz, e P29, com Touriga Nacional. Ambas a chegar ao meio século de idade. É daqui que nascem estes dois vinhos tão especiais que sempre nos impressionaram, mesmo antes do tal prémio. Escrevemos na altura do lançamento de 19: "A Touriga Nacional mais delicada e sedosa, com fruta elegante, e a Roriz mais fechada aromaticamente, mas com uma estrutura muito firme e uma elevada concentração. Um case study daquilo que a Roriz pode ser, se tivermos a matéria-prima certa."
Em termos climáticos, 2020 foi um ano bastante mais desafiante e quente do que 2019, o que obrigou a uma redobrada atenção na vinha e na vindima o que, por sua vez também, foi ainda mais difícil porque estávamos em plena pandemia e com lockdowns: "muitas vezes não sabíamos se podíamos contar com os trabalhadores", recorda-se Ana Mota, responsável pela viticultura da Quinta Nova (e também da Taboadella), que chegou a cobrir o solo com aparas de cortiça para reter a humidade e controlar a temperatura, num plano mais vasto de melhoria da sustentabilidade. O seu trabalho foi determinante para que o enólogo Jorge Alves possa agora brincar e dizer que "não vale a pena falar muito sobre estes vinhos [porque] só os maus é que precisam de muita conversa. Nestes basta provar."
Evidentemente que lá acaba por explicar que o Touriga Nacional surge "naturalmente mais perfumado, com notas de violeta e texturas muito sedosas", com a Tinta Roriz a transmitir "muita mineralidade, maior robustez e autenticidade, como também é próprio daquela que é a casta ibérica por excelência." Em anos mais quentes, como 2020, "tanto a Tinta Roriz como a Touriga Nacional dão vinhos com grande concentração, quase imortais ou, pelo menos, capazes de durar uma vida humana".
Apesar de jovens e tão diferentes, apresentam-se ambos já com uma elegância e uma sofisticação incríveis. Até a Tinta Roriz, mais séria por natureza, apresenta uma enorme graciosidade, sendo que mais algum tempo de garrafa promete afinar ainda melhor os taninos mais afinados e adicionar doses extra de textura.
Os menos distraídos terão reparado também que ambos os vinhos apresentam uma referência 21 da qual ainda não falámos. Trata-se de uma vinha centenária, plantada em muros de xisto e um património genético com cerca de 80 castas, onde sobressai ligeiramente o Donzelinho Tinto e onde estão inclusivamente algumas castas brancas, que adicionam frescura ao field blend. Esta parcela representa sensivelmente 25% do vinho e será o "ingrediente secreto" que acrescenta complexidade e transforma aquilo que já de si era um grande vinho, num assombro.
"Temos 41 parcelas diferentes", conta a CEO Luísa Amorim, "e todas produzem ótimo vinho, mas algumas são evidentemente mais espetaculares", por isso "estes vinhos são fruto da nossa terra, e espelham bem a nossa identidade".
Um grande 21
A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo não é propriamente a casa do Douro mais conhecida pelos seus vinhos do Porto, mas a verdade é que foi com um Quinta Nova que o Presidente da República e o Governo de Portugal brindaram nas últimas comemorações do 10 de Junho, que aconteceram precisamente no Douro. Agora, além dos Parcela, a Quinta Nova tinha mais uma novidade para apresentar: um Porto Vintage, este do ano de 2021, cujas uvas provêm precisamente da parcela 21, que replica a fórmula centenária dos grandes vinhos do Porto. 2021, ao contrário de 2020, é um ano que ficará na memória como bastante fresco, e essas condições contribuíram para uma maturação mais lenta e gradual das uvas, resultando num vinho muito equilibrado, mas com músculo.
4 vinhos e as suas histórias: Dois tintos, um branco e um generoso, de Norte a Sul
Um mês com pouco trabalho na vinha, mas já com os olhos postos na poda que se aproxima. Para conferir, dois tintos de zonas nobres, um, branco de uma casta mal-amada e um novo fortificado, mas com tradição.
8 vinhos Pinot Noir em prova na "1ª Sommelier Series"
Uma experiência no restaurante Sála que combina vinhos cuidadosamente selecionados, provenientes de regiões vinícolas prestigiadas, com um jantar pensado pelo chef João Sá. Limitado a oito pessoas, o evento está marcado para 16 de dezembro.
Van Zellers & Co: o primeiro vinho do Porto envelhecido numa adega submarina
Francisca Van Zeller mergulhou para ir buscar as primeiras garrafas de um Porto que estagiou no mar. Trata-se de uma das grandes tendências mundiais do vinho, e o preço deste Vintage diz muito sobre o interesse que está a gerar.
A nova adega “em socalcos” da Quinta Nova
A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo estreou uma adega que é quase uma escultura de homenagem ao Douro e também uma garantia contra as inevitáveis alterações climáticas.
Uma experiência vínica na cidade do Porto
O The Yeatman Hotel, recebe nos dias 1 e 2 de dezembro, o Christmas Wine Experience, um evento dedicado aos melhores vinhos portugueses e aos petiscos tradicionais.
Três vinhos já a pensar no Natal
Que melhor combinação pode existir que vinho e literatura? A pensar em momentos de prazer à lareira - e no presente que serve para vários amigos e familiares - a família Lima Mayer imaginou um pack que reúne um livro de Isabel Stilwell e três vinhos da casa. Esta e mais duas sugestões vinícolas.
No Convento do Beato, em Lisboa, premiou-se o talento nacional no que respeita à gastronomia, ao mesmo tempo que se assinalou o empoderamento feminino, com o cocktail e um jantar de gala exclusivamente criado por quatro chefs portuguesas: Justa Nobre, Ana Moura, Marlene Vieira e Sara Soares.
Das entradas às sobremesas, o sabor intenso da trufa d’Alba delicia o inverno no restaurante italiano, em Sintra.
Em novembro preparam-se as videiras para as chuvas e para o novo ciclo que se inicia. As folhas caem e a planta entra em hibernação antes de se iniciar a fase da poda. Para muitos, o mês mais tranquilo nas vinhas.
Um Pinot Noir sem nada a temer dos borgonheses, um espumante que não é branco nem rosé, mas Baga, e três vinhos de terroir de vinhas muito velhas. A Casa da Passarella foi ao passado abrir caminho para os vinhos de amanhã, e o resultado é francamente especial.