Boa Kitchens. O restaurante pan-asiático que vai até casa
Para além de toda a dinâmica em torno dos pedidos, o novo estabelecimento gastronómico da equipa do Boa-Bao, que já existe na baixa lisboeta e no Porto, é perfeito para refeições rápidas ou almoços na espaçosa esplanada.
O céu ameaça chuva à medida que andamos até ao nosso destino, um pequeno restaurante junto ao metro do Alto dos Moinhos, a poucos minutos do estádio do Benfica, em Lisboa. Chegamos, e logo reparamos que este não é um restaurante como os demais. Ao contrário do que acontece no Chiado, a nova aposta do Boa-Bao - denominada Boa Kitchens - foca-se nos conceitos de take-away e delivery (em exclusivo com a Glovo), embora tenha alguns lugares sentados, mas sem serviço de mesa. Assim, torna-se o local ideal para refeições rápidas entre as horas de trabalho ou para um encontro casual com amigos.
Tudo começou em 2020, quando nos vimos obrigados a ficar em casa devido à pandemia e, de portas encerradas, a equipa do Boa-Bao decidiu aventurar-se por caminhos desconhecidos, ou seja, começaram a fazer entregas domiciliárias. Rapidamente descobriram que este era um modelo de negócio rentável e, em julho de 2022, abriram o Boa Kitchens. É dali que saem a maior parte dos pedidos, apanhando grande parte das zonas residênciais e empresariais de Lisboa.
"Mas eu preferia almoçar no local." Não há problema. O layout do restaurante foi pensado para que o cliente tenha uma experiência prática, sim, mas sem nunca se desviar do verdadeiro foco, a gastronomia pan-asiática caseira, dado que na cozinha dos chefs palavras como "fusão" e "reinterpretação" estão proibidas. Num dia chuvoso, a nossa viagem pelo continente asiático começou na China, com crepes primavera de vegetais e um sortido de dim sum vegetariano, pequenas bolinhas, à falta de melhor palavra portuguesa para as descrever, com diferentes recheios e acompanhadas com molho agridoce e de soja.
De seguida, provámos um dos best-sellers da casa: o famoso bao de robalo com rabanete amarelo em conserva e maionese picante. Para sermos sinceras, peixe num pãozinho fofo não aparenta ser a iguaria mais deliciosa do mundo, contudo, é provar para querer, porque é mesmo muito bom. Com origem em Taiwan, os gua baos (cuja massa é feita à base de farinha de arroz, fermentada e cozida a vapor) têm um sabor tipicamente adocicado, o que os torna perfeitos para os recheios mais arrojados e contrastantes, como acontece com o crocante do robalo e o picante da maionese.
A aventura continuou na Tailândia. Por um lado, os noodles de arroz do pad thai de camarão, o prato mais vendido, eram doces e suculentos. Numa bowl, são servidos com ovo, vegetais, amendoim crocante e um pouco de sumo de lima, para desenjoar do sabor adocicado do molho. Por outro lado, o pad mee korat, um "primo" picante do pad thai composto por noddles de arroz finos (em vez de serem "espalmados") com bimis, pasta de soja e molho de tamarindo, tem um trago mais salgado. Neste caso, o pad mee korat veio acompanhado de heura, uma proteína vegetal cujo aspeto é semelhante ao frango, embora a textura seja completamente diferente. Ambas as massas são ótimas comidas de conforto, principalmente em dias frios e cinzentos, a par do arroz frito com ovo e uma proteína à escolha como frango, camarão, heura ou tofu.
Infelizmente, o pad mee korat não é um prato permanente no Boa Kitchens, pois pertence ao menu exclusivo de pratos de Issan (nordeste tailandês) disponível no restaurante Boa-Bao. Embora não exista uma periodicidade certa, os menus especiais rodam conforme a sazonalidade, mais ou menos de quatro em quatro meses. A ideia é ter pratos de uma zona específica da Ásia durante um determinado período de tempo, de modo a que tanto os chefs como os clientes tenham a oportunidade de saborear e conhecer o melhor que os países daquela parte do mundo têm a oferecer em termos de iguarias. Outro pormenor que vale a pensa mencionar: todos os pratos, bebidas e molhos do Boa Kitchen são caseiros, feitos no local pelos chefs, sem dúvida elevando a experiência ao patamar seguinte.
O almoço não está terminado sem sobremesa, e por isso escolhemos o crème brûlée de coco com manjericão e erva-príncipe e o moelleux de chocolate com especiarias chinesas para acompanhar o muito necessitado café. Embora se tratem de doçaria francesa, foi-lhe dado um twist asiático através das especiarias. Nem muito doce, nem "sem graça". Simplesmente perfeito.
Onde? Rua João de Freitas Branco, 16G, Loja D, 1500-359, Lisboa. Horários: De segunda à sexta-feira, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 22h30 (com exceção à sexta-feira). Ao sábado está aberto das 12h às 23h e ao domingo das 12h às 22h30.
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