As bebidas certas para tornar estas festas mais espirituosas
Um tinto, um branco, um porto e um par de cognac, whiskies e espumantes para alegrar as festas e aquecer as noites frias.
Quinta da Leda 2018
O Quinta da Leda é um grande vinho. Talvez não receba tantos elogios como merecia, porque muitas dessas honras são reservadas para o seu irmão mais velho (o icónico Barca Velha), mas é um digníssimo representante da quinta que lhe dá o nome, da região e até do país.
Não nos esquecemos como o enólogo de ambos, Luís Sottomayor "teve" um dia "a certeza" de que 2008 seria um ano de Barca Velha precisamente depois de beber um Quinta da Leda dessa colheita. Agora, passados mais dez anos, estamos na colheita de 2018 e perante mais um grande QdL, "pleno de carácter", para voltar a citar Luís Sottomayor. Ainda vai ganhar com um par de anos de guarda, mas revela já um perfil extremamente elegante, qualidade de taninos, harmonia na boca e concentração para acompanhar pratos de carne. Também não será um vinho para todos os dias – afinal custa €40 – mas é para ter sempre em casa para ocasiões especiais. Como estas.
Pôpa Amphora branco 2018
Uma estreia que chega mesmo a tempo do Natal, para acompanhar o tradicional bacalhau cozido (ou confitado), com batatas, grão e couves. Dizem que o bacalhau vai com tinto, mas experimente um branco mais gastronómico para ver como casa ainda melhor. O Amphora deixa antever, no nome, uma novidade engraçada, pois foi produzido com os métodos romanos de vinificação que hoje renascem no Alentejo. Uma espécie de Vinho da Talha do Douro, se isso fosse possível. Estagiou em barro, sim, e as uvas − provenientes de vinhas velhas plantadas em altitude – tiveram mais tempo em contacto com as películas, teve mais extração e é por isso um branco mais potente e guloso, que fica tão bem à mesa. "It’s a White Christmas", como dizem. Custa €29,90.
Um Porto Histórico
A Taylor’s lançou uma nova garrafa histórica, a terceira desta Collection que, além de Historical, é de colecionador. A primeira surgiu em 2017, para celebrar o 325º aniversário da marca, e a segunda em 2019. Em 2021 temos esta embalagem inspirada nas garrafas em forma de "maço-cilíndrico", que se estabeleceram em Inglaterra por volta de 1750 − uma espécie de antecessoras diretas da garrafa de vinho cilíndrica que se utiliza hoje em dia. Quanto ao néctar, estamos a falar de um Tawny da Taylor’s, muito harmonioso, redondo na boca, denso e macio. David Guimaraens, o enólogo destaca a "riqueza de sabor", e um "final muito longo e distinto", mas temos um pouco de tudo aqui: notas a caramelo e frutos secos, ameixas, um toque amadeirado, floral… É complexo, sem dúvida, e é um digno tributo à história do Vinho do Porto e da própria Taylor’s, fundada em 1692. Tudo isto por "apenas" €34,50.
Hennessy Very Special
Uma ocasião especial pede um cognac especial, sendo que esta edição é uma homenagem à própria natureza, com um design (assinado pelo artista francês Julien Colombier) inspirado em florestas tropicais e exuberantes. A mesma sensação que o Hennessy deixa na boca. Se pretender pode fazer um upgrade, optando pelo Hennessy X.O (€225) mas este Very Special tem um preço mais moderado (€ 37,99) e dá muito bem conta do recado. A marca até nos ajuda a preparar algo very special ao partilhar a receita de um cocktail leve e fresco:
Twinkle Jasmine Cocktail Com Hennessy Very Special
40ml Hennessy Very Special
15ml Sumo de limão
15ml Xarope simples
60ml Chá de jasmim
Preparação:
Adicionar todos os ingredientes num shaker com gelo. Agitar para arrefecer e servir num copo com gelo. Decorar com um toque de limão.
Glenmorangie The Original
O The Original é um Single Malt muito suave, que envelhece 10 anos em barris de Bourbon. Mas, antes, foi destilado nos alambiques mais altos da Escócia, o que lhe dá extra sabor, com camadas de mel, laranja ou baunilha. Desde 1843 que a tradição se mantém em Glenmorangie, "em alambiques tão altos como girafas" e foi assim que a marca adotou o animal como símbolo, e é por isso que esta edição especial recria os padrões sarapintados da sua pele. Mas há um motivo ulterior, também, já que a Glenmorangie apoia a Giraffe Conservation Foundation, a única organização totalmente focada na proteção desta espécie que, nos últimos anos, perdeu perto de 30% da população, com algumas subespécies de girafas já em vias de extinção. Trata-se simplesmente de beber por uma boa causa. Por 51,95 euros.
Capela da Atela Aguardente Velhíssima XO 20 Anos
Eis a primeira aguardente vínica com certificação DOC do Tejo. E com 20 anos de estágio, é algo de muito especial. Sedosa, ideal para finalizar uma refeição com grandeza.
Tudo começou numa velha vinha da Quinta da Atela, em Alpiarça. Uma vinha predominantemente com Fernão Pires, vindimada precocemente, o que deu origem a um vinho jovem, pleno de acidez e frescura. Esse vinho foi depois destilado e redestilado em alambique de "Charantais" – a fogo direto em pote –, uma técnica ancestral típica da região de Cognac, após a qual estagiou 20 anos em barricas novas de carvalho francês e português, com capacidade de 225 litros. Enquanto isso muito aconteceu, inclusivamente o desaparecimento da vinha que lhe deu origem, o que ainda contribui mais para fazer deste um produto verdadeiramente único, nobre, com uma apresentação a condizer, por €196,80.
Grande prova de Espumantes da Bairrada
A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) vai promover uma prova especial de espumantes da região, no dia 30 de dezembro, às 18h30, na Sala de Provas da ViniPortugal em Lisboa. É bom recordar que a Bairrada é uma terra de excelência para estes vinhos, e que por isso cerca de 50% dos espumantes portugueses têm esta origem. A prova – que celebra 30 anos da atribuição da Denominação de Origem aos espumantes Bairrada – tem ainda a particularidade de receber o Borga Bruto branco 2010 (€28,90), do produtor Campolargo Vinhos, e o Íssimo Baga-Bairrada Bruto branco 2016 (€11,20), das Caves Arcos do Rei, os vinhos vencedores da última edição do Concurso de Espumantes Bairrada, entre outras nove referências que também receberam medalhas de Ouro. Os melhores, portanto. Muitas dessas referências – e outras – estarão também à venda na prova, pelo que esta é uma oportunidade para tratar das entradas em 2022 em grande. A inscrição é obrigatória, e pode ser feita junto do local da prova, por telefone, para o número 213 420 690, ou por e-mail, para o provas.salalisboa@viniportugal.pt.
Myndru, um alentejano surpreendente e gastronómico para uma época especial
O Myndru, nascido na Herdade Aldeia de Cima, é um vinho que os antigos podiam ter feito. Mas é também um vinho de incrível elegância e modernidade, perfeito para uma ocasião única.
6 vinhos para celebrar o fim de ano
Uma seleção que conta com dois vinhos feitos a partir de uma única casta, mas de regiões bem diferentes. Uns “autênticos” do Dão e do Douro, e um alentejano que desafia o habitual. Ainda um Porto que comemora duas décadas de atividade.
Garrafeira Imperial, uma sociedade secreta de vinhos
No Príncipe Real, em Lisboa, inaugurou uma loja onde se encontram pequenos produtores, achados e rótulos menos comerciais. Uma biblioteca de vinhos aberta a todos os curiosos e entusiastas.
Vinhos para um ano que todos esperam bem melhor
Vinhos para festejar com a esperança de que o novo ano seja melhor que os anteriores. Tradicionalmente, o brinde é com espumante, mas os restantes vinhos estarão presentes na formulação dos desejos. Dois vinhos com “bolhinhas”, três brancos muito diferente e a fechar, um especial do João Portugal Ramos.
Dos €9 aos €5000, vinhos para preparar o Natal
A dias da chegada do inverno, o vinho é sinónimo de conforto e prazer, em casa com a família, com amigos num bar ou restaurante numa ordem que se pode sempre inverter. Dois tintos do Alentejo, mas de terroirs diferentes, dois premiados na Bairrada e no Tejo, um tinto “da casa” e um Porto exclusivo. Para provar e saborear.
Vinhos para começar com o pé direito
Numa altura em que se fazem promessas e se pensa no futuro, a frase de Benjamim Franklin vem a calhar: “Toma conselhos com o vinho, mas toma decisões com a água”. Para a primeira parte, as propostas são dois tintos e um branco do Douro e do Alentejo, dois brancos bem díspares e um tinto.
50 anos de Bar Procópio, um incontornável da noite lisboeta
O famoso bar, que ao longo das décadas foi o local predileto de encontro de políticos, filósofos, jornalistas e escritores, abriu em 1972. Para assinalar a data, o Procópio celebra com uma noite de festa.
No Convento do Beato, em Lisboa, premiou-se o talento nacional no que respeita à gastronomia, ao mesmo tempo que se assinalou o empoderamento feminino, com o cocktail e um jantar de gala exclusivamente criado por quatro chefs portuguesas: Justa Nobre, Ana Moura, Marlene Vieira e Sara Soares.
Das entradas às sobremesas, o sabor intenso da trufa d’Alba delicia o inverno no restaurante italiano, em Sintra.
Um Pinot Noir sem nada a temer dos borgonheses, um espumante que não é branco nem rosé, mas Baga, e três vinhos de terroir de vinhas muito velhas. A Casa da Passarella foi ao passado abrir caminho para os vinhos de amanhã, e o resultado é francamente especial.
Em novembro preparam-se as videiras para as chuvas e para o novo ciclo que se inicia. As folhas caem e a planta entra em hibernação antes de se iniciar a fase da poda. Para muitos, o mês mais tranquilo nas vinhas.