Prazeres / Drive

É um carro? Um gadget? Um caixote com rodas?

Não! É o Citroën AMI, o novo quadriciclo 100% elétrico da marca do ‘double chevron’.

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën
10 de setembro de 2021 | Luís Merca

Fixem o nome: quadriciclo

Veículo com quatro rodas, não veículo automóvel (por não ter um motor de combustão acima de 50 cm3), possível de ser conduzido por maiores de 16 anos, detentores de carta de condução da categoria B1.

O nome quadriciclo não é novo, há variadíssimos exempos no mercado, desde os infames "mata-velhos" até ao concorrente direto Renault Twizy, também ele quadriciclo e 100% elétrico. Ou deveremos dizer Ëlectric, para seguirmos a tendência da Citroën de colocar um trema em cima de qualquer "E" que nos apeteça e dê jeito?

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

Mas se o nome não é novo – nem o do tipo de veículo, nem propriamente o "Ami" (ver caixa) – o conceito é-o: novo e muito bem imaginado. Digno das criações do eterno inovador André Citroën (1878-1935), o AMI é, logo à partida, considerado pela própria marca como um... "objeto". Ou seja, um bem de equipamento da área dos transportes – porque efetivamente transporta até duas pessoas do ponto A para o ponto B – que se destaca pela simplicidade das linhas (o cubo é o sólido mais simples), pela facilidade de utilização e por ser amigo do ambiente. Ou, pelo menos, por não queimar diretamente combustíveis fósseis, já que é 100% ëlétrico (lá está o trema...).

Atentos à realidade das nossas cidades, os engenheiros da Citroën viram pulular nelas um ecossistema de veículos da chamada micromobilidade – trotinetas, bicicletas, scooters – que vieram responder às necessidades e desejos das populações urbanas: querem deslocar-se de forma sustentável, ágil e económica.

O Citroën AMI em cinco tópicos:

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

- motor elétrico de 6 kW (8 cavalos), que permite uma velocidade máxima de 45 km/h;

- autonomia de 75 km (bastante acima da média diária percorrida em trajetos urbanos e suburbanos);

- carregamento total da bateria em 3 horas numa tomada convencional de 220 volts;

- 2.41 m de comprimento, 1.39 m de largura, 1.52 m de altura;

- capacidade única de manobra: diâmetro de viragem de 7.20 m.

Um carro digital? Ou um gadget com rodas?

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

Ou ambos? Se calhar, ambos, sim. O Citroën AMI é um produto típico do século XXI e da era digital em que vivemos. Não só por no interior imperar tudo o que é eletrónica: o local central dedicado para o smartphone transforma-se no ecrã de bordo principal e dá acesso à navegação e à música; o sistema de ‘infotainment’ controla-se através da app móvel My Citroën, acessível a partir do smartphone, e permite ao condutor verificar a qualquer momento o estado da carga da bateria, a autonomia ainda disponível, o tempo restante para uma carga a 100%, além da localização de postos públicos de carregamento nas proximidades. Mas não é só por causa da presença digital no interior: é também porque o próprio percurso comercial para se conduzir um AMI se diferencia do habitual e corriqueiro circuito do "vai ao stand/concessionário, compra/aluga e volta lá depois para levantar o carro". Agora esse percurso é feito 100% online em https://store.citroen.pt/AMI/, onde se pode conhecer, configurar e adquirir o AMI, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Um novo modo de distribuição: além de online, o AMI está também disponível nos pontos de venda aderentes da Citroën e através da rede de lojas FNAC. A entrega do equipamento, perdão, do Citroën AMI pode ser feita nos concessionários Citroën aderentes, mas também existe a possibilidade de ser entregue diretamente em casa do cliente.

Lá dentro, como é?

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

O habitáculo do Citroën AMI é fechado e aquecido, o que logo à partida o diferencia do seu rival francês Renault Twizy, que ainda por cima "obriga" os dois ocupantes a viajarem em ‘tandem’, um à frente e o outro atrás. Aqui viaja-se lado a lado, num habitáculo espaçoso e luminoso, com uma generosa superfície vidrada (para-brisas, janelas laterais, óculo traseiro e tejadilho panorâmico de série). Janelas laterais? São de batente e abrem-se manualmente, inclinando o vidro para cima, como no mítico 2 CV. Outro pormenor curioso: as portas são totalmente idênticas à direita e à esquerda e abrem em sentidos opostos: antagonista do lado do condutor (contra o sentido da marcha, aquilo a que antigamente se chamava "portas marotas"), para facilitar o acesso a bordo; e de forma clássica do lado do passageiro.

Ao volante

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

Ultracompacto, ligeiro, com as quatro rodas "chutadas" para cada um dos quatro cantos, silencioso e altamente manobrável, é óbvio que o Citroën AMI tem na cidade o seu habitat preferencial – até porque lhe estão vedadas as auto-estradas e as vias rápidas. A reduzida potência e a baixa velocidade aceitam-se precisamente por isso e, verdade seja dita, são suficientes para a utilização para a qual foi concebido: pequenos trajetos, curtos e rápidos, um substituto bastante mais confortável e muito mais seguro que as trotinetas e outros veículos de menos rodas.

Quanto custa?

Novo modelo Citroën AMI.
Novo modelo Citroën AMI. Foto: Citroën

Os preços variam entre os € 7.350 e os € 8.710, consoante as seis possibilidades de personalização: da versão-base mais elementar AMI AMI, às cores MY AMI Orange, MY AMI Khaki, MY AMI Grey e MY AMI Blue, a que se juntam ainda as versões AMI Pop e AMI Vibe. Existe também uma variante dita profissional (mas que pode ser comprada por particulares), chamada MY AMI Cargo e com lugar apenas para o condutor, proposta por € 7.750. De notar que o Citroën AMI já pode ser adquirido sem financiamento, ficando disponíveis em beve as modalidades de aluguer de longa duração e compra com financiamento, além do regime de carsharing, através do serviço Free2Move.

Imaagem de um Citroen Ami 6 de 1961.
Imaagem de um Citroen Ami 6 de 1961. Foto: GEORGES GUYOT

 

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