Prazeres / Artes

Simon Berger chega a Portugal numa exposição na galeria Underdogs

Monuments é a primeira mostra nacional do artista especializado em retratos em vidro com inauguração marcada para 15 de novembro.

Foto: @Laura Scatena
08 de novembro de 2024 | Lara Duarte / Com Rosário Mello e Castro

Nascido na Suíça, em 1976, Simon Berger pensava um dia ser arquiteto, mas acabou por se tornar um artista plástico com especial foco na manipulação de vidro como forma de criar imagens fotorrealistas. A exposição Monuments explora a herança artística que os nomes mais reconhecidos e revolucionários da arquitetura moderna e contemporânea deixaram, muito além das obras que edificaram. Jean Nouvel, Mies van der Rohe, Peter Zumthor e Zaha Hadid são alguns dos nomes que inspiraram o autor.

Simon Berger pensava um dia ser arquiteto, mas acabou por se tornar um artista plástico com especial foco na manipulação de vidro para criar imagens fotorrealistas.
Simon Berger pensava um dia ser arquiteto, mas acabou por se tornar um artista plástico com especial foco na manipulação de vidro para criar imagens fotorrealistas. Foto: @Francesco Allegretto

No início deste ano lançou uma edição limitada com a Underdogs, onde homenageava Le Corbusier, uma peça feita em quatro camadas, conferindo profundidade e tatilidade. Agora, nesta mostra em nome próprio, aprofunda a relação com a Underdogs através de estruturas em blocos de vidro esculpidos com jato de areia de alta pressão, com três instalações a replicar a grandiosidade das construções clássicas através de tijolos de vidro.

Agora numa exposição em nome próprio, aprofunda a relação com a Underdogs através de estruturas em blocos de vidro esculpidos com jato de areia de alta pressão.
Agora numa exposição em nome próprio, aprofunda a relação com a Underdogs através de estruturas em blocos de vidro esculpidos com jato de areia de alta pressão. Foto: @Francesco Allegretto

Simon Berger é pioneiro na técnica de exploração de vidro, onde explora uma certa anti-criação. O artista, sempre fascinado pelos retratos, em especial de rostos femininos, começou por pintar rostos com latas de spray, mas acabou por passar para o vidro enquanto base. A obra nasce da destruição da "tela".  Com o auxílio de um martelo, Simon parte, lasca e racha o vidro de segurança de maneira controlada, tirando partido da refração da luz e da transparência característica do meio, numa dinâmica que o artista chama de "morfogénese". A tipologia do vidro permite que mantenha as fissuras sem que colapse.

A obra nasce da destruição da
A obra nasce da destruição da "tela". Foto: @Savino Cancellara

O artista serve-se de uma ferramenta à partida destruidora para o vidro e utiliza-a como amplificadora deos efeitos e plasticidade do material. "É um processo de descoberta que vai do nevoeiro abstrato à perceção figurativa.", como explica o próprio em comunicado. A refração da luz faz com que os retratos se iluminem como se a luz viesse da próprio obra, enquanto a transparência abre caminho ao artista para explorar as noções de infinito além do retrato que assume traços concretos e fortes na opacidade das rachas.

A refração da luz faz com que os retratos se iluminem como se a luz viesse da próprio obra, enquanto a transparência abre caminho ao artista para explorar as noções de infinito.
A refração da luz faz com que os retratos se iluminem como se a luz viesse da próprio obra, enquanto a transparência abre caminho ao artista para explorar as noções de infinito. Foto: @Mike Sommer

Para antecipar a exposição, no dia 13, o artista protagonista lança uma edição assinada onde explora uma nova técnica, e apenas dois dias depois, na inauguração, Simon Berger realizará uma performance ao vivo.

A exposição na galeria da Underdogs está patente de 15 de novembro a 28 de dezembro.

Saiba mais Prazeres, Artes, Arquitetura, Exposição, Underdogs, Simon Berger, Obras, Vidro
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