Bar Aberto: um compêndio com cocktails para todos
Fernão Gonçalves e Diogo Lopes uniram esforços para conceberem um livro que trouxesse receitas de cocktails, mas não só. Os ingredientes, os processos e muitos outros detalhes compõem este álbum, que é muito mais do que um simples guia “saiba-como-fazer”.
Vamos escrever um livro? "Quando o Fernão me fez a pergunta, eu disse-lhe logo que sim, ‘vamos a isso’." E foi desta maneira, a partir de uma pergunta singela, que começou a ganhar forma Bar Aberto - O mundo dos cocktails. Quem conta a história é Diogo Lopes, profissional da comunicação, ex-jornalista, especialista em gastronomia.
Estamos na Musa de Marvila. No enorme ecrã, na sala de entrada, passa em direto um jogo do Campeonato da Europa, Alemanha - Hungria, com os alemães a ganharem por 2-0, sem surpresas. Mas a festa do lançamento do livro será lá em cima, no terraço, com um delicioso resto de sol de fim de dia, como pertence em vésperas do solstício de verão. Porém, aproveitamos o tradicional atraso no início das cerimónias para ver mais um bocadinho do jogo - e tiramos partido da vinda de Diogo ao piso inferior para o apanhar e conversar um pouco (com a Alemanha a marcar o segundo golo lá atrás - mas nem demos atenção).
Retomando a história: estávamos em 2023 quando Fernão ligou a Diogo com o convite para que ambos se lançassem na tarefa de escrever e publicar um livro de cocktails. Queriam fazer uma espécie de compêndio em que as receitas fossem explicadas de uma maneira acessível, com truques práticos e acrescentando alguma pedagogia acerca dos ingredientes e das bebidas. "O objetivo era conceber um guia que permitisse às pessoas fazerem bons cocktails com os ingredientes e instrumentos que têm em casa", explica Diogo. Por exemplo, um shaker: "Qualquer frasco que tenha tampa é um shaker", exemplifica Diogo, acrescentando a seguir que "uma colher de bar é só uma colher especial - mas não deixa de ser uma colher". Bar Aberto é um livro que descomplica, portanto.
Fernão Gonçalves, quem lançou o desafio, é um apaixonado por cocktails que, não obstante a formação que tem em design, fez das cartas de bar a sua especialidade, chegando ao ponto de assinar algumas delas em prestigiadas casas de Lisboa. Mais tarde, durante a apresentação de Bar Aberto, quando o lançamento ganhar contornos oficiais e os dois autores se juntarem no terraço da Musa, de microfone na mão, para explicarem a todos os presentes a maneira como tudo aconteceu, Fernão há de falar da necessidade de convidar para o projeto alguém - Diogo Lopes - que o conseguisse ajudar a transformar as anotações sobre receitas - "a pandemia deu a toda a gente tempo para fazer muitas coisas, eu aproveitei para juntar receitas de cocktails" - em literatura para degustar, em textos que qualquer um pudesse ler com gosto enquanto imaginava as bebidas deliciosas que dali saíriam, recorrendo a truques simples para lá chegar.
"A pandemia", esse nome fantasmagórico que usamos para descrever aquele período em que, durante quase dois anos, os noticiários abriam com a contabilidade de vítimas, enquanto a esmagadora maioria da população permanecia fechada em casa, cumprindo as ordens superiores para ficar em confinamento e, assim, estancar cadeias de contágio. Foi nesse período que a ideia do livro nasceu. E a verdade é que lidamos ainda hoje com os frutos dos planos que, naqueles longos meses de entediante confinamento, cidadãos de todo o mundo foram fazendo. Se cozer pão em casa rapidamente caiu no esquecimento e deixou de ser um desígnio comum, já as decisões de maior compromisso com implicações de longo-prazo têm os seus reflexos e efeitos até aos dias que correm. Por exemplo, ter um filho ou escrever um livro. São aventuras que não se esgotam com a reabertura do mundo, são empreitadas que perduram.
No caso de Fernão Gonçalves e de Diogo Lopes, "a pandemia" acabaria mesmo por dar frutos se longo prazo. Se o livro, cuja semente foi plantada no confinamento, só foi concretizado recentemente, já depois de o mundo ter voltado, de certa forma, à normalidade, o motivo para a demora teve diretamente a ver com os efeitos da pandemia, juntamente com erros de cálculo. "Quando o Fernão me ligou, eu sabia que ia ser pai e pensei ‘vai ser perfeito por causa das licenças e tal’, só que eu não sabia que ele também estava na mesma situação", conta Diogo. Resultado: os dois autores acabariam por ser pais com apenas algumas semanas de diferença entre o nascimento dos filhos de cada um. O processo, daí em diante, "foi mais complicado do que poderíamos pensar", admitem.
A solução para conseguirem avançar com o livro acabou por passar por encontros frequentes nas Bifanas do Afonso, no Largo do Caldas, à hora de almoço. Às vezes, a tomar conta das crianças. O que é certo é que Bar Aberto - O mundo dos cocktails acabou por ficar pronto e ver a luz do dia, com a chancela da Casa das Letras, do grupo Leya. E é bem pedagógico, sendo capaz de passar por temas que, à partida, não estaríamos à espera de encontrar num livro de cocktails - das preocupações com a sustentabilidade e outras "filosofias conscientes" (é assim que lhe chamam no livro) aos processos criativos, passando pela origem do álcool ou pela explicação dos diferentes tipos de copos, entre outros capítulos de interesse que vão muito além do simples saber preparar um cocktail, este é um livro que acrescenta, acima de tudo, cultura geral. Mais do que um guia, é mesmo um compêndio.
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