Era uma vez Pedro & Inês - e um rosé cor de sangue
O Hotel Quinta das Lágrimas em Coimbra celebra um quarto de século com um brinde muito especial: um vinho do Dão, em edição limitada, faz uma belíssima entrada de Natal. Apreciá-lo mais tarde, é outra possibilidade, afinal, os rosés também se guardam…

A magia do Hotel Quinta das Lágrimas é enaltecida pela chuva que se faz sentir em Coimbra. Na sala onde somos recebidos, cada detalhe apraz à vista. O papel de parede listrado combina com bonitos frescos ou fotografias antigas. O teto é trabalhado e nas janelas altas, cortinados faustosos desvendam os jardins lá fora. A madeira escura dos movéis combina com os sofás de veludo bordeaux. Os candelabros estão a média luz, há uma lareira apagada mas já a antever a época das festas, e ainda uma árvore de natal. Somos catapultados para outro tempo, sendo impossível não sentir a magia da história que acompanha este palácio do século XVIII. Uma história repleta de reis e rainhas e, claro, para sempre associada à lenda de amor de Pedro e Inês.
É neste ambiente que nos é dado a conhecer a mais recente adição ao portefólio vínico Pedro & Inês, desta feita um rosé que se vem juntar ao branco e tinto já existentes. Um vinho que celebra, simultaneamente, os 25 anos do hotel e os 30 de carreira do enólogo que lhe deu vida, Carlos Lucas.
"O projeto Pedro & Inês conquistou-me de início", revela o enólogo e produtor, a propósito do convite que lhe foi feito pela família Júdice, proprietária do hotel, no início da década de 2000, altura em que a marca foi lançada.

"Em cada vinho entram sempre duas castas, uma a simbolizar Pedro e outra a simbolizar Inês", explica-nos, dando o exemplo desde Vinho Rosé DOC Dão "queríamos expressar o lado mais feminino, doce e aromático de Inês e, por outro lado, um Pedro austero, rude e com personalidade". Tal conseguiu-se com a seleção, respetiva, das castas touriga nacional e alfrocheiro, presentes nas vinhas de Carregal do Sal, entre os rios Dão e Mondego.
Depois a cor, um vermelho vivo. "Os vinhos são história e com este rosé quisemos representar o sangue de Inês de Castro", no caso, e como nos elucida detalhadamente, conseguido através de uma prensagem prolongada para que a extração da cor pudesse ser natural. "Fico muito feliz de olhar para o copo e perceber que conseguimos concretizar esta nossa primeira intenção".
O aroma alude a flores e frutos vermelhos, com uma acidez marcada no final, deixando a boca com um sabor a tinto, sem o ser. "Queríamos um rosé sério", revela Carlos Lucas e percebemos o que quer dizer, pela intensidade com que se apresenta no palato.

A ideia foi sempre que o vinho pudesse acompanhar uma refeição, em especial pratos delicados como aves ou salmão fumado, sushi e queijo de cabra, no caso das entradas. Se está a pensar no bacalhau fresco para o natal, também vai muito bem. Um rosé festivo, portanto.
Mas há outra opção, bastante sedutora por sinal. Guardá-lo para mais tarde. Entra na categoria de vinhos de garagem. A exclusividade era um requisito "não nos interessava vender 30 mil garrafas em hipermercados, não queríamos um vinho massificado", diz-nos Carlos Lucas. No total foram produzidas 2.800 garrafas, numa edição limitada (€25) exclusiva aos hotéis do grupo e a alguns pontos específicos como a garrafeira Estado D’Alma em Lisboa ou a Tio Pepe no Porto. O El Corte Inglês ou o Apolónia, no Algarve, também contam com alguns exemplares.
Fica a sugestão. E se não quiser ficar somente pelo vinho mas antes descobrir a magia da Quinta das Lágrimas, saiba que o restaurante Arcadas do hotel, lançou igualmente um menu de degustação comemorativo (€75 por pessoa, €35 pelo pairing) com os pratos mais icónicos daquela cozinha e a homenagear os grandes chefs que por lá passaram.
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