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O telemóvel sabe quando bebemos? Um novo estudo diz que sim

Cientistas conseguem determinar se está sob o efeito do álcool, através dos dados de movimento do telemóvel.

Foto: ELEVATE / Pexels
09 de setembro de 2020 | Inês Esteves

Para determinar se uma pessoa está sob o efeito de álcool, tem de mostrar sinais físicos evidentes, como o estereotipado andar cambaleante, os olhos semicerrados, entre outros comportamentos que o indicam. No entanto, só se sabe de facto, se for feito o teste do "balão" – o aparelho que mede a concentração de álcool etílico na corrente sanguínea de uma pessoa mediante a análise do ar pulmonar profundo.

Há investigadores a trabalhar na hipótese de determinar alcoolémia num indivíduo através do andar. Por muito pouco efeito que a bebida possa fazer, por norma, o andar fica alterado, e os cientistas acreditam que, a mudança nos movimentos, captada pelo telemóvel podem denunciar se o individuo bebeu ou não.

Ou seja, o acelerómetro incorporado nos nossos smartphones, consegue detetar o andar irregular. Cientistas da Universidade de Pittsburgh publicaram um estudo, liderado por Brian Suffoletto em que afirmam conseguir perceber se um sujeito bebeu, dependendo da informação de locomoção disponibilizada pelo telemóvel, e reportam ter uma precisão de 93%.

Os investigadores começaram por servir um cocktail com vodka e lima aos voluntários, e deram-lhes uma hora para poderem acabar a bebida. Antes de começarem a beber, foram colocados smartphones na zona lombar dos indivíduos para apontar os movimentos deles e avaliá-los posteriormente. Pediram às pessoas que andassem dez passos para a frente, dessem meia volta e dessem dez passos de volta, de hora em hora, e durante as 7 horas desse dia. Durante esse tempo, foram registados os dados das pessoas sóbrias e sob o efeito de álcool - desde o momento em que estava mais evidente, até estar mais fraco.

Como cada participante reagiu de formas diferentes à ingestão de álcool, Brian Suffoletto e os seus colegas fizeram modelos individuais, em que comparavam cada pessoa consigo mesma. Com estes modelos, os investigadores conseguiram facilmente identificar, 90% das vezes quando um indíviduo tinha passado de certo limite de Teor de Álcool no Sangue (TAS).

Com esta tecnologia de medir alcoolémia através da marcha, especialistas de saúde podem conseguir vir a prever quando vão acontecer recaídas, em pessoas dependentes do álcool – o maior objetivo de Suffoletto é precisamente ajudar estas pessoas. 

O teste do balão não é 100% preciso visto que pode ser afetado por outras variantes, como a pessoa em questão ter mastigado uma pastilha, por isso, o teste mais eficaz é mesmo a análise ao sangue.

Saiba mais Brian Suffoletto, estudo, álcool, teste de alcoolémia, dependência, ciência, tecnologia
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