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Já chegaram os novos Xiaomi 13 e 13 Pro, e contam com a ajuda da Leica para tirar fotografias

Lentes Xpto, o maior sensor dentro de um telemóvel, carregamentos WARP e materiais cerâmicos. Há muito para gostar nos novos smartphones da Xiaomi, a começar pela colaboração com a Leica.

Foto: Xiaomi
10 de março de 2023 | Bruno Lobo

Dizem que não há segundas hipóteses para as primeiras impressões, e estes topos de gama da Xiaomi impressionaram logo à primeira, embora, há que reconhecer, depois de se aliarem à Leica dificilmente ficariam mal na fotografia.

Aqui há uns anos, quando a marca que produz as máquinas fotográficas mais cobiçadas do mundo se aliou pela primeira vez a uma empresa de telemóveis, a Huawei, essa parceria marcou efetivamente um antes e um depois na fotografia digital, desbravando um caminho de criatividade e possibilidades que os outro fabricantes rapidamente seguiram. Mas isso começou ainda em 2016, o que em "tempos de telemóvel" equivale à Idade média (tudo o que for anterior ao surgimento do iPhone então é pré-história). Desde então, a Huawei foi excluída do ecossistema Android pelo governo norte-americano e a Xiaomi ocupou a sua posição no mercado global, tornando-se no terceiro maior fabricante atrás de Apple e Samsung. Para a Leica fazia todo o sentido começar uma nova ligação e, agora, apostando em especial na componente vídeo, também. 

O novo dispositivo é marcado pela parceria da Xiaomi com a Leica.
O novo dispositivo é marcado pela parceria da Xiaomi com a Leica. Foto: Xiaomi

Para já, importa referir que ambos os Xiaomi chegam com um preço inesperado para a marca chinesa. Afinal, a Xiaomi fez o seu caminho enquanto flagship killer, ou seja com equipamentos de muita tecnologia, equiparáveis aos topos de gama das marcas mais apreciadas, mas por um preço inferior. Essa era a sua grande vantagem competitiva, mas agora, custando 1000 ou 1400 euros estão perfeitamente alinhados com os S23 e iPhone 14, aparelhos de maior prestígio e aspiracionais. 

O novo Xiaomi 13 apresenta uma velocidade de carregamento da bateria que se destaca, e bastante, pela rapidez. O carregamento pode demorar apenas 20 minutos.
O novo Xiaomi 13 apresenta uma velocidade de carregamento da bateria que se destaca, e bastante, pela rapidez. O carregamento pode demorar apenas 20 minutos. Foto: Xiaomi

Em defesa da Xiaomi, não temos qualquer compromisso nestes novos 13, que surgem inclusivamente com certificação IP68, o topo na proteção contra água e sujidade. Mais surpreendente ainda, uma camada de proteção em biocerâmica na parte traseira do 13 Pro confere-lhe ainda mais resistência contra quedas. Trata-se de um material mais complexo de trabalhar do que o vidro, obrigando, portanto, a um investimento superior por parte da marca chinesa. A cerâmica confere-lhe ainda um aspeto mais premium, embora no manuseamento seja mais dada a dedadas, o que poderá incomodar algumas pessoas. De qualquer forma, o mais provável será usar-se uma capa de proteção, logo é um facto relativamente secundário.

Onde os 13 também impressionam é na rapidez. Seja porque vêm equipados com os últimos processadores da Snapdragon 8 de 2ª geração, seja porque conseguem uma velocidade de carregamento da bateria sem paralelo, com 120W ligado ao carregador − que, de propósito, vem dentro da caixa. Isto significa que pode carregar o seu telemóvel em apenas 20 minutos, dos 0 aos 100%(!). Mesmo em wireless charging consegue ser mais rápido do que o Samsung ligado ao cabo e do que iPhone, então, nem se fala. 

Contém ainda certificação IP68, o topo na proteção contra água e sujidade.
Contém ainda certificação IP68, o topo na proteção contra água e sujidade. Foto: Xiaomi

Mas regressemos à imagem, porque a parceria com a Leica está definitivamente a chamar todas as atenções, e toda a experiência fotográfica está pensada para mimetizar a de uma câmera Leica, incluindo o barulho do obturador, ou a opção de escolher um filtro 35mm a preto e branco, em modo retrato − basicamente a forma como foram tiradas a maior parte das grandes fotografias que marcaram o século XX.  Será apenas um dos vários filtros que a marca alemã desenvolveu em exclusivo, mas certamente o mais emblemático. 

Esta equipado com um processador da Snapdragon 8 de 2ª geração.
Esta equipado com um processador da Snapdragon 8 de 2ª geração. Foto: Xiaomi

A experiência passa ainda pela escolha entre dois modos de cores Leica, para conferir às fotografias uma tonalidade mais vivida ou mais natural, e pela opção de escolher a lente com que deseja fazer o disparo, quase como se estivéssemos a trocar uma objetiva na máquina fotográfica. O set up inclui a lente principal, uma grande angular equivalente a 23 mm, a telefoto de 75 mm (neste caso com zoom ótico de 3.2X) e a super grande angular com 15 mm. Normalmente será o telemóvel a fazer essa escolha automaticamente, elegendo a melhor para cada fotografia, mas existe a opção de selecionar manualmente cada lente. De qualquer forma, mesmo deixando a escolha ao critério do smartphone, é muito fácil saber qual a lente utilizada uma vez que todas as fotos possuem uma etiqueta com os parâmetros escolhidos para fazer essa captura.

Este set up é igual em ambas as versões do modelo − Xiaomi 13 e 13 Pro − sendo que a principal diferença está no facto do primeiro oferecer resoluções de 50, 12 e 10 MP, ao passo que o Pro consegue ter os mesmos 50 MP em todas as três opções. Chegados aqui é essencial referir que a resolução não é tudo, e que estes dois Xiaomi apresentam ainda "o maior sensor de imagem disponível para smartphone." Trata-se de um sensor com uma polegada fabricado pela Sony, e isto é importante porque, teoricamente, quanto maior o sensor, mais luz este consegue capturar, o que cria imagens mais bonitas. Ou seja, enquanto a resolução vai definir o nível de detalhe da imagem, o sensor tem uma influência direta na luz e esta a exposição, na nitidez ou na gama cromática. Será isso, em parte, que explica o porquê de uma máquina reflex mais antiga, com 20 MP ou algo parecido, conseguir produzir resultados mais satisfatórios do que um smartphone com 50 ou 108 MP. 

O novo modelo vem competir com as principais concorrentes da Xiaomi: a Apple e a Samsung.
O novo modelo vem competir com as principais concorrentes da Xiaomi: a Apple e a Samsung. Foto: Xiaomi

Existe uma base de hardware muito boa que sustenta o trabalho da Leica e da Xiaomi e que permite, inclusivamente, capturar vídeo com Dolby Vision, adicionando profundidade, contraste e cores aos seus vídeos caseiros. Tal e qual como se fosse um realizador profissional. 

Está disponível na versão 13 e 13Pro.
Está disponível na versão 13 e 13Pro. Foto: Xiaomi

Não há como fugir ao facto de que as câmeras se tornaram num dos fatores mais importantes na escolha dos telemóveis. Sendo certo que os três ou quatro principais fabricantes conseguem resultados impressionantes neste domínio, e na verdade, muito semelhantes. Mais do que testes ou rankings, são questões de pormenor e de preferência pessoal que vão fazer a diferença entre eles e, nesse aspeto, acreditamos que é um prazer abrir a câmera destes Xiaomi e experimentar as definições e testar os resultados, sobretudo para quem gosta de fotografia e de vídeo. Não estamos a defender que devem comprar o 13 ou o 13 Pro, mas apenas que estes dois Xiaomi merecem fazer parte da lista de opções de quem está a pensar comprar um novo smartphone.

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