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Companhias aéreas trocam rotas de negócios por destinos de sol nos EUA

Houve 13.600 voos de passageiros em todo o mundo a 25 de abril de 2020, o número mais baixo registado durante a pandemia. Foi uma queda de 86% no tráfego em comparação com alguns meses antes, de acordo com a empresa de análise de viagens Cirium. Não havia para onde ir.

Foto: Unsplash
11 de fevereiro de 2021 | Bloomberg

Ainda assim, nove meses depois, a Cirium estima que 30% dos aviões comerciais globais continuem estacionados. A OAG, outra empresa de dados e análises de aviação, informou que a capacidade de assentos permaneceu em 50% em janeiro de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

E novas estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo mostram que a recuperação será mais lenta do que o esperado; em vez de registar um aumento de 50% até ao final de 2021, como previsto anteriormente, a associação estima agora o pior cenário com uma subida de 13% do tráfego de passageiros em relação aos números de 2020.

Como resultado, as companhias aéreas deslocam as operações para onde quer que haja procura. O lazer agora é o foco; viagens de negócios estão descartadas.

Menos escalas, mais sol

As viagens de lazer mostraram os primeiros sinais de recuperação, com picos no verão do hemisfério norte e na época do Natal. As viagens de negócios, por outro lado, podem ser permanentemente limitadas ao Zoom; empreendedores como Bill Gates preveem que as viagens de negócios cairão permanentemente em 50%. Em resposta, diz Henry Harteveldt, presidente da consultoria de aviação Atmosphere Research, as companhias aéreas estão a migrar rotas de negócios que ligam grandes cidades para destinos de lazer ensolarados.

United, Delta e American Airlines cortaram voos para Londres, por exemplo - seja de Nova Iorque, São Francisco ou Washington. Também foram cortados voos diretos antes comuns de hubs dos Estados Unidos para Frankfurt, Tóquio, Sydney e São Paulo. "Dada a falta de procura no segmento de negócios, estamos a concentrar-nos em viagens de lazer e a oferecer mais serviços aos clientes que viajam para visitar familiares e amigos", disse o vice-presidente de planeamento de rede da American Airlines, Brian Znotins.

Há uma vantagem para quem viaja a lazer nos EUA: menos escalas. As rotas "ponto a ponto", não teriam sido lucrativas antes da pandemia. Mas hoje, as conexões são especialmente onerosas e a conveniência reina, diz Paul Tumpowsky, fundador e CEO da agência de viagens Skylark.

Os que partem de cidades secundárias como Boston, Cleveland, Milwaukee e Indianápolis encontrarão voos mais diretos do que nunca - principalmente se forem para lugares mais quentes na Flórida, como Fort Lauderdale, Fort Myers, Orlando, Key West e Tampa.

Porquê a mania da Flórida?

"Tudo o que fazemos decorre da procura", diz Ankit Gupta, vice-presidente da United para o planeamento da rede doméstica. "Os estados ensolarados estão a ver muito mais procura por viagens do que antes, em termos relativos, enquanto no nordeste dos EUA simplesmente se evaporou", acrescenta.

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