Viajar por todos os continentes sem sair do sítio
É a promessa do restaurante Geographia, um agradável recanto gastronómico na esquina da rua do Conde, junto ao Museu Nacional de Arte Antiga. De Macau ao Brasil, passando por São Tomé ou Guiné-Bissau, todos os pratos têm um toque especial.
Visto de fora, o Geographia tem um magnetismo que impele qualquer um a entrar de forma quase instantânea. Se é a fachada pequena, com portas antigas em tons de verde que atrai, ou a decoração exótica que remete para viagens, e que conta com um grande mapa-múndi e o macaco Magalhães ao centro (um macaco empalhado que veio do Jardim Zoológico de Lagos) não sabemos. Mas entramos assim mesmo. Ainda que todos os objetos decorativos tenham a sua importância (há até uma sala a que os proprietários chamaram de Sala dos Mapas) a personagem central do Geographia é Ulisses, de Albrecht Dürer, o rinoceronte que se tornou símbolo da história das explorações portuguesas quando foi oferecido pelo sultão do Gujarat a Afonso de Albuquerque (vice-rei da Índia portuguesa que o enviou ao rei D. Manuel I e que este, por sua vez, ofereceu ao Papa Leão X). O restaurante escolheu precisamente este animal por simbolizar o cruzamento de culturas de expressão portuguesa.
A prova de que o Geographia é um convite a descobrir o mundo através do palato, é que aos pratos fundem-se sabores com influências portuguesas, mas também angolanas, brasileiras, cabo-verdianas, goesas, macaenses, moçambicanas, são-tomenses e timorenses. Com uma carta recentemente renovada, as propostas apuram-se e a gula também. Uma das novidades centrais é o novo "menu de degustação dos 4 continentes", que convida a uma viagem pelos países onde se fala português e começa com o prato "sapateira (que queria ser casquinha de siri)", passando pelo "escondidinho de puré de mandioca com camarão e queijo catupiry caseiro", de influências sul-americanas e o "pato do Rio das Pérolas com molho de ostra e arroz chau-chau", oriundo do continente asiático - estes últimos, dois dos novos pratos da carta. De África vem uma sobremesa que já é um ex-libris do Geographia, a "mousse de chocolate de São Tomé com o seu salame". Este menu custa €35 por pessoa.
Ainda sobre as novidades acabadas de chegar, e começando pelas entradas, sugere-se aos viajantes que passam por este recanto que provem degustação para dois, que inclui bolinhas de feijoada, dim sum com molho de soja e sapateira com amendoim (€16). Para os apreciadores de peixe, o Geographia convida à descoberta da "moqueca de peixe à moda da Guiné-Bissau" e dos "pastéis de bacalhau e mandioca com arroz malandrinho de peixe" que fundem os sabores portugueses e timorenses. Para os vegetarianos, o caril de legumes com arroz de côco (€14) é oriundo de Goa.
À semelhança da carta de comida, a de bebidas também é altamente diferenciadora. Vejam-se os cocktails Gronguito, um mojito com grogue castanho de Cabo Verde, ou o Lassi de banana com iogurte, banana, pistácio, cardamomo e pimenta, de Goa. Além disso, com uma impressionante garrafeira, o Geographia aposta em vinhos diferenciadores, percorrendo as várias zonas vinícolas do país, do Dão ao Alentejo, do Douro à Bairrada, seja nos tintos ou nos brancos, mas também nos verdes e nos espumantes. Brindar a uma volta ao mundo, sem sair do lugar, é afinal uma regra de ouro no Geographia.
O restaurante abriu no verão de 2018, pelas mãos do antigo jornalista Ruben Obadia e do empresário Miguel Júdice, aos quais se juntou a sócia Lucyna Szymanska. De forma periódica, organiza-se aqui o famoso Jantar de Viajantes, que convida à partilhar de aventuras e desaventuras pelo mundo fora – sempre à mesa, entre amigos e estranhos que se unem pelo amor à comida e às viagens.
Onde? Rua do Conde, 1, Lisboa. Quando? De segunda a sábado das 12h30 às 15h, e das 19h30 às 23h30. Encerra ao domingo. Reservas +351 213 960 036 ou ola@restaurantegeographia.pt
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