Being Joaquim de Almeida
A Must manteve uma conversa com o ator português mais internacional por ocasião da celebração dos 150 anos do champanhe Moët Impérial. Entre memórias e copos desse champanhe se passou a tarde que antecedeu a festa mais glamorosa da temporada.
Joaquim de Almeida ainda não tinha envergado o fato escuro, o mesmo que viria a usar, umas horas mais tarde, por ocasião da festa que, na capital, celebrou os 150 anos do icónico champanhe Moët Impérial, que representa o estilo, o prestígio e o glamour da marca famosa em todo o mundo e que é composta por dois sonantes apelidos de uma mesma família: Möet & Chandon. Encontramo-nos numa imponente suite do Pestana Palace Lisboa, hotel onde a celebração iria ter lugar ao final da tarde, e o ator português mais internacional, na qualidade de embaixador da marca no nosso país, prepara-se para receber cerca de 250 convidados.
Joaquim de Almeida tem 62 anos de idade e cerca de 90 filmes e séries na carreira, iniciada internacionalmente, em 1982, com The Soldier, ao qual se seguiria, em 1983, o filme O Cônsul Honorário, com Richard Gere e Michael Cane. Porém, foi o desempenho, em 1987, em Bom Dia Babilónia, dos irmãos Taviani, que lhe impulsionou a carreira. "A atuação é como um jogo de ténis. Se jogamos com uma pessoa que joga bem, jogamos melhor porque o adversário põe a bola do nosso lado. Se jogamos com alguém que não sabe jogar, então vamos ficar a apanhar bolas. Quando trabalhamos com atores bons, somos melhores, evidentemente." Joaquim de Almeida viajou para os Estados Unidos da América para estudar cinema, quando tinha 19 anos, numa época em que ser-se ator não era um sonho bem visto: "Enfim, não era uma profissão ‘bem’", recorda. "Quando eu estudei, em Nova Iorque, as pessoas diziam-me: ‘Mas tu és português e estás aqui a estudar? E ficavam a olhar para mim, como quem diz: ‘Queres fazer carreira nos Estados Unidos? Deves estar parvo!’ E, no final, eu fui dos poucos da minha escola a fazer uma carreira como ator", recorda, com uma descontração que é muito sua. Relata que, no início da carreira, a sua manager sugeriu-lhe que mudasse o nome para Jo Aquim (ler com sotaque americano). Não instituiu isso. "Se soubessem pronunciar o meu nome, ótimo. Se não soubessem, paciência… Hoje há uma internacionalização dos atores que não existia naquela época [nos finais dos anos de 1970]. Na altura, eu comecei a trabalhar muito porque interpretava papéis de várias nacionalidades. Ou falava espanhol, ou francês, ou italiano. E isso ajudou-me bastante." É que Joaquim de Almeida fala seis línguas, fluentemente.
A nossa conversa é interrompida, de súbito, para nos ser servido um copo de Moët Impérial! Se já se adivinhava fácil manter a conversa, o copo de champanhe traduziu um momento de prazer líquido e contribuiu para tornar a conversa ainda mais fluida. Joaquim de Almeida é um apreciador de champanhe. "Eu associo o champanhe a uma alegria desmedida! É uma bebida que celebra a vida e a boa disposição." E, de imediato, evoca o glamour do cinema, os Óscares, o Festival de Cannes e todos aqueles momentos de celebração que tão bem caracterizam a indústria cinematográfica. "Com vinte e tal anos, fartei-me de beber champanhe. Tinha uns amigos que trabalhavam na Petrossian Boutique & Cafe, em Nova Iorque, onde passávamos a vida a beber champanhe e a comer caviar ‘à fartazana’", relembra, entre risos. A seguir traz à memória as noites loucas do nova-iorquino Studio 54. Quando a mais célebre das discotecas noturnas foi inaugurada, a 26 de abril de 1977, Andy Warhol recebeu os convidados, entre os quais David Bowie, Woody Allen, Jerry Hall e Lauren Bacall com Moët Impérial na mão. É famosa a fotografia que exibe Warhol, a sorrir, ao lado da supermodelo Jerry Hall, que bebe diretamente de uma garrafa desse champanhe francês. Fazemos uma pausa para admirar a garrafa de Möet Impérial, com uma capacidade para seis litros, exposta na suite. Questiono se a mesma é para ser consumida ou se é meramente decorativa. Joaquim de Almeida prontifica-se a esclarecer: "É claro que é para beber! Vou oferecê-la à minha namorada. Ela adora champanhe."
Nucha, com quem o ator divide a vida, irrompe, entretanto, pela suite. É loura, alta, vistosa e veste um casaco de pelo branco. Sorri-lhe e ele retribui. "Eu acho que o champanhe é um bom presente para oferecer a uma mulher. É quase como oferecer pérolas. É algo que está ao nível do casal Richard Burton e Elizabeth Taylor." O seu olhar vagueia, agora, entre aquela garrafa de Moët Impérial e Nucha: "Eu não tenho preferência por mulheres morenas, louras, brancas ou negras. Gosto de mulheres bonitas. E Moët & Chandon é, claramente, uma mulher bonita. Esta garrafa [de Moët Impérial] é lindíssima." E chama a minha atenção: "Repare e aprecie o casamento perfeito entre esta garrafa e o casaco de pelo branco da minha namorada. Isto é cinema! Isto é glamour ao mais alto nível." E por falar em glamour, recordámo-nos que tínhamos de terminar a conversa porque Joaquim de Almeida teria, a seguir, de se vestir com um elegantíssimo fato escuro e de participar na festa que celebrou o século e meio do champanhe Möet Impérial, ao lado de nomes como Inês Castel-Branco, Soraia Chaves, Jorge Corrula, Paula Lobo Antunes, Paulo Pires, Luís Borges, Nayma Mingas ou Filipe Faísca. Festa, essa, que também acabou por ser um tributo a Claude Möet, que, no século XVIII, fundou a prestigiada casa de champanhes, a Jean-Rémy Möet, neto do fundador e que expandiu internacionalmente o negócio com os contributos do filho, Victor Möet, e do genro e sócio, Pierre Gabriel Chandon de Briailles. Uma história que daria, por certo, um bom filme. E, quem sabe, se com Joaquim de Almeida como protagonista.
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