Sete Maravilhas do mundo para ver já… antes que seja tarde demais
Já resta muito pouco tempo para presenciar estas vistas de ficar boquiaberto – e vai ter de as planear com todo o cuidado para as visitar responsavelmente.

As mais duradouras memórias de férias raramente se encontram naqueles hotéis autênticas ratoeiras turísticas ou em restaurantes nas Baixas apinhadas das cidades. Encontram-se em paisagens espetaculares e em fascinantes encontros assustadores com a vida selvagem, muitas vezes em locais remotos.
Lamentavelmente, algumas destas experiências de viagem únicas na vida estão sob ameaça, seja por parte das alterações climáticas, da deflorestação, do excesso de turismo ou de outros fatores. Se quiser encará-las em toda a sua majestade, a janela de oportunidade em que pode fazê-lo está a fechar-se.
É uma realidade inescapável que, ao visitar um dos destinos da lista que se segue, irá tornar-se parte do problema. Afinal de contas, as viagens aéreas são responsáveis por uma pequena, mas substancial, proporção – 2,5% – do total global das emissões de CO2 para a atmosfera.
Felizmente, há formas de as ver… através de operadores turísticos conscientes quanto à questão da sustentabilidade que, ao contribuírem para os esforços de conservação no terreno, mitigam o risco.
Eis aqui sete Maravilhas do Mundo de futuro incerto, juntamente com algumas dicas acerca de como visitá-las responsavelmente.
Parque Glaciar Nacional, EUA
Um dos parques originais dos EUA, o Glaciar não será famoso pelos seus notáveis campos de gelo por muito mais tempo, de acordo com algumas estimativas. Dentro de alguns anos, aquelas características geológicas que lhe deram o nome poderão, na sua maioria, ter desaparecido. A altura para as ver, por conseguinte, é agora. Os glaciares mantiveram-se a flutuar ao longo do seu ciclo de vida de 20 milhões de anos, significando isso que aquela paisagem nevada sempre foi irregular.

Contudo, nem sempre tem estado vulnerável ao tipo de fogos devastadores a que se assistiu no parque em 2017, que reduziram enormes extensões a cinzas. Independentemente disso, o parque é, por enquanto, um sítio excecional para se visitar. O terreno está salpicado de lagos cintilantes, vastas florestas e prados verdejantes e é habitat de alces, linces e ursos pardos. Busque refúgio nas centenas de isolados trilhos para caminhadas ou tome a sugestivamente batizada Estrada Rumo-ao-Sol para um impressionante passeio de quatro rodas.
Onde Ficar
No Green O, um conjunto de elegantes chalés ao estilo escandinavo escondidos nas profundezas dos bosques de Montana. Pesca com mosca, passeios a cavalo e prática de tiro são tudo atividades extra disponíveis neste rancho, em tempos dedicado à criação de bisontes, mas a tentação é grande de nos instalarmos simplesmente no visionário restaurante, descrito como o equivalente dos EUA ao Noma, da Dinamarca, pelos seus requintados cocktails e pratos de bifes e carnes de animais criados no local.
O Mar Morto, Israel
As amplas praias públicas em Ein Bokek foram renovadas há alguns anos, tornando o ato de se pôr a boiar pelas famosas águas salgadas do Mar Morto mais livre do que nunca. O lago está, no entanto, a encolher atualmente ao ritmo de um metro por ano, o que significa que as suas profundezas desintoxicantes poderão não ser uma curiosidade por muito mais tempo.

Há, como é óbvio, atividades em que é obrigatório participar no local. Besuntar-se com a argila rica em minerais do fundo do oceano. Tirar a indispensável foto sua coberta com a dita argila. E depois seguir para um hotel ali perto para um tratamento num spa, em que peritos lhe aplicarão com mais arte uma abundante camada de produtos naturais.
O principal atrativo poderá ser o descanso, mas há mais: por cortesia do Projeto de Revitalização do Mar Morto, o viajante com inclinações mais espirituais pode empreender o Workshop Alvorada Mar Morto Corpo & Alma, que inclui ioga, Tai-Chi e sessões de meditação. E para os verdadeiros ecologistas do grupo, uma excursão de barco pode ser combinada com um passeio a um instituto de investigação ali perto para realmente cavar fundo na geografia em mutação do local.
Onde ficar
Para ter acesso a uma praia mais privada, dispense o Ein Bokek e fique no Dead Marriott and Spa, na vizinha Jordânia.
Florestas tropicais do Bornéu
A ameaça mais imediata às florestas tropicais do Bornéu advém do incessante abate de árvores que tem devastado a vegetação em tempos abundante tanto no seu território indonésio, como no malaio. Apesar disto, grande parte do Bornéu, a terceira maior ilha do mundo, permanece luxuriante e relativamente intocada. Adoráveis elefantes pigmeus, descontraídos ursos do sol e majestosos orangotangos são os favoritos do pessoal louco pela vida selvagem, ao passo que o visitante mais artístico poderá apreciar o potencial para deslumbrantes fotografias paisagísticas – os especialistas em roteiros dão dicas sobre como fotografar no clima brumoso da floresta tropical. Igualmente desconcertante, no entanto, são os resultados híbridos da comida malaia, indonésia e indiana, que é provável que se tornem mais homogéneos à medida que as florestas tropicais são substituídas por mega-quintas e plantações de óleo de palma.

Onde ficar
Evite as multidões ficando no romântico Gaya Island Resort, que só é acessível de barco. Camas rasteiras, cerâmicas de tons-terra e frescos cortinados de linho adornam os interiores. No restaurante de peixe in loco, clientes menos suscetíveis podem escolher o seu próprio jantar enquanto ainda está a nadar.
Borboletas-monarcas do México
Até o mais patético viajante devia ajoelhar-se perante o altar da borboleta-monarca. Estes bichos-viajantes de colecionismo empreendem o percurso migratório mais longo de todos os insetos, demorando de agosto a novembro para descer esvoaçando do Canadá até ao México. Na verdade, eles vão afluindo a uma parte específica do México: uma biosfera-reserva constante da lista da UNESCO, habitat de cerca de mil milhões de criaturas ao longo de toda a primavera.

Embora a parte central do parque não esteja aberta ao público, há diversos santuários de Michoacán que aceitam visitantes, que, assim, podem ver os impressionantes residentes do parque vergar os ramos das árvores e pintar os céus de um deslumbrante tom laranja. Naturalmente, tal ocorrência deu origem a um vasto leque de lendas locais: a mais famosa sendo o facto de o fenómeno coincidir com o Dia dos Mortes, no México. E também chamou a atenção de visitantes com menos discernimento, querendo isto dizer que o parque tem sido cada vez mais vítima de poluição, que ameaça a existência das decididas borboletas.
Onde ficar
Independentemente disto, a majestosidade do fenómeno, por enquanto, faz valer a pena a viagem. É uma jornada de cerca de duas horas a partir da Cidade do México, por isso fique no Las Alcobas e inscreva-se numa excursão (ou vá pelos seus próprios meios) a um destes santuários.
Os Doze Apóstolos, Austrália
Há uma quantidade das mais fantásticas linhas costeiras do mundo que estão flanqueadas por nobres rochedos calcários isolados, mas entre os mais impressionantes de todos estão os Doze Apóstolos da Austrália, dos quais só existem agora oito. Rotineiramente, a erosão vai reclamando os discípulos rochosos para si: em 2005, um rochedo de mais de 18 metros de altura desapareceu no oceano; uma feroz tempestade levou um penedo mais pequeno quatro anos mais tarde. De modo a apanhar o maior número possível destas formações com 20 milhões de anos, vale a pena atravessar o cume da falésia batido pelos ventos do Parque Nacional de Port Campbell para obter uma perspetiva aérea mais esmerada – muitos procuram apanhar o nascer ou o pôr do sol, enquanto lá estão.

Onde ficar
Os mais ambiciosos amantes de caminhadas podem participar no Great Ocean Walk, que, não-surpreendentemente, é uma caminhada guiada ao longo de parte do trilho para lá chegar. Esta pode ser combinada com uma estadia exclusiva no Twelve Apostle Lodge, que combina os interiores chiques com medidas ambientais não-intrusivas, como os equipamentos aquecidos a energia solar.
Recifes de coral e caranguejos da Ilha de Natal
A vulcânica Ilha de Natal está completamente pejada de vida selvagem endémica, a ponto de ser ligeiramente avassaladora. É outra sugestão australiana, embora esta ilha tropical fique mais próxima da Ásia. Famosa pelas suas águas cristalinas, a Ilha de Natal é uma paraíso para os banhistas, as enseadas inacreditavelmente transparentes proporcionam idílicos mergulhos e snorkelling. O principal acontecimento, no entanto, é a migração anual dos caranguejos vermelhos: uma maré sem fim de crustáceos que descem das suas residências nas terras altas da floresta até à costa para se reproduzirem.

Qualquer humano que tente travar a procissão amorosa tem pela frente uma tarefa vã, embora as alterações climáticas, inevitavelmente, se estejam a esforçar por isso. A ilha está cada vez mais vulnerável a destrutivos temporais de fortíssima intensidade e os cientistas estimam que as condições meteorológicas erráticas poderão alterar o ecossistema da ilha para sempre. Os recifes de coral cheios de diversidade estão também a ficar branqueados, ao passo que formigas loucas não-autóctones ameaçam aqueles determinados caranguejos.
Onde ficar
Swell Lodge é o único sítio onde ficar. Aproveite bem o chef privado e as amplas varandas.
Regiões pantanosas da Flórida
Lodoso, desolado e selvagem, as regiões pantanosas (everglades) da Flórida poderão não encher o típico turista com o mesmo deslumbramento que as grutas cristalinas ideais para nadar da Ilha de Natal. E, no entanto, os riachos ladeados de mangues têm um certo charme e são ideais para fingir estar a viver uma fantasia ao estilo Heart of Darkness. Uma visita à parte mais sul do estado mais a sul dos EUA pode entusiasmar tanto como uma visita aos parques, com um vislumbre da fugidia pantera da Flórida ou dos muitos, mas mesmo muitos, aligatores que indolentemente vogam pelas águas.

Para aqueles que estão cansados do consumismo de Orlando, as regiões pantanosas podem ser um refúgio: pensem em ciprestes na sombra da frondosa floresta, esbeltos hotéis da Era Dourada e praias com fileiras de camas de rede estendidas entre troncos de árvores. Como sempre, no entanto, a invulgar topografia plana, qual panqueca, é também a sua ruína. Temperaturas mais quentes provocaram simultaneamente uma seca arquejante e, por outro lado, uma pluviosidade súbita e aparatosa: ambas as quais ameaçam o abastecimento de água natural da região.
Onde ficar
Fique no exuberantemente decorado Moorings Village, a cerca de uma hora de carro do parque nacional. Passe o dia numa digressão de barco pelos pântanos; regresse para bebidas ao pôr do sol ou para uma partida de ténis.
Por Sophie Dickinson/The Telegraph/Atlantico Press
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