Manuel Pureza, Pôr do Sol. “Neste filme há cenas com fardos de palha, confrontos de espadas e outras coisas que aleijam”
A Must espreitou as filmagens do filme Pôr do Sol: o mistério do colar de Cajó, na Quinta Bourbon de Linhaça – na realidade, o Monte dos Duques, em Benavente - e conversou com o realizador da série que virou filme.
Manuel Pureza, junto com a sua equipa de argumentistas e atores, conseguiu uma proeza: transformar uma série televisiva, espécie sátira à telenovela, em algo cool. A 16 de agosto de 2021 estreava o primeiro episódio de Pôr Do Sol, que nos manteve a todos agarrados à televisão, na RTP1, grande apoiante desta ideia, para seguir as aventuras da família Bourbon de Linhaça. E é precisamente no monte da família (Monte dos Duques, em Benavente) que se desenrolam agora as filmagens para Pôr do Sol: o mistério do colar de Cajó, filme original, a estrear no dia 3 de agosto nos cinemas nacionais.
Qual será o grande enredo deste filme, é uma continuação da história que já conhecemos ou uma nova versão?
O Mistério do Colar de São Cajó é precisamente a narração das origens da peça de ourivesaria mais importante da História de Portugal. Em boa verdade, sabendo nós que o Colar de São Cajó está na Família Bourbon de Linhaça há mais de 3500 anos, podemos imaginar a importância fulcral que o dito adorno de pescoço teve ao longo de séculos na posse da família mais abastada de Santarém.
Podemos esperar as traições e enredos habituais da telenovela?
Como sempre, teremos paixões, traições, algumas decisões perigosas e uma forte dose de segredos revelados. Naturalmente, não é difícil de perceber que se trata de uma prequela da história que fez as duas temporadas que passaram na televisão.
Como correram as filmagens? Algum episódio engraçado que possam contar?
As filmagens foram exigentes na mesma proporção que foram divertidas — muito à semelhança do que se tinha passado na rodagem das duas temporadas. Qualquer cena do filme encerra em si todo um conjunto de histórias do processo que levou ao resultado final. Há, como se pode imaginar, um conjunto grande de bloopers que continuamos a querer guardar para nós, para não desvirtuar o processo e o próprio conceito do Pôr do Sol.
Algum pequeno teaser?
Posso avançar que neste filme há cenas com fardos de palha, com sandes de alface, com cogumelos de forma duvidosa que crescem do chão e ainda bastantes confrontos de espadas e outras coisas que aleijam.
Qual é o lado mais desafiante de filmar tudo tao rápido, neste caso para formato cinema?
O desafio é sempre o mesmo: conseguir contar uma história que não só seja cativante mas que, acima de tudo, faça rir quem a for ver. O propósito primeiro de avançar para esta aventura foi um acordo, entre todos os membros da equipa que está na génese do Por do Sol, em fazer um filme e não apenas um episódio adaptado para o grande ecrã. Estávamos certos de que o que queríamos fazer era tirar o máximo partido do meio cinematográfico (as escalas dos planos, a fotografia, a música, o som, os próprios actores e a maneira como representavam) de maneira a que o resultado final fosse o mais certeiro ponto final nesta epopeia da cereja.
Como queriam terminar esta história?
O capítulo final desta saga tinha de ser espectacular, até mesmo porque na base da história está o surgimento de um dos mais importantes vilões que partem copos com as mãos, de sempre. E essa ambição, evidentemente, acarretou consigo uma exigência e acima de tudo uma dimensão de tudo em cada cena que levou a que os dias fossem duros, mas ao mesmo tempo muito desafiantes no melhor sentido. O resultado, esperamos, está aí para prová-lo.
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