Como os clubes privados continuam a lucrar em tempos de pandemia
Com a evolução da covid-19, a sobrevivência de clubes de membros como o Soho House ou o The Battery está a dividir opiniões.
Se perguntarmos a vários sócios do Soho House [clube privado que existe em várias cidades de Inglaterra, Estados Unidos da América, entre outros países] como se sentem sobre a abordagem do clube em relação à pandemia do novo coronavírus, receberemos uma enxurrada de opiniões.
"O Soho House acha que pode cobrar cotas às pessoas durante esta pandemia? Isso é uma loucura", diz a diretora da LNA Clothing, Ashley Glasson. "O meu dia já estava a ser mau e isso deixou-me ainda mais irritada."
Sócia do clube de Los Angeles há muito tempo, ela optou imediatamente por congelar o seu plano, em vez de pagar os 3,2 mil dólares em cotas anuais depois. Isto depois de descobrir que o clube, fechado por causa da covid-19, estava a oferecer apenas crédito pelos meses perdidos, em vez de suspender a cobrança.
Sean Fitzgerald, um residente de Chicago, é mais otimista. "Acho que a Soho House está a fazer o melhor que pode", diz Fitzgerald, que é sócio há cinco anos. "É verdade que sinto falta do clube, mas fiquei empolgado por usar o meu cheque de estímulo para gastar com produtos de spa."
Em declaração por e-mail, o Soho House explicou que os membros recebem o equivalente proporcional às suas cotas anuais, dependendo de quanto tempo os clubes estão fechados; créditos para março e abril já foram aplicados. Estes créditos podem ser gastos em produtos ou economizados para uso em quartos ou comida e bebidas quando as instalações forem reabertas.
Para os clubes, é uma corda bamba, pois o distanciamento social desafia o setor que antes prosperava. Assim como muitos restaurantes e bares, a ideia é continuar a captar dinheiro suficiente todos os meses para cobrir impostos de propriedade e outras despesas sem frustrar e potencialmente alienar o seu bem mais precioso: os sócios. (E certamente não querem uma ação coletiva.)
Grande negócio
Somente os EUA possuem aproximadamente 3,5 mil clubes privados com receitas 1 milhão de dólares ou mais, de acordo com o Club Benchmarking, um serviço de dados. Os clubes americanos contribuem com mais de 3,75 bilhões de dólares em impostos, atendem a um total de mais de 2 milhões de associados e injetam 21,5 bilhões de dólares na economia a cada ano, de acordo com a National Club Association (NCA).
Um clube médio obtém 43% da receita com cotas de associados e 27% com vendas de alimentos e bebidas, de acordo com o Club Benchmarking. As despesas mensais podem facilmente chegar a seis dígitos, mesmo durante uma pandemia. As cotas de associados contribuem com cerca de 70% dos custos operacionais fixos, incluindo a folha de pagamento que cumulativamente emprega cerca de 450 mil funcionários de clubes em todo o país.
"Na [recessão de] 2008 e 2009, os clubes eliminaram mensalidades ou taxas de adesão", diz Henry Wallmeyer, presidente e diretor-presidente da NCA. E foi um desastre. "Aprendemos com essa lição e estamos incentivando os clubes a não fazer isso desta vez."
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