Terroir, o restaurante que quer por os portugueses a comer ao balcão
Embora em tempos de pandemia não se possa espevitar tanto o espírito de partilha, o novo restaurante da baixa lisboeta promete uma experiência gastronómica rica em paladares de todo o mundo, com um espírito bem português.

Quando Inês Santos e Erik Ibrahim imaginaram que queriam abrir um restaurante só seu, sabiam duas coisas: a comida teria de ser tão deliciosa como a que provaram nas suas viagens pelo mundo, e a cozinha tinha de cruzar a alma espanhola com a portuguesa. Depois, o casal deitou mãos à obra, chamou-lhe Terroir e instalou-o no número 186 da rua dos Fanqueiros, em Lisboa.
"Somos formados em hotelaria pela Escola Superior de Hotelaria do Estoril e quando acabámos o curso fomos para a China. Ficámos lá um ano, eu na área de Food & Beverage, e a Inês na área de alojamento. Quando voltamos deparámo-nos com a crise, com a troika, nessa altura a hotelaria não era uma prioridade, por isso direcionamo-nos para outra área" conta-nos Erik Ibrahim à porta do seu restaurante, que chama logo à atenção pela fachada em azulejos azuis, com uma janela de onde saem cocktails e petiscos para quem assim quiser.

O Terroir foi pensado para ser um sítio de paragem habitual entre amigos: para petiscar, num ambiente descontraído e com a melhor experiência de pairing de vinhos pouco vistos nas prateleiras de supermercado. "Houve um restaurante em França que nos marcou, e que tem vinhos a copo e comida ao balcão, e sentimos que em Portugal faltava esta paixão pela comida ao balcão. A ideia inicial era apenas ser balcão, as pessoas comeriam em pé, mas depois de um estudo de mercado percebemos que era preciso ter um meio termo. Achamos graça que no balcão se trave a comunicação com terceiros, até muitas vezes para perguntar o que a pessoa está a comer" diz, rindo-se.


No início do ano, estava o Terroir prestes a abrir e o mundo fechou-se em copas. Com ideias a fervilhar, Erik e Inês não baixaram os braços e fizeram os ajustes necessários à reabertura. "Pensa-se que o terroir se associa apenas ao vinho, o que não é de todo a realidade. O terroir está presente em todos produtos, é um conjunto de características que faz com que haja um produto final, acaba por ser a identidade, o ADN. O que queremos é que as pessoas venham e desfrutem, não é uma refeição mas uma experiência."


Enquanto isso, chega-nos da janela um Sur, um dos cocktails de autor da carta, que leva pisco, xarope de lichia, clara de ovo e lima kefir (€7), e que é um dos poucos que não alude também ao vinho. Já ao balcão, onde vemos os chefs Miguel Vaz e José Lopes em ação numa cozinha aberta, percebemos que são servidos dois tipos de menus de degustação conforme a época. O menu de nove momentos (€35) percorre as influências do mundo, e inclui alguns pratos que já são um muito pedidos nesta morada - batata doce, leguminosas e aroma de trufa (€3,50) e bola de berlim de bacalhau (€4,50) são exemplos perfeitos - e um menu mais curto, de seis momentos (€27), que apresenta esses mesmos clássicos com outras surpresas pelo meio, como fígados de galinha e aipo de coentrada (€4,50), touro bravo, pêssego e shiitake (€8) ou camarão, manga e caju (€7,50).
Também há opção de pedir à carta e ainda um menu de almoço a €15. A esta proposta, juntam-se os melhores vinhos nacionais, em harmonizações inesperadas às mãos do sommelier Rodolfo Tristão, que integra a equipa como consultor vínico do restaurante.


Embora pequeno, e de momento com capacidade reduzida, o restaurante torna-se ainda mais apetecível graças à decoração e à iluminação, que se tornam parte da experiência. Sobre o balcão, paira um candeeiro-nuvem, desenhado por Miguel Arruda, e na ida à casa de banho deparamo-nos com os "bichos", um conjunto de peças elaborado por Daniela Rodrigues que retrata a história da filoxera que assolou as vinhas na Europa do século XIX. Outra peça em destaque é de autoria do artista plástico Martinho Pita, que com um trabalho de "corte e costura" criou uma alusão à vinha ao longo do espelho e de todo o teto do Terroir.
Onde? Rua dos Fanqueiros, 186, Lisboa. Quando? Quarta e quinta-feira das 18h00 às 19h30 na janela para o exterior, e das 19h30 às 23h00 para refeições; Sexta a domingo das 12h30 às 15h e das 18h00 às 19h30 na janela para o exterior, e das 19h30 às 23h00 para refeições.
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