Os melhores trilhos dos Açores por quem os conhece como ninguém
Foi devido a Mário Leal que o Faial - e por acréscimo todo o arquipélago -, se tornou num destino de eleição para a prática de trail running. Dez anos passados sobre a primeira edição dos Azores Trail Run, pedimos ao criador da prova que nos escolhesse os melhores trilhos dos Açores.
Tudo começou em 2014, com a edição inaugural do Azores Trail Run, que logo nesse ano juntou algumas centenas de atletas para atravessar o Faial a correr, por trilhos e antigos vulcões. Desde então, sempre em maio, o evento cresceu, tornando-se entretanto num dos mais importantes acontecimentos desportivos do arquipélago. Às duas distâncias iniciais de 25 e 42 km, foram entretanto acrescentadas mais duas ultramaratonas, de 65 e 118 km. Na edição do décimo aniversário, realizada no primeiro fim-de-semana de maio, estiveram presentes mais de 700 atletas, a maioria estrangeiros, oriundos de dezenas de países. Como a atleta italiana Enrica Dematteis, que fez história ao tornar-se a primeira mulher a vencer a prova de 118 km. Como afirmou à Must o diretor da prova, Mário Leal, "os Açores podem e devem ser uma referência internacional ao nível do turismo da natureza, especialmente no que aos trilhos e às caminhadas diz respeito. É esse o objetivo principal destas provas, dar a conhecer o território, despertando vontade de voltar a quem cá vem".
CORVO
A ilha conta com dois únicos percursos pedestres, que na verdade se podem fundir num só. O mais longo é o da Cara do Índio, com partida na vila do Corvo e passagem pelos mais importantes geossítios da ilha, incluindo o popular rochedo que lhe dá o nome, mas Mário Leal aconselha "percorrê-los em conjunto, começando desde o centro da Vila do Corvo, com paragem no miradouro, para apreciar a vista panorâmica sobre o casario". Continuando encosta acima, "passam-se depois por antigos abrigos escavados na rocha e interessantes formações geológicas", que antecedem um atalho até ao local onde, à direita, a erosão foi esculpindo no basalto a famosa Casa do Índio. Daí pode-se continuar até ao Caldeirão para percorrer o trilho que se desenvolve no seu interior. Com 300 metros de profundidade e cerca de três quilómetros e meio de perímetro, a cratera conta com uma lagoa onde há quem veja, na configuração natural de línguas de terra estendidas entre os lençóis de água parada, as nove ilhas dos Açores.
Cara do Índio e Caldeirão
Partida: Vila do Corvo
Chegada: Caldeira
Extensão: 15 km
Dificuldade: Média
FLORES
Nesta ilha, a escolha recai sobre dois trilhos. O primeiro "liga a Fajã Grande à vila das Lages das Flores, no extremo oposto da ilha, com passagem pelas aldeias da Fajãzinha e dos Mosteiros". Esta última, com apenas 6,2 km2 e cerca de 40 habitantes, fica encaixada num vale profundo, onde a aparente pacatez esconde, no entanto, emocionantes histórias de piratas. Nas traseiras da Igreja existe mesmo um mausoléu encimado, ao melhor estilo dos piratas, por uma misteriosa caveira entre duas tíbias. Na saída sul da localidade fica o miradouro que permite apreciar, em toda a sua grandiosidade, a majestosa Rocha dos Bordões, uma formação geológica com 570 mil anos, resultante do arrefecimento rápido da rocha basáltica em altas colunas prismáticas verticais, com cerca de 20 metros de altura. O segundo trilho sugerido por Mário Leal é conhecido como "Escadinhas do Céu" e liga igualmente a freguesia da Fajã Grande, desde o nível do mar, até ao ponto mais alto da ilha, o Morro Alto, a 914 metros de altitude, com passagem pelo emblemático Poço do Bacalhau, uma queda de água de 95 metros que desagua numa piscina natural.
Da Fajã Grande à Vila das Lages
Partida: Fajã Grande
Chegada: Lages das Flores
Extensão: 17 km
Dificuldade: Média
Escadinhas do Céu
Partida: Fajã Grande
Chegada: Morro Alto
Extensão: 6,5 km
Dificuldade: Alta
FAIAL
Na ilha que teve a primeira Grande Rota do Arquipélago e da qual é natural, Mário leal opta por um percurso "ainda não oficial, mas já em processo de homologação", redescoberto devido ao "trabalho de arqueologia dos trilhos" desenvolvido nos últimos dez anos pela organização do Azores Trail Run. O troço liga a Rocha da Fajã da Praia do Norte ao Vulcão dos Capelinhos e está integrado numa segunda grande rota, a dos Baleeiros, ainda não marcada no terreno. Desenvolve-se ao longo um caminho de pedra com centenas de anos, "possivelmente construído pelos primeiros povoadores da ilha". Quem a pretender percorrer pode descarregar o trajeto na internet, através da página do Azores Trail Run. Outra sugestão, esta situada nos arredores da cidade da Horta, é o trajeto circular Entre Montes. Apesar da pequena extensão e portanto acessível a todo o tipo de caminhantes, passa por alguns dos locais mais emblemáticos deste bonito recanto faialense, como é o caso do Monte do Queimado, do Monte da Guia, da praia de Porto Pim e da Ponta do Neptuno. Quanto ao terreno, é também ele bastante variado, como é esperado, sendo possível percorrer zonas de areia, de bosque, trilhos íngremes (tanto a subir como a descer) e escadarias de madeira, tudo isto com uma vista deslumbrante sobre as baías da Horta, das Caldeirinhas, do Porto Pim e, um pouco mais além, a sempre omnipresente montanha do Pico.
Da Rocha da Fajã ao Vulcão dos Capelinhos
Partida: Fajã da Praia do Norte
Chegada: Vulcão dos Capelinhos
Extensão: 8 km
Dificuldade: Média
Entre Montes
Partida e chegada: praia de Porto Pim
Extensão: 3,5 km
Dificuldade: baixa
PICO
Apesar da famosa subida à montanha mais alta de Portugal, no Pico Mário leal aconselha antes o Caminho dos Burros, que "atravessa, de sul para norte, uma das zonas mais bem preservadas da ilha, onde a paisagem se mantém quase intocada". Ao longo do percurso podem ser avistados diversos locais ligados à história geológica do Pico, como a zona conhecida como Cabeços do Mistério, onde teve início a erupção de 1562-64, a mais longa desde o povoamento dos Açores. O trilho tem duas variantes, podendo optar-se por terminar em São Miguel Arcanjo ou por continuar até à Baía das Canas, uma zona ligada à cultura do vinho, junto ao Parque Florestal da Prainha.
Caminho dos Burros
Partida: Caminho das Lagoas
Chegada: Baía das Canas
Extensão: 11,5 km
Dificuldade: Média
SÃO JORGE
Apesar das muitas opções em termos de trilhos nesta ilha, Mário Leal não tem dúvidas em eleger uma das caminhadas mais famosas de São Jorge como uma das suas favoritas em todo o arquipélago. Trata-se do caminho que liga a o miradouro da Serra do Topo à Caldeira da Fajã de Santo Cristo e à Fajã dos Cubres. Sem acesso a automóveis, os únicos meios de transporte são o barco e a moto 4, que nos últimos anos substituiu os tradicionais burros. Ou, claro, a pé. Tem início a cerca de 700 metros de altitude, descendo-se através de ingremes pastagens, com passagem por diversas cascatas, que convidam a um refrescante mergulho. A caminhada prossegue, encosta abaixo, com o vagar que se impõe para apreciar a paisagem. Ao longe, avista-se finalmente a Fajã, com o seu casario disperso ao longo da lagoa. Sempre num constante sobe e desce, o percurso continua, agora junto à costa, com passagem pelas fajãs dos Tijolos e do Belo, para finalmente terminar na fajã dos Cubres, uma das mais bem preservadas de toda a ilha, que deve o nome a umas pequenas plantas de flores amarelas, aqui abundantes.
Serra do Topo – Caldeira da Fajã de Santo Cristo – Fajã dos Cubres
Partida: Miradouro da Serra do Topo
Chegada: Fajã dos Cubres
Extensão: 9,5 km
Dificuldade: Alta
GRACIOSA
Nesta pequena ilha existem vários percursos pedestres, alguns deles ainda por marcar, como o que Mário Leal menciona e que liga a Baía da Folga à Caldeira. Tem inicio junto ao mar, no velho porto de pesca, também conhecido pela esplanada do popular restaurante Estrela do Mar. Bem lá no cimo, é com bastante surpresa que a maioria dos caminhantes olha para a Caldeira da Graciosa, uma ilha conhecida pela sua aridez, pois mal se entra na cratera, tudo muda por completo, com a vegetação rasteira do resto da ilha a dar lugar a uma frondosa floresta de criptomérias, acácias, pinheiros e incensos. Um dos melhores locais para apreciar esta inusitada paisagem é desde o miradouro natural da Furna da Maria Encantada, um tubo lávico com cerca de 60 metros, com vista panorâmica sobre a Caldeira.
Baía da Folga à Caldeira
Partida: Baía da Folga
Chegada: Caldeira da Graciosa
Extensão: 4 km
Dificuldade: Baixa
TERCEIRA
Nesta ilha a opção são os Trilhos da Serra de Santa Bárbara, que integra o Parque Natural da ilha da Terceira, no interior da qual se encontra inclusive a Reserva Integral da Caldeira da Serra de Santa Bárbara, que ostenta uma das mais bem conservadas manchas de vegetação natural dos Açores e como o nome indica tem o acesso interdito. Este verdadeiro paraíso é no entanto agora mais acessível, desde a inauguração, no final do ano passado, de dois passadiços em madeira, um a sul, com uma extensão de 324 metros, e outro a norte, com 245 metros de cumprimento, ao longo dos quais são disponibilizadas várias zonas de contemplação e miradouros, de onde se pode apreciar uma vista privilegiada sobre as turfeiras de esfagno e manchas de Laurissilva dos Açores existentes no interior da cratera.
Trilhos de Santa Bárbara
Partida: Santa Bárbara
Chegada: Serra de Santa Bárbara
Extensão: 9 km
Dificuldade: Média
SÃO MIGUEL
Na maior ilha do arquipélago não faltam propostas de caminhadas, mas Mário leal prefere sugerir alguns percursos menos conhecidos, como estes dois, situados no concelho da Povoação. Um liga a Povoação até ao vizinho miradouro do Pico dos Bodes, de onde se obtêm uma vista panorâmica a 360º, que abrange toda a costa desde o Faial da Terra até Vila Franca do Campo, a cerca de 30 km de distância. O outro, do Sanguinho, é desde há muito considerado um dos mais belos percursos pedestres da ilha e liga a freguesia de Faial da Terra à cascata do Salto do Prego. Acompanha um curso de água através de uma densa floresta, num constante sobe e desce que termina numa clareira abobadada por altas árvores, onde o prémio final é uma cascata com mais de 10 metros de altura. O regresso pode fazer-se pelo mesmo caminho ou seguir até ao Sanguinho, uma pequena e isolada aldeia, parcialmente recuperada como unidade de alojamento, situada bem no topo da encosta, de onde se desce, por um caminho empedrado, de regresso ao ponto de partida, sempre com uma vista deslumbrante sobre o vale e o oceano em fundo.
Pico dos Bodes
Partida: Povoação
Chegada: Pico dos Bodes
Extensão: 5 km
Dificuldade: Alta
Sanguinho
Partida: Faial da Terra
Chegada: Cascata do Salto do Prego
Extensão: 10 km
Dificuldade: Média
SANTA MARIA
Nesta ilha são duas as opções sugeridas por Mário Leal. A primeira é um troço integrado na grade Rota de Santa Maria, que liga a Baía de São Lourenço à Maia. Tem início na bonita Baía de São Lourenço, conhecida pelas impressionantes pelas vinhas em socalcos, à freguesia do Santo Espírito. "Nesta primeira parte, um dos pontos altos é a passagem pelo geossítio do Poço da Pedreira". Atingida a bonita igreja do Santo Espírito segue-se de novo em direção ao mar, em direção à Maia, com a descida a ser feita pela arriba rochosa, também aproveitada para a cultura de vinha. Desde aí é obrigatório olhar para trás para contemplar a cascata do Aveiro, uma das mais altas do país, com cerca de 100 metros. A outra sugestão tem início na Vila do Porto e percorre a Costa Sul, com passagem pelo geossítio da Pedreira do Campo, um monumento natural com camadas de fósseis marinhos e "pillow-lavas", que mostram como Santa Maria esteve submersa durante milhares de anos. Pelo topo da falésia continua-se até à gruta artificial do Figueiral e daí até à Prainha, de onde se alcança a vizinha praia Formosa, um dos principais centros balneares da ilha. Quem quiser caminhar mais um pouco pode continuar até ao Pico Alto, por um troço recentemente inaugurado, com cerca de 5 km, que conduz até ao ponto mais elevado da ilha, com 600 metros de altitude.
De São Lourenço à Maia
Partida: Baía de São Lourenço
Chegada: Maia
Extensão: 11 km
Dificuldade: Média
Costa Sul
Partida: Forte de São Brás, Vila do Porto
Chegada: Praia Formosa
Extensão: 8 km
Dificuldade: Média
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