Do Japão para Lisboa: Sokyo Lisbon, a nova galeria de arte da cidade
Há um novo destino artístico em Lisboa que renova a ligação entre Portugal e o Japão, iniciada no século XVI e confirma Lisboa como uma das capitais mais excitantes para artistas e colecionadores - é impossível passar pela rua de São Bento sem reparar nela.
Aberta desde finais de outubro no número 440 da Rua de São Bento, "é a primeira galeria internacional da Sokyo", explica-nos a responsável, Joana Pessoa. A Sokyo Lisbon inaugurou com uma exposição da consagrada artista Mishima Kimiyo, de 88 anos. "Optamos por inaugurar com esta exposição de Mishima Kimiyo porque ela é uma das artistas contemporâneas japonesas com maior reconhecimento. Ela já tem a obra presente em várias instituições privadas em todo o mundo como o British Museum ou o The Art Institute of Chicago" explica, acrescentando que "o trabalho dela é muito interessante não só pela técnica mas também pela temática que une todos os trabalhos, que é o consumismo, o excesso de informação, o lixo e o desperdício. É interessante pensar que a artista começou a abordar estes temas muito antes de se começar a falar neles."
Mishima Kimiyo começou a sua carreira nos finais dos anos 50, a criar colagens. "Este é o trabalho mais antigo que nós temos, e é feito com bilhetes e anúncios de apostas de corridas de cavalo, e que mostram como era a sua metodologia. Tinha materiais impressos reais e não queria desfazer-se deles, porque ia acumulando muito papel, então deu-lhes uma segunda vida. Já há muito poucas colagens da artista disponíveis" explica a responsável acerca de uma das peças exibidas na galeria, neste caso um quadro que data de 1969. É uma obra histórica.
São as experiências com o conceito tridimensional em cerâmica que mais sobressaem nesta exibição, para onde o trabalho da artista japonesa evoluiu a seguir às colagens. "A técnica na qual se dedicou é a da serigrafia aplicada na cerâmica. Embora não se intitule uma ceramista, porque também tem trabalhos noutros meios, a grande maioria da sua obra é em cerâmica." No centro Sokyo Lisbon figura uma obra de 1974, composta por 15 peças - sacos de papel amarrotados - que representam o início das experiências da artista em cerâmica, ainda sem serigrafia ou pintura, apenas com aplicação de vidrado em algumas peças.
Também os famosos comic books da artista estão em exibição na Sokyo Lisbon. "Há muita gente que conhece o trabalho da artista pelos comics books, feitos em cerâmica pintada à mão e com serigrafia no interior." Há também trabalhos mais recentes como as latas de refrigerantes (altamente tóxicas para o meio ambiente) de 2018. "As latas, embora aqui sejam em conjunto, também são vendidas individualmente. São feitas em cerâmica e pintadas à mão." As etiquetas, suspensas, são uma alegoria à era do consumo. A obra mais recente é de 2020. "É um jornal recriado em cerâmica com serigrafia e, como a artista utiliza materiais impressos reais, há sempre referências temporais. Neste caso esta peça é uma capa do The New York Times de 1986. Temos sempre referências relativas ao período em que ela viveu, neste caso até conseguimos ler as notícias daquele dia" conclui.
A exibição prolonga-se até dia 16 de janeiro, e a Sokyo Lisbon prevê novas exposições de dois em dois meses. Está aberta de terça a sexta-feira das 11h às 19h e aos sábados das 10h às 14h. Para reservas: art@sokyolisbon.com ou 925 552 534.
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