Ainda se lembra do Opel Kadett?
As efemérides são assim: parte-se do presente, viaja-se até ao passado e lá se encontra (mais) um marco da história do Automóvel. Em 1962, nascia o Opel Kadett.

A tão necessária cronologia dos factos
Já tinha havido um Opel Kadett, entre 1936 e 1940. Mas o que nos interessa aqui é o renascimento desse nome, em pleno boom económico que a então República Federal da Alemanha vinha registando no pós-II Guerra. O ano é 1962: Mané Garrincha fazia as delícias do mundo do futebol e levava para o Brasil o Mundial do Chile; o planeta esteve à beira de um caos nuclear, com a crise dos mísseis de Cuba; e, cá pelo burgo, o Benfica levantava a segunda Taça dos Campeões Europeus, batendo em Amesterdão o Real Madrid por 5-3. No cinema, dois acontecimentos opostos: a morte de Marilyn Monroe e a estreia no grande ecrã de um espião ao serviço de Sua Majestade britânica – James Bond, claro, em Dr No.

A viagem do presente até ao passado
Não deixa de ser curioso que no mesmo ano em que o Astra recebe a sua sexta geração (a última com motores a combustão, já que o fabricante alemão se vai converter em 100% elétrico), se comemorem as seis décadas do modelo que veio substituir, precisamente o Kadett. Nesses idos de 1962, há já algum tempo que a Opel preparava o lançamento de um modelo familiar de pequena dimensão, com duas portas (sedan e coupé) e também com três, a carrinha "Car-A-Van", que é um must no construtor de Russelsheim.
O Kadett A, assim foi chamado, foi a verdadeira encarnação do chamado milagre económico alemão. Depois de uma década de 50 bastante dura, a classe média da Alemanha do lado de cá (a situação era bem diferente para lá do Muro de Berlim) começava a dispor finalmente de poder de compra para adquirir um bem que continuava a ser utilitário, mas que se tornara ao mesmo tempo lúdico, familiar. Principais destaques: espaço para quatro passageiros, uma grande bagageira, motor 1-litro a desenvolver 40 cavalos e baixos custos de fabrico e manutenção. A velocidade máxima era de uns honestos 120 km/h (nada mal para a época) e no ano seguinte o coupé recebia um motor "puxado" até aos 48 cavalos, que atingia os 130 km/h. A tampa do depósito de combustível situava-se no exterior, coisa que não acontecia num certo outro construtor alemão. "Nunca sentirá o cheiro de gasolina no porta-bagagens", era um mote, no que foi considerado uma indireta (bastante direta, diga-se) para Wolfsburg.

Razões para o sucesso
O baixo peso era um trunfo adicional – 670 kg (720 kg na carrinha) – e o preço de venda ao público a partir dos 5000 deutsche marks (qualquer coisa como 50 contos na nossa anterior moeda) tornava-o competitivo e acessível. Os engenheiros que projetaram o Kadett A mantiveram a produção o mais simples possível: a carroçaria era constituída por 12 componentes principais e os painéis laterais eram feitos de uma única chapa de aço. As articulações da suspensão e da direção não necessitavam de copos de lubrificação e os custos de manutenção e das peças sobressalentes foram limitados ao mínimo possível: uma inspeção aos 10 mil km, incluindo materiais, custava apenas cerca de 30 marcos (300 escudos na moeda antiga). O design era elegante e a linha de cintura da carroçaria era baixa. Isso e a ampla superfície vidrada contribuíam para proporcionar uma boa visibilidade. Entre 1962 e 1965, quando foi lançado o Kadett B, a Opel produziu quase 650 mil unidades do Kadett A.
Depois do A vem o B... e o C, e por aí adiante até ao E
A segunda geração do Opel Kadett via a luz do dia em 1965, tendo a Opel aproveitado para introduzir melhorias técnicas no modelo, para além das visíveis alterações de design: o novo modelo era 5% mais comprido, 7% mais largo e 9% mais pesado, embora um centímetro mais baixo – a aerodinâmica começava a fazer a sua entrada na indústria automóvel. Manter-se-ia até 1973, ano em que o Kadett C fez a sua aparição. Viria a ser o último tração traseira, já que em 1979, quando o Kadett D o substituiu, tornou-se o primeiro "world car" do universo General Motors e estreou a tração à frente.
Em 1984, a última geração – o Kadett E – surgiu no mercado com uma silhueta revolucionária: a aerodinâmica apurada e a forma de "gota" contrariavam a prática estilística dos anos 80, com ângulos e linhas direitas, e anunciavam uma nova era no design automóvel. Manter-se-ia em produção até 1995, ano em que, ao fim de 33 anos de leais serviços, o Opel Kadett saía de cena e era substituído pelo atual Astra.

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