Prazeres / Artes

Uma exposição de arte que é um recife

A “Art Reef” é a nova exposição do artista plástico Vhils. Está no fundo do mar, foi feita com materiais oriundos de centrais termoelétricas desativadas e vai ser a casa de milhões de peixinhos. Marque já uma visita e não se esqueça das barbatanas.

Foto: fotojornalista Nuno Sá
21 de setembro de 2023 | Madalena Haderer

Parece uma coisa saída de um romance de Júlio Verne, mas não é. Se quiser ver a mais recente exposição do artista plástico Vhils, intitulada Art Reef, vai ter de vestir um escafandro, perdão, um fato de mergulho e rumar ao fundo do mar, ao largo de Albufeira, no Algarve. Numa parceira com a EDP e com a Câmara Municipal de Albufeira, Vhils usou peças e maquinaria oriundas de centrais termoelétricas desativadas para criar uma exposição que visa homenagear quem vive do mar, e que cumpre, ao mesmo tempo, a função de recife, atraindo e protegendo a vida marítima. Esta é a primeira exposição submersa alguma vez criada em Portugal

Evento de apresentação do projeto, esta semana, em Albufeira (Catarina Barradas, diretora de marca EDP, Alexandre Farto (Vhils); José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira)
Evento de apresentação do projeto, esta semana, em Albufeira (Catarina Barradas, diretora de marca EDP, Alexandre Farto (Vhils); José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira) Foto: EDP Art

A Art Reef tem uma área de 1.250 metros quadrados e consiste em 13 obras peças – oito de ferro e cinco de betão – agrupadas em seis conjuntos que foram colocados a uma profundidade mínima de 10 metros

Considerada a primeira exposição submersa alguma vez criada em Portugal. A Art Reef é agrupada em seis conjuntos que foram colocados a uma profundidade mínima de 10 metros.
Considerada a primeira exposição submersa alguma vez criada em Portugal. A Art Reef é agrupada em seis conjuntos que foram colocados a uma profundidade mínima de 10 metros. Foto: EDP

Todos os materiais utilizados foram alvo de um processo de descarbonização e descontaminação. Protegidas das correntes, as peças do Art Reef foram colocadas numa posição privilegiada para fazer crescer a vida no novo recife. Além de espaço para que as espécies marinhas ali passem e se instalem, as obras de Vhils vão ter corais vivos implantados, para acelerar o crescimento do ecossistema, numa parceria com o projecto algarvio Plant a Coral

As peças vão servir de espaço para que as espécies marinhas ali passem e se instalem. Obras consideradas corais vivos implantados, com o objetivo de acelerar o crescimento do ecossistema.
As peças vão servir de espaço para que as espécies marinhas ali passem e se instalem. Obras consideradas corais vivos implantados, com o objetivo de acelerar o crescimento do ecossistema. Foto: EDP Art

Duas das peças mais emblemáticas desta exposição chamam-se Periscópio e Carcer. A primeira é uma escultura cilíndrica com 5,30 metros de altura e 4,77 metros de diâmetro; já a segunda consiste numa composição cum tanque de ferro com 2,80 metros de altura, 3 metros de largura, e uma sapata em betão com 4,20 metros de largura e 3 metros de comprimento. Estas duas esculturas estiveram em exposição na zona do Cais do Sodré, antes de serem submergidas. Se não teve oportunidade de as visitar, agora, só mesmo vestindo o fato de mergulho. 

Periscópio e Carcer, as duas das peças mais emblemáticas desta exposição.
Periscópio e Carcer, as duas das peças mais emblemáticas desta exposição. Foto: EDP

A proximidade da Marina de Albufeira vai facilitar o acesso de visitantes, reduzindo os riscos associados ao mergulho, para quem queira ver a exposição mesmo de perto. Para tal, terá de contactar uma de 19 empresas de mergulho sugeridas pela EDP. Outros visitantes, talvez menos aventureiros, poderão ver a exposição de dentro de barcos, uma vez que naquela área a água é bastante transparente. 

No site da EDP tem todas as informações que precisa para marcar a sua visita.

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