"Now and Then": a nova (e última) música dos Beatles
Paul McCartney e Ringo Starr, os dois únicos Beatles ainda vivos, acabam de lançar aquela que será a última canção da banda. Tem música e letra de John Lennon e participações de todos os outros elementos, incluindo George Harrison.
Em cinema, é sabido que os falsos finais são das coisas que mais irritam os espectadores. Ou seja, um filme que caminha para o seu fim aos solavancos. Há um clímax, uma descarga emocional, parece mesmo que o filme vai acabar, vestimos o casaco, mas a ação continua. Se isto acontecer duas ou três vezes, o público perde a paciência e a classificação do filme ressente-se. Esta é, por exemplo, uma das queixas mais comuns sobre o final de O Senhor dos Anéis. E, no entanto, outras coisas têm vários fins sem que isso cause frustração. Em muitos casos causa apenas multiplas ondas de comoção, nostalgia e tristeza. Pensemos nos Beatles. Quantas vezes é que o famoso grupo dos rapazes de Liverpool acabou? Pelo menos seis vezes. Em 1970, quando se separaram. Em 1980, quando John Lennon foi assassinado. Em 1995, quando os elementos sobreviventes lançaram a música Free as a Bird e, um ano depois, quando lançaram Real Love. Em 2001, quando George Harrison morreu. E agora, com o lançamento de Now and Then, aquela que será a última música de sempre dos Beatles – um comovente hino ao que foi, ao que podia ter sido e ao que continuará a ser para todos os fãs presentes e futuros.
Antes de morrer, John Lennon deixou uma cassete com demos de músicas compostas por si, que cantava e tocava no piano, na qual escreveu "For Paul" (para o Paul). Em 1994, Yoko Ono entregou a cassete a Paul McCartney e os três elementos do grupo começaram a trabalhar nessas músicas, transformando-as nos dois êxitos póstumos que o público veio a conhecer como Free as a Bird e Real Love. Mas a cassete continha uma terceira demo que esteve quase 30 anos sem ver a luz do dia, porque, por mais que Paul, Ringo e Harrison tentassem, era um diamante em bruto que não conseguiam polir. E desistiram.
Numa curta-metragem de 12 minutos, criada para acompanhar o lançamento de Now and Then, Paul McCartney explicou o episódio: "Era muito difícil ouvir o piano e, claro, naquele tempo, não havia a tecnologia para separar [os sons], […] noutros momentos, precisávamos de ouvir melhor a voz do John e o piano sobrepunha-se. Fomos ficando desanimados, o tempo chegou ao fim e Now and Then ficou a definhar num armário."
Em 2021, aconteceu uma coisa que levaria Paul e Ringo a soprar o pó à velha demo: Peter Jackson, o realizador de O Senhor dos Anéis – a vida tem coincidências engraçados –, realizou e produziu Get Back, uma minissérie documental sobre os Beatles. Jackson tinha a tecnologia necessária para separar e tornar mais claros os sons da demo, e Paul e Ringo decidiram mandar-lhe a cassete. A voz que Jackson lhes devolveu tinha uma tal clareza e limpidez que era como se John estivesse ali mesmo, com eles no estúdio – um momento particularmente tocante da curta-metragem.
Com os sons separados, podiam agora aumentar a voz de John sem aumentar também o piano, que tinha sido um dos problemas. Paul pode adicionar-lhe o baixo, Ringo acrescentou a bateria, e foram buscar o solo de guitarra que Harrison havia gravado para a tentativa frustrada de 1995. Finalmente, a demo começava a parecer-se com alguma coisa. O resultado final é uma música comovente, que parece, ao mesmo tempo, um hino à amizade e ao amor e uma despedida. Algo que se sente com particular pungência se ouvirmos a música enquanto vemos o videoclip realizado por Peter Jackson, que, como seria de imaginar, o transformou num último tributo à banda. Com uma mistura de imagens dos cantores em jovens, em concertos, e gravações mais intimistas, feitas durante sessões de estúdio e em família. A determinada altura, vemos John Lennon ainda vivo a tocar ali mesmo, ao lado de um Paul McCartney com 81 anos e de um Ringo Starr com 83, acompanhados por um também vivo (e jovem) George Harrison.
Now and Then é, em todos os aspectos, uma última canção perfeita. Se John soubesse que esta seria a sua última música, dificilmente teria feito melhor trabalho.
Paul McCartney revisita carreira, conquistas e êxitos em novo documentário
Numa conversa one-on-one com o produtor musical Rick Rubin, o artista recorda os momentos áureos da sua carreira em 'McCartney 3,2,1,' a estrear em julho na Hulu.
Fotografias mais icónicas de Annie Leibovitz celebradas num livro XXL de edição limitada
Editada pela alemã Taschen, esta obra traz um olhar abrangente sobre a carreira da fotógrafa, numa versão perfeita para decorar a mesa de centro da sala.
Fotografias inéditas de António Variações estão pela primeira vez à venda
Cinco fotografias do célebre cantor António Variações, tiradas pela fotógrafa Teresa Couto Pinto, estão disponíveis para compra.
Paul McCartney: como é que o ex-Beatle gasta (e investe) a sua fortuna
Aos 79 anos, o artista britânico conta com um património avaliado em mais de 1,200 milhões de dólares.
Tom Cridland: homem dos mil ofícios canta Elton John
É já esta sexta, dia 29 de dezembro, que Tom Cridland apresenta o espetáculo "The Rocket Man Experience" no Casino Estoril. Este inglês filho de mãe portuguesa atirou-se à música sem nenhum background. Fez o mesmo com a Moda. Vale a pena conhecer a sua história.
A razão pela qual a nova autobiografia de Paul McCartney é uma raridade
Aos 78 anos, esta é a primeira vez que o artista revela tanto sobre si próprio num livro.
Valsa perdida de Chopin foi encontrada
Foram precisos 200 anos para que esta música do compositor polaco voltasse a ver a luz do dia. Foi descoberta por acaso, no arquivo de um museu nova iorquino, e diz quem sabe que foi, provavelmente, escrita em tenra idade e que o mais provável é que o músico preferisse que continuasse escondida numa gaveta.
Depois de cinco anos de restauro, a catedral parisiense volta a abrir, com inauguração nos dias 7 e 8 de dezembro.
Criada por José Ferreira Pinto Basto em 1824, num mundo em tudo tão diverso do nosso, a Vista Alegre está viva e de boa saúde. As comemorações do bicentenário iniciaram-se com o lançamento do prato de calendário "Duck Time", assinado pela dupla italiana ALE+ALE.
Monuments é a primeira mostra nacional do artista especializado em retratos em vidro com inauguração marcada para 15 de novembro.
No dia 26 de outubro, o segundo centenário da marca é assinalado no Teatro Vista Alegre, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, num leilão de peças para os maiores colecionadores de porcelana.