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O esgotamento altera o cérebro, afirmam especialistas

Se experienciar falta de energia, um declínio no sentido de pertença e uma diminuição da auto-estima, pode estar à beira de um burnout.

Foto: Getty Images
14 de março de 2022 | Andriana Barbos

Amy Arnsten, neurociêntista da Escola de Medicina de Yale, confirmou num estudo recente que as pessoas, por parte também devido à pandemia e agora à Guerra, começam a mostrar sintomas de estarem "mais irritáveis, destrutivas e menos motivadas." Podem estar à beira daquilo a que chamamos esgotamento, ou burnout, confirma por sua vez Kira Schabram, professora na Foster School of Business da Universidade de Washington, ao The New York Times, num artigo sobre o tema.

A solução para evitar ou curar um esgotamento não passa simplesmente pelo descanso. Schabram sustenta que há duas outras dimensões igualmente importantes para a causa deste problema, a "ineficácia, sentimento de que já não se está realmente a realizar as coisas, e o sentimento de alienação". Dado isto, é importante compreender como o cérebro reage ao burnout, pois mostra às pessoas que muitas das suas reações fazem parte de um "fenómeno natural", assegura Arnsten.

Sabemos que o stress crónico contribui para as doenças mentais e físicas, certamente os investigadores já tem a capacidade de captar o que acontece ao cérebro nestas circunstâncias. "Um dos efeitos mais marcantes é o desgaste da matéria cinzenta do córtex pré-frontal, que nos ajuda a agir adequadamente e a tomar decisões complexas com um raciocínio ponderado e abstrato", disse Arnsten.

Ao enfraquecer esta área, os especialistas confirmam que o burnout pode ter impacto na nossa capacidade de prestar atenção e reter memórias, tornando mais difícil a aprendizagem. Para além disto, pode aumentar a amígdala, que é a parte do cérebro responsável pela nossa resposta ao perigo, "ao mesmo tempo que o córtex pré-frontal está a ficar mais fraco e mais primitivo, os circuitos cerebrais que geram emoções como o medo estão a ficar mais fortes", disse Arnsten. Começamos a ver um mundo mais negro e nocivo.

Felizmente, estudos mostram que é possível reverter estes danos cerebrais, com base numa terapia cognitiva comportamental. A investigação também salienta que temos a capacidade de evitar que os danos ocorram, "se sentirmos que estamos a controlar o factor de stress, então estas laterções cerebrais não ocorrem", disse Arnsten.

Como minimizar ou tratar este problema? Se é exaustão, dê a si própria permissão para se Auto cuidar, "durma, tire uma folga, tente fazer atividades saudáveis, como exercício físico e uma alimentação equilibrada", sugere Arnsten.

Quando se trata de abordar a sensação de alienação que vem com o burnout, Schabram afirma que a solução pode parecer contra-intuitiva. Ter compaixão pelos outros,  mesmo em pequenos gestos, ajuda a restaurar esse sentimento de pertença, "o ato de fazer algo amável por outra pessoa ajuda a minimizar o sentimento de alienação". O auto-cuidado e o fazer pelos outros ajudam-nos com o esgotamento como também com a auto-estima, aumentando o sentido de realização.

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