IWC: Uma portuguesa em terras suíças
A IWC surpreendeu recentemente com uma nova coleção de Pilot Watches, muito high tech e com caixa em cerâmica colorida. A MUST esteve à conversa com uma das responsáveis pela novidade, a portuguesa Joana Ribeiro.
Na última edição da maior feira mundial de relojoaria, em Genebra, a IWC apresentou uma nova linha de relógios Top Gun Pro Pilot, desenvolvida em conjunto com os pilotos da famosa escola de aviação norte-americana. Mas o mais surpreendente terão sido as caixas em cerâmica colorida, representando os ambientes onde esses pilotos treinam, do deserto do Mojave, às florestas do Utah, passando pelo gelado Lago Tahoe, durante o inverno. As cores foram desenvolvidas em conjunto com a Pantone, seguramente o maior especialista mundial no tema, mas representaram uma dor de cabeça acrescida para as equipas que, em Schaffausen, tiverem de passar a ideia à realidade. Entre elas estava a lisboeta Joana Ribeiro, que desempenha o cargo de Senior Product Manager Technics na marca suíça.
Chamou-nos a atenção ser uma portuguesa a fazer a apresentação internacional dos relógios da IWC. ‘Tem piada, na marca do Português’ pensámos, lembrando que a mais importante coleção da IWC tem esse nome, pois nasceu de uma encomenda vinda de Portugal há mais de 80 anos. Joana Ribeiro estava perfeitamente à vontade no papel, até porque lhe cabe, também, fazer as apresentações técnicas às equipas internas e ainda verificar se toda a comunicação está "tecnicamente correta". Tudo muito técnico, portanto, ou não se tivesse formado em engenharia mecânica no Instituto Superior Técnico.
Quem imagina um mundo da alta-relojaria mais ou menos parado no tempo, onde já tudo foi inventado há séculos, não podia estar mais longe da verdade. A inovação é uma constante nesta indústria, sempre à procura de tornar os seus relógios mais fiáveis, precisos, resistentes e até confortáveis. Foi assim que surgiu a cerâmica da marca, um composto mais resistente que o aço e que não risca - "a menos que vá lá tentar com um diamante, não consegue", explica Joana Ribeiro, e ainda por cima é muito mais leve, "por isso é tão confortável de usar o dia inteiro".
Estes compostos de cerâmica não são propriamente novidade, e a IWC domina o processo há um bom par de anos, embora poucas marcas o façam (pois continuam a estar entre os mais difíceis, e morosos, de trabalhar), mas agora a complexidade aumentou exponencialmente ao introduzir-se as cores na equação…
Joana explica que "no final, temos um produto muito puro de óxido de zicórnia, mas começamos com vários elementos químicos, e todos vão interferir na criação da cor", junto com outros parâmetros, como a temperatura (que pode ultrapassar os 2000 celsius), ou o tempo. O processo "demorou cerca de dois anos e foram necessárias muitas tentativas."
Ou seja, há sensivelmente dois anos receberam o projeto do diretor criativo, e começaram a desenvolver os protótipos em conjunto com a Pantone, e todos os outros fornecedores "porque não se tratava apenas de acertar na cerâmica, mas nos mostradores, nos ponteiros e nas braceletes." O processo não era linear, e uma vez que tinham diferentes elementos, optaram por "tentar, primeiro, atingir os resultados em cada um dos componentes para, depois, acertar num match entre eles" explica. Algo particularmente complexo no caso do bege Mojave Desert, "porque uma coisa é a inspiração" explica, "e outra é ver a cor nos diferentes materiais finais, com o mostrador, os ponteiros e a bracelete. Ver como tudo liga". No caso do Woodland, a maior dificuldade foi sobretudo atingir o tom de verde pretendido, em linha com "os fatos dos pilotos e os tons das florestas que costumam sobrevoar no norte da Califórnia".
Desde pequena que Joana Ribeiro sempre gostou de relógios, e tinha até uma "boa coleção de Swatch", mas foi já na Suíça – para onde emigrou em 2010, quando o marido, inglês, foi convidado a trabalhar no país – que começou a ver a relojoaria de outra maneira: "os relógios, aqui, têm muito mais importância, e como engenheira mecânica, estes mecanismos começaram a despertar a minha curiosidade. Em 2017 entra então na IWC, e não lhe escapou a ligação com o Portugieser, embora lhe acrescente outra: "a IWC também tem uma linha chamada Ingenieur, por isso não podia estar em melhor lugar." Quem sabe se da próxima vez não a encontramos a trabalhar numa destas duas linhas.
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