Um bancário, uma autarca e um padre. Os arguidos que fugiram à justiça
A fuga de João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), é apenas um dos casos mais recentes de arguidos que tentam (e conseguem) escapar às penas.
Na terça-feira passada, João Rendeiro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva. Porém, vários meios de comunicação calculam que este tenha viajado para fora da Europa para escapar à prisão, mais precisamente para um país sem acordo de extradição para Portugal.
"No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar", lê-se no site pessoal de Rendeiro.
O ex-banqueiro foi condenado por ter burlado um embaixador em 2008, que investiu 250 mil euros em obrigações de caixa subordinadas do BPP. Além disso, João Rendeiro já tinha sido punido com cinco anos e oito meses de prisão por ter omitido, entre 2022 e 2008, a situação financeira da instituição bancária, sem esquecer a pena de dez anos que recebeu por ter desviado 13,6 milhões de euros do banco para si mesmo.
Já Maria de Fátima Felgueiras, presidente da autarquia de Felgueiras e da Assembleia-geral do Futebol Clube de Felgueiras nos anos noventa, fugiu para o Brasil após descobrir que seria colocada em prisão preventiva. Em 1999, o então procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, recebeu uma carta a denunciar atividade corrupta, favorecimentos pessoais, tráfico de influências e relações promíscuas entre o clube de futebol e a Câmara Municipal de Felgueiras. Em 2004, a autarca era formalmente acusada de 28 crimes pelo Ministério Público.
Mas o caso mais polémico de arguidos que brincam "à apanhada" com a justiça é o do Padre Frederico, que escapou de Portugal em 1998 após ter sido acusado de assassinar um jovem na Madeira. Embora nunca tenha retornado, o mandato de detenção internacional que foi emitido na altura em seu nome está atualmente expirado.
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