Prazeres / Sabores

BarNeário. De balneário público a tasca de petiscos algarvios

Chama-se assim em homenagem ao edifício logístico que ocupou este icónico jardim de Lisboa, desenhado por Raúl Lino. Estava fechado há 40 anos, mas agora petiscam-se aqui iguarias do sul e bebem-se cervejas artesanais.

Foto: DR
18 de maio de 2022 | Rita Silva Avelar
Quem vê a Casa Raúl Lino, no centro do jardim Mário Soares (ou jardim do Campo Grande, como é mais conhecido), ao longe, não imagina que antes aqui morou um balneário público. É natural: a casa esteve 40 anos fechada. Quando entramos, a história é diferente: os azulejos e a estrutura física denunciam aquilo que outrora foram os balneários de uma Lisboa dos anos 40 e 50, que acabaram por cair em desuso, e se tornaram apenas numa estrutura fechada no meio de um parque.
Petiscos no BarNeário.
Petiscos no BarNeário. Foto: DR


Luís Filipe e Cristina Cabrita, persuadidos pelos três filhos que estudaram nas faculdades próximas, lançaram-se na árdua missão de abrir portas à Casa Raúl Lino, para fazer dela um restaurante com influências do sul. O processo foi longo e atravessou uma pandemia, mas eis que hoje os encontramos sorridentes e bem-falantes atrás do balcão.

Da Casa Raúl Lino fizeram um gastrobar que serve pratos com influências algarvias, elaborados a partir
das mais variadas conservas portuguesas, a acompanhar das cervejas artesanais Marafada ou dos vinhos biológicos como o Meia Praia, ou o Odelouca, do Algarve. Nas entradas há muxama de atum (€8), rolinhos de biqueirão (€5), tarteletes recheadas (€4), ou marinada de carapau picante (€7). A partilha continua adiante com as saladas (€4 a €9) e as tibornas (€9,50) de atum, cavala, lulas recheadas ou sardinhas, só para nomear algumas.
Petiscos no BarNeário.
Petiscos no BarNeário. Foto: DR


Os detalhes em madeira, na decoração, e as peças que os proprietários trouxeram do sul, do arsenal da família, como um enorme armário envidraçado e que tem expostas peças das avós de Luís Filipe (jarros e copos de vidros antigos, e uma balança, por exemplo), dão um toque pessoal ao sítio. E porque nem tudo é passado, há outros detalhes mais contemporâneos como as cadeiras de madeira clara ou as mesas de mármore branco e preto, que acrescentam motivos de charme ao BarNeário. No exterior há uma bela esplanada para se passarem tarde de tertúlias e brindes, sempre numa ótica de celebrar o convívio e a partilha.

Onde? Casa Raúl Lino, Campo Grande Quando? De terça a sexta-feira das 11h30 às 23h; sábado, domingo e dias feriados a partir das 09h30. Reservas 21 050 6118
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