Lamborghini Miura SV, um tesouro escondido numa garagem emparedada
Conheça a história do supercarro dos anos 70 que viveu uma vida de clausura. O dono comprou-o mais para o adorar do que para o conduzir porque, durante quase 50 anos, o pobre veículo mal viu a luz do dia. Até que o dono morreu e um negociante de carros antigos o "libertou".

A história não é nova, mas merece ser contada. Em 1974, o italiano Giuseppe Caprioli comprou um Lamborghini Miura SV – um de apenas dois modelos fabricados em 1971 com a a carroçaria na cor bruno metallizzato e o interior em pelle avana. Comprado para ser adorado mais do que para ser guiado, o Miura SV poucas vezes voltou a ver a luz do dia. Em 1975, esteve em exposição no museu da Lamborghini, em Bolonha, mas, depois disso viveu, na garagem do seu dono, uma vida digna de monge de clausura. Sempre que era abordado por pessoas que queriam comprar-lhe o carro, Caprioli desviava o assunto. Só que ninguém dura sempre, e em abril de 2020, Giuseppe Caprioli morreu, reacendendo uma esperança nos corações dos inúmeros amantes do Miura SV. A esperança, porém, durou pouco porque a família de Giuseppe, assoberbada com as insistentes visitas não anunciadas de potenciais compradores, que tentavam ver o carro a todo o custo, decidiu selar a entrada da garagem com tijolos.
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Podia ser o fim da história, mas não é, até porque, se fosse, não tinha graça nenhuma. Entra em cena Simon Kidston, um negociante suíço de carros antigos que chegou a conhecer Caprioli e que, de resto, tentou comprar-lhe o Miura várias vezes. Num post do Instagram, Kidston conta que o falecido dono era uma "personagem peculiar" que se divertia a pôr os putativos compradores uns contra os outros. "Convidava-os para uma visita, oferecia-lhes café e só muito depois é que lhes mostrava o carro, não sem antes perguntar se não queriam comprar um relógio para provar que eram realmente sérios (sei isto porque bebi muitos cafés com ele)", recorda o negociante.
No seu esforço muito sério e focado de ficar com o Lamborghini Miura SV de Caprioli, Simon Kidston, enquanto não conseguia pôr-lhe as mãos em cima, ia investigando o carro. Foi assim que descobriu que a primeira proprietária era, na altura, uma jovem de 23 anos, que Kidston conseguiu localizar, e que se recorda de conduzir o Miura SV a 280 quilómetros por hora, com o marido a dormir no banco do passageiro – se dúvidas restassem de que os homens têm o sono pesado.
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Só em novembro de 2023, mais de três anos depois da morte de Caprioli, é que Simon Kidston conseguiu, finalmente, comprar o carro, "num leilão fechado organizado pelo advogado da família e, desta vez, ninguém falou em café", conta em tom de brincadeira. Segundo Kidston, além da manutenção expectável para fazer andar um carro que estava parado há 50 anos, o Miura não passou por qualquer alteração estética, mantendo de acordo com o suíço "marcas de charuto na consola central e de gel de cabelo no apoio de cabeça".
Ao site Classic Driver, o negociante de carros antigos conta ter feito todos os esforços para encontrar um comprador italiano para o Lamborghini Miura SV, algo conseguiu. "Queríamos que o carro ficasse em Itália por causa de toda a sua história, e também para preservar as evocativas matrículas da época", explicou. Hoje, o Miura SV tem um novo dono e, de acordo com Kidston, voltou a ser usado como carro de passeio e por um proprietário com um pé tão pesado quanto o da senhora de 23 anos.
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