Aiways U5, o novo SUV elétrico da China com amor
Um SUV elétrico chinês? Mobilidade sustentável vinda do Império do Meio? Napoleão já tinha avisado, não tinha? Quando a indústria automóvel chinesa acordar (já acordou), irá fazer tremer o mundo.
Ai-quê? Aiways.
Comecemos pelo óbvio: que marca é esta, com um nome que quase nos transporta para o negócio das companhias aéreas? A Aiways é um fabricante chinês de viaturas elétricas, fundado em Shanghai em 2017 (ou seja, "ontem", em termos de calendarização de uma nova marca automóvel e de lançamento de um modelo concebido a partir do zero). Em jeito de fait divers, o nome Aiways baseia-se na frase "ài [que significa amor em mandarim] está a caminho".
O modelo U5, esse, foi lançado no mercado interno (chinês) no Salão Automóvel de Pequim de 2018, em finais de abril, e ganhou estatuto universal em inícios do ano seguinte, ao ser apresentado urbi et orbi no Salão de Genebra. Em setembro desse mesmo ano de 2019, recebeu aprovação para o mercado europeu. Depois, bem, depois veio a pandemia. Não obstante, o fabricante chinês lá conseguiu pôr um pé na Europa, entrando primeiro pelo Benelux, depois na Alemanha e em França, estendendo-se posteriormente a mais uma dezena de mercados, incluindo o português.
U5, o primeiro Aiways
Trata-se de um SUV 100% elétrico, equipado com uma bateria de 63 kWh, que alimenta um único motor de 204 cavalos instalado no eixo dianteiro. Não é a manada cavalar mais numerosa, mas serve perfeitamente para movimentar os 1720 kg que o U5 acusa na balança. Comprimento de 4.68m, largura de 1.87m e altura de 1.70m – mas a nível de medidas o destaque vai para a generosa distância entre eixos de 2.80m, que beneficia e muito o espaço no interior do habitáculo.
O fabricante chinês reivindica uma autonomia total a rondar os 400 km WLTP, mas como foi possível constatar logo nos primeiros quilómetros do teste, o consumo médio deverá rondar os 18 a 20 kWh aos 100 km, o que indiciará então uma autonomia real de 300 km mais uns pózinhos, mas não muitos mais. Ainda no que respeita à bateria, o carregamento entre os 20% e os 80% faz-se em 35 minutos num carregador de alto débito, enquanto numa tomada doméstica a carga total deverá demorar cerca de 10 horas – ainda assim, nada mal.
Visto por fora...
Trata-se de um SUV, certo? A "espécie" mais comum no ecossistema automóvel mundial, responsável por quase metade das vendas globais de ligeiros. Então o design exterior é o de... um SUV, pronto, pouco mais há a dizer. De destacar a secção dianteira sem grelha, que lhe dá um toque de personalidade, com luzes LED finas e recortadas em "L" nos cantos do capot. Lá atrás, um fino filete de luz LED vermelha a percorrer toda a traseira do veículo.
... e por dentro
Cortesia da já referida distância entre eixos, o espaço interior do U5 é bastante grande, largo e comprido. Perfeito para acomodar confortavelmente quatro adultos e uma criança (ou um adulto de menores dimensões), sendo que nos lugares traseiros até podem viajar dois "postes" de basquetebol, tal o espaço disponível para as pernas dos ocupantes. O lugar do meio é que é um pouco mais estreito, mais alto e mais... duro. A decoração é clean, algo minimalista, com linhas longas e superfícies amplas. O enorme tejadilho em vidro distribui luz pelos estofos brancos (com que a nossa unidade de teste estava equipada), aumentando ainda mais a sensação de espaço. Uma primeira preocupação – um preconceito, admita-se – foi de imediato dissipada: a qualidade geral de materiais e acabamentos não deixa qualquer margem a críticas. Não sendo um modelo premium (nem a isso a marca quer aspirar), o U5 aguenta perfeitamente a comparação com os seus concorrentes ocidentais. Entre estes, Tesla Model Y, Mercedes EQB, VW ID.3, etc., etc. ...
Ao volante
Ovaloide, se faz favor: achatado nos planos superior e inferior do aro, o volante do U5 traz um ar futurista ao tablier também ele a fazer lembrar a "ponte" (o posto de comando) de uma nave espacial. Mas deixemo-nos de divagações e vamos ao teste: pé no travão, rodela da caixa de velocidades em D, acelerador e... 7.5 segundos depois, vamos a 100 km/h. Nada mal para os 204 cavalos que à primeira vista poderiam parecer escassos. É verdade que não conferem um andamento hiper-excitante ao U5, mas também não é isso que lhes é pedido. O comportamento em estrada é dinâmico q.b. e o baixo centro de gravidade permite alguma agilidade em curvas sucessivas. Digamos que não se arrisca uma overdose de adrenalina, mas também não se morre de tédio. A velocidade máxima é de 150 km/h, limitada eletronicamente, a travagem de bom nível, assim como é a ambiência geral a bordo. Apenas um ligeiro senão: a velocidade mais elevada, o ruído do motor elétrico faz-se ouvir, o que poderá tornar-se incómodo em viagens mais longas.
Em resumo, o Aiways U5 constitui uma oferta honesta: o preço ficará estrategicamente entre os 40 e os 45 mil euros, o que o aproxima à média do mercado para este tipo de EV. Conseguirá impor-se? O tempo o dirá. Como dizia Confúcio, para quem a paciência era uma virtude, "não importa o quanto vás devagar, desde que não pares".
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