Arte e vinhos de mãos dadas na Quanta Terra
Quanta Terra Quanta Arte é a nova exposição que leva ao planalto de Alijó os nomes de Vhils, HelioBray e Paulo Neves. Vai estar patente até ao final do ano e cada visita inclui uma prova de vinhos. E como são bons esses vinhos…

O vinho harmoniza com tantas coisas. Com comida e boa conversa, certamente, mas também com as melhores expressões artísticas, da música às artes plásticas. Tanto a arte como o vinho são emotivos, apaixonantes e, no fundo, só fazem sentido se forem apreciados. Existem inúmeros exemplos dessa ligação entre culturas, como Celso Pereira e Jorge Alves perceberam desde o início, abrindo o espaço da Quanta Terra – a vinícola que ambos criaram – a diversas exposições e concertos. Um compromisso que já lhes valeu, por duas vezes, a distinção Best of Wine Tourism na categoria Arte e Cultura, atribuída pelas Great Wine Capitals.
A mostra deste ano foi organizada com a curadoria da Galeria Contagiarte e marca o regresso de Vhils ao espaço onde já tinha estado em 2023. Desta vez, na companhia de HelioBray e Paulo Neves, num total de 25 peças. A ideia é "explorar o diálogo entre a terra, a matéria e a identidade", revela Rui Pedro, da Contagiarte, explicando como Vhils "escava camadas que revelam a história, como um pintor na tela. HelioBray mistura técnicas e pigmentos que levam a formas conectadas à natureza e, por sua vez, Paulo Neves une escultura e arte, com uma forte ligação à madeira e a materiais orgânicos". Muitas vezes, recorrendo até às aduelas das pipas e dos tonéis como matéria-prima.

O espaço da Quanta Terra foi adquirido em 2022, depois de ter servido durante anos como destilaria, onde a Casa do Douro vinificava as suas aguardentes, essências para fortificar o vinho do Porto. No entender dos dois enólogos, a recuperação do edifício "revelou um espaço demasiado valioso para ficar circunscrito apenas a visitas e provas de vinhos". Admitem que "o vinho é um dos principais motores da economia nacional", mas que, "aliado à cultura, ganha uma força imensurável". Sobretudo "em territórios de baixa densidade populacional".
Do lado da galeria, partilham esse sentimento e reforçam o "privilégio" de expor "obras de arte impressionantes no cenário espetacular e histórico da região do Douro. Não só para os visitantes, mas, acima de tudo, para os residentes, caminhando em prol de mais cultura gratuita para as comunidades".

A exposição pode ser visitada de quarta a domingo, das 10h00 às 17h30, e, como já referimos, inclui uma prova de vinhos Quanta Terra. É, no entanto, aconselhada a reserva prévia, pelo e-mail reservas@quantaterradouro.com ou pelo telemóvel +351 935 907 557.
Quanta Terra à prova
Aproveitando a inauguração da exposição, os dois enólogos deram também a conhecer as novas colheitas de alguns dos seus vinhos mais icónicos, como o Cota 600, um tinto bastante leve, com apenas 12,5 graus. Muito simpático e gastronómico, não será propriamente um vinho para grandes análises contemplativas, mas para dar prazer à mesa, acompanhando até pratos mais leves, como sushi, peixes grelhados e pizzas – pratos que geralmente associamos a brancos ou rosés. O nome fala-nos da altitude das vinhas, e será esse (ou seja, o frio) o segredo para o seu caráter mais leve.

Foi também apresentado o novo Phenomena 2023, um rosé de culto que dispensa apresentações, algo que esta colheita só vem solidificar. Quem ainda não conhece, tem de experimentar.

Já o Wild, como o nome indica, é um rosé rebelde. Sem controlo de temperatura na fermentação e com notas vegetais mais pronunciadas, tem um caráter que associamos mais aos vinhos naturais – daqueles bem feitos. É um monovarietal 100% Pinot Noir, tal como o Phenomena (as uvas vêm da mesma vinha), mas apresenta uma complexidade e textura diferentes. Talvez por isso, a classificação de Clarete lhe assentasse melhor. Até porque tem uma cor bastante carregada para um rosé típico.

Já o Inteiro, tinto de 2014, e o Gold Edition, branco de 2017, são vinhos verdadeiramente especiais e únicos. Ambos estagiaram seis anos em barricas de carvalho francês de 250 litros – o que, para um tinto, já é especial, mas para um branco, é extraordinário. E raro.
O Inteiro soma ainda três anos em cubas de cimento, e ambos passaram mais um ano em garrafa antes de chegar ao mercado. Um longo processo de amadurecimento, "de loucos", confessa Jorge Alves, tudo para que atinjam aquele patamar que os leva diretamente para o topo das listas dos melhores do ano. Apesar de mais antigo, a idade praticamente não se nota na cor do tinto, que continua bem carregado – ao contrário do branco, que já assume aquele tom amarelo-palha que lhe dá o nome. Cremoso, cheio de tensão e complexidade, o Gold Edition acompanha bem aves e queijos, mas também pratos mais pesados.

Já o Inteiro mostra aquilo que um duriense pode ser na sua máxima expressão: poderoso, profundo, com notas de frutas de bosque e absolutamente sedoso. Ambos chegam ao mercado num estado ótimo para consumo, mas ainda com bons anos de evolução pela frente.

Já o Quanta Terra Grande Reserva é, certamente, o OG, a referência que melhor expressa o projeto. A colheita de 2021 chega cheia de corpo e concentração, com taninos muito bem integrados e um longo final. Vai muito bem com estufados e assados, como cabrito ou bochechas de porco, ou então com bifes dos bons. Sobressaem as notas típicas de frutas pretas, e a cor é igualmente escura e intensa.

Do portfólio fazem ainda parte os Terra a Terra e os Pouca Terra, que, como os nomes deixam adivinhar, têm um nível de preço mais acessível. A rondar os 11 euros e os 8 euros, respetivamente, estão numa faixa de preços bastante concorrida, mas com poucas opções que apresentem a mesma qualidade.
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