Studio Pim, o novo atelier de design de interiores da capital
A designer de interiores Perrine Velge mudou-se para Lisboa com a família e já decorou os restaurantes Leonetta e Javá, e idealizou o escritório de coworking Galeria 218.
No 3º esquerdo da Rua Luís Derouet 9, em Lisboa, aloja-se agora o atelier de design de interiores da belga Perrine Velge, que veio morar para Portugal no ano passado com o marido (igualmente ligado às artes, escreve séries de televisão) e o filho de ambos. É a responsável pelos interiores dos restaurantes Javá, Palma Cantina e Leonetta, bem como o estúdio de coworking Galeria 218. "Eu comecei o Studio Pim em Lisboa porque conhecia o mentor do Café Janis, e ele procurava um designer de interiores para o Javá. Eu concorri", conta à MUST, sobre aquele que foi o seu primeiro desafio de design de interiores na capital. Veio de Londres, onde morava com a família, e encontrou em Lisboa a mudança ideal.
Já no Leonetta, no Príncipe Real, do casal belga Margaux Marcy e Pierre d'Andrimont, Perrine teve como missão pensar um típico restaurante italiano. "Sabia que ia ser eclético, vibrante, com carácter, e que iria ter que trabalhar com o arquiteto existente. Mas o conceito inicial foi o de uma tartaria tradicional com um twist. Diria que se parece com uma ‘casa da avó’ contemporânea" explica. "Para mim, um bom design, é algo que nos faz sentir confortável mas que também faz sentido do ponto de vista comercial. Às vezes, quando desenhamos, ficamos tão focados na aparência das coisas, também temos que pensar em como sentimos os espaços" conta, sobre quando pensa em cada desafio conceptual que aceita.
Quanto ao Galeria 218, "as maiores diferenças é que agora tem uma vibe mais residencial. Era essa a ideia principal, os mentores queriam recriar o conceito de workplace, criar uma relação de trabalho entre as várias pessoas, conectar pessoas num espaço pequeno. Que fosse fácil quebrar "o gelo" e conversar, trocar ideias, sem tantas restrições."
Até agora, Perrine Velge tem feito maioritariamente renovações. "O design de interiores e a arquitetura, embora se misturem de muitas maneiras, são muito diferentes", diz, quando lhe perguntamos se trabalhar em coordenação com os arquitetos é algo desafiante.
Sobre o seu método, afirma que "ir aos espaços é incrivelmente importante, suponho que é fundamental ter a consciência do sítio. Na verdade, é tudo muito lógico, tem-se a estrutura e trabalha-se a partir daí, para a decoração, para a mobília. É importante perceber o que é que queremos sentir no espaço. É um jogo constante entre a realidade, e aquilo que queremos atingir, é uma parte que eu adoro."
O que é que todos os desafios espelham de Perrine Velge? "Eu acho que vejo o processo de design [espelhado], mas sobretudo a relação com o cliente, claro que tenho lá o meu gosto pessoal também. Eu não começo nenhum projeto a servi-me a mim própria, mas sim ao cliente e o conceito. Se for um bom trabalho, gosto de me ver nele."
É comum usar produtos portugueses nos seus projetos, mas é um processo em descoberta. "Ainda estou a aprender, pois só estou em Portugal há dois anos, mas já incorporámos marcas portuguesas. Em Portugal há criadores incríveis, tem sido uma das coisas mais excitantes sobre o facto de ter o atelier aqui. Há uma troca física de recursos e influências. E, claro, há uma grande indústria de produção de materiais, como o mármore, por exemplo."
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