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Níveis elevados de benzeno encontrados em produtos de cosmética

Uma queixa do laboratório Valisure à FDA norte-americana levantou questões sobre possíveis danos cancerígenos que determinados produtos indicados para acne podem ter, se expostos a condições de altas temperaturas.

Foto: Pexels
07 de março de 2024 | Rita Silva Avelar
O mundo da cosmética está a lidar com uma crise relacionada com níveis elevados de benzeno, um químico cancerígeno, detetados em vários produtos para o acne à base de peróxido de benzoílo (BPO) de grandes marcas, incluindo Proactiv, Clinique, Clearasil, entre outras.

A investigação foi feita pelo Valisure, um laboratório de testes independente sediado nos Estados Unidos, que apresentou uma petição à Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, no passado 5 de março. De acordo o site da especialidade Dermatology Times, o Valisure testou 66 produtos com BPO, incluindo cremes, loções e géis de lavagem que estão à venda, atualmente. Recorde-se que a FDA permite uma percentagem mínima de benzeno, mas a Valisure encontrou produtos para acne que contêm até 12 vezes a quantidade permitida. Testados a temperaturas mais elevadas, destinadas a reproduzir a forma como os produtos se podem decompor ao longo do tempo, um procedimento normal das empresas de testes, estes produtos "chumbaram".

A partir dos seus testes, a Valisure descobriu que o creme BPO de 2,5% da Proactiv, fabricado pela Taro Pharmaceuticals, continha 1761 partes por milhão de benzeno (uma medida de comparação usada nesta área). O creme Up & Up 2,5% BPO da Target continha 1598 partes por milhão; o creme Clinique 2,5% BPO da Esteé Lauder continha 401 partes por milhão; o creme Clearasil 10% BPO do Reckitt Benckiser Group continha 308 partes por milhão e o creme Walgreens 10% BPO continha 114 partes por milhão, sendo estes alguns dos produtos com as partes por milhão mais elevadas. Juntam-se a estes o creme BPO da La Roche-Posay, no creme BPO da PanOxyl, na loção BPO da Sandra Lee MD, no creme BPO da Oxy, no creme BPO da Galderma, no creme BPO da Equate, só para nomear alguns.

"Os dermatologistas acordam esta manhã com a notícia chocante de que o peróxido de benzoílo, medicamento de venda livre e de prescrição médica muito utilizado, se decompõe no conhecido carcinogéneo benzeno. A contaminação por benzeno tem afetado recentemente numerosos produtos de cuidados da pele, mas desta vez é diferente", afirmou  Christopher Bunick, MD, PhD, professor associado de dermatologia e médico-cientista na Escola de Medicina da Universidade de Yale, em exclusivo ao Dermatology Times.
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