Vizinhos barulhentos podem ser prejudiciais à saúde, diz estudo
Um grupo de investigadores descobriu que os sons de impacto - distintos e abruptos - são os mais aborrecidos e que podem levar a problemas de saúde.
Quem vive ou já viveu num apartamento sabe que é praticamente impossível não ouvir os vizinhos do lado ou de cima. No silêncio da noite, e no caso de casas sem isolamento acústico, tudo se ouve, da televisão com o volume no máximo à conversa entre um casal. Porém, este não é o tipo de barulho (e de vizinhos) que nos aborrece mais, como descobriram um grupo de investigadores, mas sim o que chamam de sons de impacto.
Tratam-se de ruídos de curta duração e distintos, como objetos a cair no chão, um andar mais pesado, móveis a arrastar ou um martelar na parede, e que podem contribuir para problemas de saúde no futuro, de acordo com Markus Müller-Trapet, investigador do Conselho Nacional de Investigação do Canadá e do estudo Noise from above: A summary of studies regarding the perceived annoyance due to impact sounds. Ao que tudo indica, a exposição a este tipo de sons pode levar a perturbações do sono e até mesmo a problemas cardiovasculares.
Para chegar a esta conclusão, Markus Müller-Trapet e o um grupo de investigadores da Coreia do Sul e da Alemanha criaram uma situação semelhante à de uma sala de estar de um apartamento e registaram o barulho que as pessoas normalmente fazem no dia a dia, como a andar. Depois, os participantes do estudo ouviram as gravações, através de colunas, auscultadores e headsets de realidade virtual, e classificaram o seu nível de irritação numa escala de zero a cem. Apenas comprovaram aquilo que já se suspeitava: os sons de impacto são piores do que os contínuos.
Especula-se ainda que a pandemia e a necessidade de trabalhar a partir de casa na altura tenha auxiliado a que haja atualmente uma maior sensibilidade no que toca a ruídos externos.
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