O grande teste à dinastia por trás da Primark
A família que controla ainda os armazéns Selfridges & Co. e a marca gourmet Fortnum & Mason enfrenta o seu maior desafio por causa da pandemia do novo coronavírus.
No implacável jogo das vendas a retalho, a família Weston sempre foi uma jogadora ágil. Ao longo de um século, transformou uma padaria canadiana num império transatlântico que vende de tudo, de produtos de mercearia a carteiras Gucci de 1600 dólares. Ao longo do seu percurso, acumularam uma das maiores fortunas do mundo e fizeram amizade com outro clã influente – a família real britânica. Mas agora os Weston, que passaram quatro gerações a dominar as adversidades do mercado são postos à prova pela Covid-19.
Ainda não se sabe se os clientes retornarão aos armazéns Selfridges & Co. e à Fortnum & Mason, os empórios de luxo da família em Londres. Mais: a decisão dos Weston de não vender online as coleções da Primark, marca de moda low-cost e uma importante fonte da riqueza da família, pode ter o efeito contrário ao pretendido se o distanciamento social mudar permanentemente o comportamento do consumidor. Esta abordagem contrária ajudou a Primark a superar rivais e a tornar-se uma das cadeias de roupa de crescimento mais rápido do mundo: as vendas aumentaram 46% de 2015 a 2019. A Primark conta com 79 mil funcionários e 380 lojas em 12 países, incluindo uma megaloja em Brooklyn, Nova Iorque. Durante as quarentenas deste ano, a receita mensal da Primark caiu para quase zero em relação aos 806 milhões que costuma fazer.
Nesta quinta-feira, a Associated British Foods (ABF), empresa que controla a Primark e que também produz açúcar, produtos agrícolas e alimentos, deve divulgar os dados mais recentes das suas vendas. No ano passado, a Primark gerou metade da receita da empresa e quase dois terços do lucro operacional.
Os Weston, uma família extensa com tendência dar nomes aos filhos do sexo masculino com a letra G, são divididos em dois ramos. O lado canadiano assumiu um papel mais público: a matriarca Hilary Weston foi vice-governadora de Ontário no fim da década de 1990.
A Loblaw, rede de supermercados e drogarias com 200 mil funcionários e 2,4 mil pontos de venda, é presença antiga nos centros comerciais do Canadá. W.G. Galen Weston, o neto de 79 anos do fundador da dinastia George Weston, obtém grande parte de sua riqueza de uma participação maioritária na George Weston Ltd., uma empresa de processamento de alimentos com sede em Toronto que controla a Loblaw. A sua fortuna encolheu 15% desde janeiro, para 7,8 bilhões de dólares, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.
O lado britânico do clã preferiu manter um perfil tão discreto que o seu nome nem aparece na história online da Fortnum & Mason, a icónica marca gourmet que detêm há décadas. A sua holding, a Wittington Investments, possui uma participação de 54,5% na ABF. O braço filantrópico da família, a Garfield Weston Foundation, possui 79,2% da Wittington e membros individuais controlam o resto. No ano passado, a instituição doou mais de 88 milhões de libras.
Wall Street: o código racial de que ninguém fala
A alta finança norte-americana prometeu enfrentar as suas falhas quanto à raça, mas os seus funcionários negros não estão convencidos. Falámos com eles.
A Amazon é realmente contra o racismo?
Alguns membros do movimento antirracismo Black Lives Matter alegam que, apesar de mostrar o seu apoio, a empresa mantém parcerias comerciais com a polícia.
Até que ponto podemos confiar no TikTok?
Segundo um especialista espanhol, a aplicação mais famosa do momento tem falhas de segurança indesculpáveis.
Ricos estão a comprar acesso a “paraísos” livres de covid-19
Os ricos não estão interessados apenas nas Caraíbas, onde se podem isolar nas praias. Estão também de olho na Austrália e Nova Zelândia.
O primeiro jantar às cegas Beyond Vision chega ao Blind, no Porto, já no dia 23 de novembro.
Com uma seleção cuidada de peças de renome, torna-se um ponto de referência na cidade de Lisboa para amantes de interiores, combinando estilo e funcionalidade com um toque de exclusividade.
Aquela palavra de que ninguém gosta anda de novo nas bocas do mundo: crise. Nas bocas e nas barrigas, porque esta não é uma qualquer, é a crise da restauração. E o encerramento de dois eminentes restaurantes de Lisboa deu origem a um debate tão interessante quanto urgente. Conversa com Leopoldo Calhau, Vítor Adão e Hugo Brito.
O mercado do luxo é fascinante. Põe a maioria das pessoas a sonhar com algo que, na realidade, desconhece ou a que não pode aceder. Mas este setor está a aprender a conhecer-se. Depois de ter sido intocável durante tanto tempo, não ficou indiferente ao novo milénio e reinventa-se.