10 trilhos para curar a ressaca do ano novo
Nada como uma boa caminhada ao ar livre para compensar os excessos de dezembro. Opções não faltam, até porque muitas vezes a natureza está mesmo ao virar da esquina, como se comprova nestes trilhos, todos apenas a uma hora (ou menos) de distância de Lisboa e do Porto.
GRANDE LISBOA
Marinhas de Sal de Rio Maior (Marinas de Sal, Rio Maior)
Este curto percurso pedestre dá a conhecer o singular fenómeno geológico das salinas de Rio Maior, um dos maiores símbolos do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Situadas no sopé da Serra de Candeeiros, 100 metros acima do nível do mar e a mais de 30 quilómetros da costa, estão em funcionamento desde 1177, quando o terreno foi adquirido pela Ordem dos Templários. Únicas em Portugal, estas salinas naturais têm origem numa extensa e profunda mina de sal-gema, atravessada por uma corrente subterrânea, que alimenta um poço de onde se extrai a água, "sete vezes mais salgada que a do Oceano Atlântico", tal como é explicado aos visitantes na placa informativa onde o passeio tem início. O complexo é rodeado por um pitoresco casario, composto por pequenas cabanas em madeira – incluindo os ferrolhos – assim construídas para evitar a corrosão provocada pelo sal e que servem para armazenar o valioso tesouro. Após algumas centenas de metros a acompanhar as salinas em caminho de terra batida, o percurso continua por terrenos florestais de pinhal e eucaliptal. Ao chegar a uma vinha, vira-se para a povoação de Fonte da Bica, de onde se desce, pela vertente norte da aldeia, em direção em ponto de partida, sempre com uma soberba vista sobre o vale e as salinas.
Partida e chegada: Marinhas de Sal
Extensão: 3 km
Dificuldade: Baixa
Alto do Formosinho (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal)
Percorrendo as encostas norte e sul da Serra da Arrábida, até ao Portinho da Arrábida, este percurso passa pelo ponto mais elevado desta pequena cordilheira, o Alto do Formosinho, com 501 metros de altitude, tal como está assinalado no respetivo marco geodésico. Trata-se de um trajeto de nível de dificuldade muito elevado, que devido à grande inclinação e características do terreno, mais se assemelha a um trilho de montanhismo e não a uma normal caminhada. O esforço é no entanto constantemente recompensado, ao longo de um dos mais emblemáticos trilhos deste Parque Natural, que inclui passagens pelos primeiros povoados da Arrábida (formação rochosa Castelo dos Mouros) e pelos círios da peregrinação ao santuário de Nossa Senhora da Arrábida, que se aqui mantêm, num testemunho dessa ancestral devoção. Mas o maior desafio é mesmo atingir o pico, por um trilho quase inexistente, entre a densa vegetação e zonas que implicam uma espécie de escalada na pedra, que tem como prémio uma vista panorâmica a 360 graus, que abarca o estuário do Sado e o do Tejo, até ao limite da finisterra com o oceano. No troço final, passa-se ainda pelo Convento da Arrábida, localizado na vertente sul da serra, que nas suas proximidades tem várias guaritas, como a Capela do Bom Jesus ou o Convento Velho, também elas merecedoras de visita.
Partida: Vila Nogueira de Azeitão
Chegada: Portinho da Arrábida
Extensão: 8,5 km
Dificuldade: Alta
Trilhos e Caminhos da Tapada da Ajuda (Lisboa)
Em pleno centro da capital, a tapada da Ajuda foi durante séculos um dos locais de eleição da família real, durante os seus tempos de recreio e descanso. No final do século XIX, durante o reinado de D. Luís I, foi aberta ao público e assim se mantém até hoje. Em 1910, com a implantação da República, passou também a ser centro de ensino, com a criação do Instituto Superior de Agronomia, que desde então se mantém neste local. Com mais de 100 hectares de floresta, campos agrícolas, jardins e recantos cheios de História, é no entanto, ainda, um tesouro por descobrir para muitos. Junto ao edifício principal, uma alameda de ciprestes conduz ao Jardim dos Zambujeiros, onde abundam alguns exemplares centenários destas árvores, antepassadas das oliveiras, que se tornaram numa das imagens de marca da Tapada. O caminho segue junto a uma linha de água natural, rodeada de ulmeiros, freixos e dragoeiros, por onde passa um dos três roteiros botânicos, criados para quem quiser conhecer melhor a flora deste local. De visita obrigatória é também o edifício do Observatório Astronómico de Lisboa, mandado construir pelo Rei D. Pedro V. Quando foi inaugurado, em 1867, era um dos mais avançados da sua época, sendo, ainda hoje, um dos mais bem preservados em toda a Europa – é visitável mediante marcação e continua a manter atividades regulares. Outro local emblemático é o jardim da Rainha, cujo roseiral foi para sempre imortalizado na frase "uma rosa a florir na Tapada", da famosa marcha "Cheira a Lisboa". Seguindo pela Alameda das Oliveiras, acede-se ao miradouro, de onde se aprecia uma vista panorâmica sobre o estuário do Tejo e a Serra da Arrábida. Mesmo em frente, fica a Reserva Botânica Natural D. António Xavier Pereira Coutinho, uma das áreas mais representativas da flora original da Tapada, onde abundam zambujeiros e alfarrobeiras. E um pouco mais adiante, na Eira Velha, costuma andar à salta uma pequena manada de garranos do Gerês. Não parece, mas estamos mesmo no centro de Lisboa.
Partida e chegada: Instituto Superior de Agronomia
Extensão: 8 Km
Dificuldade: Baixa
Rota da Tapada (Porto de Muge, Cartaxo)
Tem início em Porto de Muge e prolonga-se até à Palhota, ao longo de 7,5 km sempre junto ao rio, que revelam um Tejo para muitos ainda desconhecido. O ponto de partida é junto à histórica Ponte Rainha Dona Amélia, mandada construir pelo Rei D. Carlos, no início do século XX, para ligar as linhas ferroviárias do Alentejo e do Algarve ao resto do país. Em tempos a mais extensa ponte ferroviária da Península Ibérica, há muito que os comboios aqui já não passam, mas como pode ser hoje cruzada a pé ou de bicicleta, é também ela merecedora de visita, antes de se prosseguir a marcha em direção a Valada. Em plena zona aluvial, esta freguesia, também conhecida pela sua aprazível praia fluvial, encontra-se protegida das cheias do rio por um velho dique, cuja data de construção original remonta ao período da ocupação árabe. A etapa final conduz até à Palhota, um dos últimos exemplos de aldeia avieira na margem norte do Tejo. Estas comunidades eram compostas por pescadores vindos da Praia de Vieira, no concelho da Marinha Grande, que aqui chegaram no final do século XIX, em busca do sustento que o mar lhes negava durante o Inverno. Com o tempo, fixaram-se em definitivo na região, estabelecendo-se nas margens, onde construíram as típicas casas de madeira em cima de estacas, cobertas de palha e cana, como as que ainda hoje existem nesta localidade. No início dos anos 40, Alves Redol viveu aqui durante alguns meses, junto aos pescadores que o inspiraram a escrever o romance Avieiros. A casa habitada pelo escritor ainda se mantém de pé e é um dos muitos motivos de interesse desta pitoresca aldeia.
Partida: Porto de Muge
Chegada: Palhota
Extensão: 7,5 km
Dificuldade: Baixa
Percurso da Fórnea (Alcaria, Porto de Mós)
Vista desde o alto, junto à localidade de Chão das Pias, o fenómeno geológico da Fórnea apresenta-se como um imenso anfiteatro natural, criado por um aparente abatimento da crosta terrestre, que se prolonga até Alcaria, a aldeia onde o percurso tem início. Como os solos da Serra de Aire e Candeeiros são ocos e apresentam vácuos, não só dão origens a grutas, como também a depressões como esta, igualmente rodeada de cursos de água. O trilho começa por avança pela zona da várzea, por um vale de oliveiras, sempre junto ao Ribeiro da Fórnea e em direção à nascente. Cá de baixo, o semi-circulo da Fórnea, com 500 metros de diâmetro e 250 metros de altura, apresenta-se envolvido pela Serra de Ladeiras, Pena de Águia e Cabeço Raposeiro, tornando-se ainda mais impressionante, tal como o cenário no seu interior, esculpido ao longo de milénios pela erosão provocada pelas águas, tanta as da chuva como as das nascentes que aqui brotam à superfície. Um dos pontos altos do passeio é cascata da Fórnea, mas avançando um pouco mais, até à encosta, que é necessário subir mais ou menos até meio, encontra-se a a Gruta da Cova da Velha, onde fica a nascente que alimenta a Ribeira da Fórnea, também ela visitável.
Partida e chegada: Alcaria
Extensão: 2 km
Dificuldade: Baixa
GRANDE PORTO
Rota de São Bento (Aboadela, Amarante)
A praia fluvial de Rua, em Aboadela, é o ponto de partida e de chegada deste percurso circular pelas freguesias históricas de Aboadela, Sanche, Olo, Vila Chã e Gondar, sendo parte dele desenvolvido ao longo de um antigo troço da via romana que aqui acompanhava a margem da ribeira de Marancinho, onde ainda se pode observar um velho pontão romano. Transposto o rio Ovelha, avança-se agora encosta acima, num troço mais exigente, que sobe a uma altitude de 550 metros, até ao lugar dos Picotos, de onde se avistam, de um lado, as terras de Basto e, do outro, os íngremes relevos das serras do Marão e da Aboboreira. Continuando sempre pelo cume, prossegue-se um pouco mais à frente por um secular caminho medieval, no meio do qual ainda se avistam as ruínas de uma antiga estalagem, que servia de abrigo aos viajantes durante a longa e dura travessia destas serranias. A mesma via dá também acesso à capela de São Bento, que dá nome a este trilho. Desde aí, a descida para o vale de Aboadela faz-se pelos caminhos florestais que serpenteiam a encosta. Já no vale e depois de novamente cruzado o rio Ovelha atinge-se outro dos locais mais emblemáticos deste passeio, a pequena e bem preservada aldeia de Lugar da Rua (também conhecida como Ovelha do Marão), cujas origens se perdem no tempo, onde monumentos como o Pelourinho, o cruzeiro seiscentista, a Ponte Romana ou a antiga Casa da Câmara, com respetivo brasão, são também merecedores de olhar atento.
Partida e chegada: Praia Fluvial de Rua
Extensão: 12 km
Dificuldade: Média
Pela Arriba Fóssil: da Senhora da Guia ao Monte de Faro (Esposende)
Sendo um percurso linear, pode ser efetuado em ambos os sentidos, permitindo sempre conhecer um dos troços mais interessantes do litoral do concelho de Esposende, tanto em termos paisagísticos como ao nível do património histórico e natural. Um dos grandes trunfos desta caminhada são as largas vistas sobre a orla costeira, abrangendo uma vasta área que vai desde a Póvoa de Varzim até Viana do Castelo, mas também em sentido contrário, permitindo vislumbrar locais tão distantes como o Bom Jesus de Braga ou a Serra d’Arga, já em Caminha. Tudo isto enquanto se passeia ao longo da crista desta arriba fóssil, formada há cerca de 80 mil anos e onde se podem encontrar inúmeros fósseis das primeiras plantas terrestres. Bem mais recentes, com cerca de cinco mil anos, são os primeiros vestígios da presença do homem na região, como é o caso dos dólmens da Portelagem e da Cruzinha ou das mamoas. O percurso passa ainda pelo castro pré-romano de São Lourenço, onde já na época medieval foi edificado um pequeno castelo, para defender esta costa dos ataques de normandos e almorávidas.
Partida: Monta da Sra. Da Guia
Chegada: Monte Faro
Extensão: 12,5 km
Dificuldade: Média
Trilho da Natureza: Entre o Cávado e o Atlântico (Fão, Esposende)
Com início na margem esquerda do Rio Cávado, este percurso desenvolve-se em pleno Parque Natural do Litoral Norte, uma área de refúgio para inúmeras espécies animais, em especial de aves, que aqui podem ser facilmente avistadas. Um dos objetivos desta área protegida passa precisamente garantir que estes complexos habitats e respetiva biodiversidade se mantém, não só ao longo do rio Cávado como no Pinhal de Ofir e no sistema de dunas junto à praia. Trata-se portanto de uma caminhada com bonitas paisagens, seja ao longo da restinga do Cávado ou do sistema dunar, mas que um olhar atento revela ser muito mais que isso, onde além do riquíssimo património natural há também vestígios de como era outrora a vida nesta costa, destacando-se, por exemplo, locais como a Capela e o Facho da Bonança ou o Cemitério Medieval das Barreiras.
Partida e chegada: Clube Náutico de Fão
Extensão: 6 km
Dificuldade: Baixa
Rota da Reserva Ornitológica do Mindelo (Azurara, Vila do Conde)
Entre os concelhos de Vila do Conde e de Matosinhos, esta faixa costeira é um dos troços litorais mais bem preservados em toda a Área Metropolitana do Porto e foi por isso aqui que, em 1957, foi criada a primeira área protegida existente em Portugal: a Reserva Ornitológica de Mindelo. A partir de 2009, a reserva passou a fazer parte da Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde. Ao todo são cerca de 8 quilómetros, situados entre a margem esquerda da foz do rio Ave e a margem direita do rio Onda, já no limite de Matosinhos, que reúnem em si uma grande variedade de paisagens e habitats, como cordões dunares, rochedos, zonas húmidas, bouças e áreas agrícolas. Na zona da Reserva Ornitológica podem ser observadas mais de 150 espécies de aves, entre elas rolas, garças, águias, galinhas d’água, gaios, chapins, pica-paus, abibes, patos, maçaricos, cucos, corujas, mochos, poupas, pegas, rouxinóis ou pintassilgos. Esta área serve também de refúgio para anfíbios, estando registada a presença de 14 das 17 espécies existentes em Portugal, como o tritão palmado ou, nas zonas mais costeiras, o sapinho de verrugas verdes, o sapo de unha negra e a salamandra de costelas salientes. Quando a mamíferos, são também abundantes os esquilos, os coelhos, as raposas, os ouriços-cacheiros e os morcegos, bem como répteis como o lagarto de água. Tudo isto a pouco mais de duas dezenas de quilómetros do Porto e em total liberdade.
Partida e chegada: Igreja de Azurara
Extensão: 15 Km
Dificuldade: Baixa
Rio Leça (Monte Córdova, Santo Tirso)
Sendo circular, este percurso pode ser iniciado em três diferentes locais, no Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção; em Redundo, junto à nascente do Rio Leça; ou em Pereiras, próximo da Serra Hidráulica. Ou seja, junto a três dos pontos de maior interesse deste trilho, que tem como objetivo dar a conhecer o percurso de montanha onde nasce o Rio Leça, serpenteando pelas encostas da parte Sul do concelho de Santo Tirso, já em direção ao Atlântico, num ambiente e envolvência em tudo diferente da imagem mais industrial da sua foz, em Matosinhos. Ao longo deste troço de águas límpidas, além da multiplicidade de fauna e flora, encontram-se vários moinhos e azenhas, que provam a milenar relação entre as populações e o rio. Um dos maiores exemplos disso mesmo é a já citada Serra Hidráulica, em Pereiras, que se apresenta como um notável exemplo de arqueologia industrial, de quando se recorria à força da água serrar a madeira. Outro monumento que também merece vista atenta é o Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção, localizado no monte com o mesmo nome, sobranceiro à cidade de Santo Tirso e com vista para toda a sua envolvente.
Partida e Chegada: Mosteiro de Nossa Senhora da Assunção
Extensão: 15 km
Dificuldade: Baixa
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