Prazeres / Sabores

Vinhos em janeiro. A frescura dos verdes e a tradição do Douro

Este primeiro mês do ano revela três brancos da região dos Vinhos Verdes diferentes entre si e dois durienses marcados pelo território.

Foto: DR
03 de janeiro de 2025 | Augusto Freitas de Sousa

Almanua

Este branco é o primeiro vinho de Luís Cerdeira, juntamente com o seu filho e enólogo Manuel Cerdeira, após a sua saída da empresa Soalheiro. O produtor e enólogo explica que a ideia é "explorar a versatilidade do Alvarinho" e refere que o nome resulta de "uma visão autêntica, sem máscaras ou defesas, revelando sentimentos, pensamentos e a essência verdadeira da vinha e do vinho num determinado local". A vinificação segue o conceito ‘mixtus’ criado pelo próprio e pelo filho e é "a conjugação de diferentes recipientes, estilos de vinificação e origens das madeiras das barricas". A fermentação foi feita em inox e madeira maioritariamente com a casta Alvarinho. Mas nesta vindima de 2024 os enólogos selecionaram ainda as castas Arinto e Maria Gomes, plantadas no mesmo local, definido como "um terroir marítimo em Requião, a 20 km do mar".

Almanua
Almanua Foto: DR

Nome: Almanua

Ano: 2024

Tipo de vinho: Tranquilo

Cor: Branco

Região: Vinho Verde DOC

Castas: Alvarinho, Arinto e Maria Gomes

Temperatura ideal de serviço: 10º – 12º

Harmonização sugerida: gastronomia oriental, fumeiro, queijos, peixes e mariscos

Enologia: Manuel e Luís Cerdeira

PVP: €11

A vinificação segue o conceito ‘mixtus’ criado pelo próprio e pelo filho.
A vinificação segue o conceito ‘mixtus’ criado pelo próprio e pelo filho. Foto: DR

Quinta do Crasto Vinha da Ponte

A casa salienta que a Vinha da Ponte é "uma das mais emblemáticas vinhas da Quinta do Crasto e de toda a região do Douro". Uma vinha centenária com 1,96 hectares, que dá origem e nome ao vinho, inspirado numa histórica ponte romana que atravessa a propriedade. A edição é muito limitada e o tinto só é engarrafado em anos considerados de excecional qualidade. Desde que foi lançado há quase 30 anos, foram produzidas 12 edições que os responsáveis garantem ser "um exercício de paciência e, sobretudo, consistência". O vinho foi pisado a pé num dos lagares em pedra tradicionais e estagiou 20 meses em barricas de carvalho francês. Os produtores garantem que se "apresenta elegante, evoluindo para um vinho de grande volume e de estrutura muito sólida". O final, concluem, "é um verdadeiro reflexo do seu terroir, complexo, autêntico e memorável".

Quinta do Crasto Vinha da Ponte  
Quinta do Crasto Vinha da Ponte   Foto: DR

Nome: Quinta do Crasto Vinha da Ponte

Ano: 2019

Tipo de vinho: Tranquilo

Cor: Tinto

Região: Douro DOC

Castas: Vinhas velhas

Temperatura ideal de serviço: 16º – 18º

Harmonização sugerida: carnes grelhadas, pratos de caça, queijos envelhecidos e chocolate amargo

Enologia: Manuel Lobo e Cátia Barbeta

PVP: €255

 Uma vinha centenária com 1,96 hectares, que dá origem e nome ao vinho, inspirado numa histórica ponte romana que atravessa a propriedade.
Uma vinha centenária com 1,96 hectares, que dá origem e nome ao vinho, inspirado numa histórica ponte romana que atravessa a propriedade. Foto: DR

ZOM Branco

A Quinta de ZOM foi buscar o seu nome ao som produzido pelo vento que, ao entrar no vale, produz um zumbido. O enólogo Álvaro van Zeller diz que "não é por acaso que a Van Zeller Wine Collection escolheu, como assinatura para os vinhos da Quinta de ZOM, a frase ‘o Douro na sua mais pura essência’". O produtor explica que na vila manuelina de Freixo de Espada à Cinta, "há um Douro ainda intacto, misterioso e com muito por descobrir". Álvaro van Zeller aponta este vinho branco "com um perfil fresco e jovem que resulta de uma colheita precoce, devido às condições atípicas do ano passado". Após o início da fermentação, uma pequena parte do lote passa para barrica de carvalho francês e a restante parcela em cuba de inox, com temperatura controlada durante cinco meses.

ZOM Branco 
ZOM Branco  Foto: DR

Nome: ZOM Branco

Ano: 2023

Tipo de vinho: Tranquilo

Cor: Branco

Região: Douro DOC

Castas: Viosinho, Rabigato, Gouveio e Códega do Larinho

Temperatura ideal de serviço: 10º – 12º

Harmonização sugerida: carnes brancas, peixes e mariscos

Enologia: Álvaro Van Zeller

PVP: €8,75

O produtor explica que na vila manuelina de Freixo de Espada à Cinta,
O produtor explica que na vila manuelina de Freixo de Espada à Cinta, "há um Douro ainda intacto, misterioso e com muito por descobrir". Foto: DR

Anselmo Mendes Tempo Loureiro

Há 25 anos o produtor e enólogo começou a fazer experiências de "curtimenta" com a casta Alvarinho e, em 2019, explica que quis testar esta experiência também com a casta Loureiro. Anselmo Mendes acrescenta que no início não teve sucesso porque "tinha uma cor âmbar, quase laranja, taninoso e com um perfil que as pessoas não apreciavam", mas não desistiu e foi continuando a aperfeiçoar a técnica. Destaca que o nome vem desse "tempo que é necessário para a aproximação à perfeição", ou como repete sempre: "O tempo é o fator mais importante no vinho". O branco provém de uma quinta do vale do Lima, fermenta com a película até ao final e estagia 12 meses em barricas usadas de carvalho francês com uma capacidade de 400 litros.

Anselmo Mendes Tempo Loureiro
Anselmo Mendes Tempo Loureiro Foto: DR

Nome: Anselmo Mendes Tempo Loureiro

Ano: 2019

Tipo de vinho: Tranquilo

Cor: Branco

Região: Vinho Verde DOC

Castas: Loureiro

Temperatura ideal de serviço: 12º

Harmonização sugerida: queijos curados de cabra e de ovelha

Enologia: Anselmo Mendes

PVP: €50

O branco provém de uma quinta do vale do Lima, fermenta com a película até ao final e estagia 12 meses em barricas usadas de carvalho francês com uma capacidade de 400 litros.
O branco provém de uma quinta do vale do Lima, fermenta com a película até ao final e estagia 12 meses em barricas usadas de carvalho francês com uma capacidade de 400 litros. Foto: DR

Aveleda Espumante Bruto

A conhecida casa dos Verdes conta que "tudo começou com uma vindima noturna – prática implementada na Aveleda para garantir a melhor temperatura à colheita e conservação das uvas até chegarem à adega". Referem que "parte do lote passou por barricas de madeira e a segunda fermentação em cuba de inox". Para os responsáveis, o vinho nasce do reconhecimento do enorme potencial da região dos Vinhos Verdes para produzir um vinho espumante de qualidade. Aveleda, tal como os outros vinhos é também a designação da propriedade da família Guedes em Penafiel, dedicada à produção de vinhos há mais de 150 anos. É a sede da empresa que também produz noutras regiões como o Douro, a Bairrada e o Algarve. A vinícola explica que a origem da palavra Aveleda pensa-se poder estar ligada às Velledas – profetisas que previam o futuro".

Aveleda Espumante Bruto
Aveleda Espumante Bruto Foto: DR

Nome: Aveleda Espumante Bruto

Ano: 2023

Tipo de vinho: Espumante Bruto

Cor: Branco

Região: Vinhos Verdes

Castas: Arinto (50%) Loureiro (50%)

Temperatura ideal de serviço: 6º – 8ºC

Harmonização sugerida: Como aperitivo com petiscos ou queijos suaves, peixes grelhados ou assados, marisco e cozinha japonesa. Sobremesas cítricas.

Enologia: Diogo Campilho e Susete Rodrigues

PVP: €9

"Parte do lote passou por barricas de madeira e a segunda fermentação em cuba de inox". Foto: DR
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