Fomos ao Melhor Boutique Hotel de Portugal. Eis como correu
Disclaimer: segundo os World Travel Awards 2022. Um destino que fica no coração de Lisboa, entre o Bairro Alto, o Chiado e o Cais Sodré, e que tem um dos melhores restaurantes da cidade: o Bahr.
Não é difícil perceber porque é que o Bairro Alto Hotel tem tantas distinções, como a que a World Travel Awards 2022 lhe atribui: de Melhor Boutique Hotel de Portugal. Ocupando uma esquina entre o largo Camões e a Rua do Alecrim, tem ainda vista de alguns quartos para a icónica e estreita Rua das Flores. A traça original mantém-se, embora tenha sido recuperado e uma das alas ter sido aumentada, falamos afinal de um edifício ancorado, no qual interveio a mestria arquitetónica de Souto de Moura, (vencedor do Pritzker Prize em 2011), cuja intervenção mais recente data de 2019. Já os interiores são um reflexo do trabalho desempenhado pelo Atelier Bastir - à exceção da decoração do BAHR que tem
assinatura do Thestudio.
Voltando ao terraço e ao pequeno-almoço, pedimos ovos Benedict (embora também existam nas versões Florentinos, mexidos com tomate e poejos ou ovos rotos de camarão e alho francês assado), fruta da estação, e ainda provámos o famoso pão de banana da ilha da Madeira). Este acordar radioso é só a cereja no topo do bolo para a experiência da noite anterior no restaurante Bahr, onde as luzes são baixas e aconchegantes, os sons que vêm da cozinha - que é aberta - não incomodam, tornando-se harmoniosos, e a decoração é elegante e sóbria, mas também artsy e tropical. Ficámos nas mãos do chef executivo Bruno Rocha, nome proeminente entre os chefs portugueses, que tem especialmente a habilidade de transformar ingredientes nobres e simples em absolutas maravilhas.
Disso exemplo é fricassé de cogumelos, um trio de cogumelos (€17) que é tão saboroso que podia ser servido como acompanhamento de todas as refeições, sem qualquer exagero. Este prato faz parte das entradas juntamente com o lavagante à Marrare (€41), que conserva bem o sabor do marisco sem o tornar desinteressante. Nos principais, o chef sugeriu uma presa de porco grelhada com beterrabas e fermento (€28,50), uma proposta pouco convencional, mas muitíssimo bem conseguida, até para quem não aprecia este vegetal, servida junto com um dos acompanhamento especiais do chef: bimis grelhados com straciatella e sementes de abóbora (€7). Nas sobremesas, a graciosidade das combinações é igualmente assinalável. As farófias - hoje em dia pouco vistas - são servidas com creme de folha de limoeiro e pele de leite (€8) e fazem duo perfeito com outra das sobremesas para quem gosta de partilhar, a tatin de marmelos e creme bávaro de pimenta sansho (€8). Escusado será dizer que o chef dá preferência aos produtos sazonais.
A par desta experiência, ficar a dormir numa das suítes com vista para a Rua das Flores é um absoluto descanso. Embora estejamos no epicentro da movida turística lisboeta, dorme-se como se no meio de um monte no Alentejo estivéssemos. No total, o Bairro Alto Hotel tem hoje 87 quartos, com decoração sempre portuguesa mas variante consoante a tipologia (Single, Classic, Prestige, Junior Suite, Deluxe Junior Suite, Suite e Suite Assinatura). Evoca-se o passado, com os olhos postos no futuro, dando o antiquado lugar ao sofisticado.
Há ainda duas paragens obrigatórias se estiver de passagem por aqui: a pastelaria, no piso térreo, com uma decoração alusiva aos anos 20 do século passado, e ainda o novíssimo 18.68 Cocktail Bar que ocupa as instalações do quartel de bombeiros voluntários mais antigo do país (estabelecido no ano de 1868) que ainda pertence ao hotel e está de portas abertas para o Largo Barão de Quintela.
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