Concorde. O glamour e as histórias de espionagem sobre o avião que juntou a velocidade ao luxo
Uma nova série de televisão prepara-se para contar tudo sobre a guerra que travaram engenheiros britânicos e franceses contra espiões do Kremlin, para conseguirem transportar passageiros mais rápido do que a velocidade do som.
Drama, espionagem, glamour, heróis e o triunfo anglo-francês sobre as duas superpotências da época compõem o argumento para uma nova série televisiva pensada por Klaus Zimmermann. O produtor alemão radicado em França é dono da empresa Dynamic Television que está a montar uma ambiciosa série de ficção que conta a história das pessoas por trás deste mítico avião.
Quem dá a notícia em primeira mão é o jornal inglês The Times, que garante que a série já está a ser produzida e que termina com a entrada ao serviço do Concorde, através das companhias aéreas British Airways e Air France em 1976. Apenas uns meses antes da cópia soviética de curta duração, o Tupolev Tu-144. A série não irá, no entanto, retratar o desaparecimento do avião como um fracasso comercial em 2003, após o desastre de Paris em 2000, que matou 113 pessoas.
Em boa verdade, a corrida pelas viagens aéreas supersónicas já havia começado cerca de 30 anos antes, quando o americano Chuck Yeager pilotou uma aeronave que ultrapassou a velocidade do som. Os governos britânico e francês assinaram um acordo para trabalharem juntos na tecnologia de ponta, e para juntos derrotarem os russos nesse mesmo processo.
Esta rivalidade estará no centro de toda a série planeada por Zimmermann que, tal como The Crown, tomará algumas liberdades em relação à verdade, incluindo a introdução de uma personagem feminina no coração da indústria da aviação dominada pelos homens.
Ao The Times, Zimmermann explicou: "Há uma história de espionagem. Há também uma história social porque é a mudança entre os anos 60 e 70, que foi uma revolução social. É um avanço na tecnologia. É uma aventura industrial (...) A espionagem foi feita pelos russos, que roubaram os planos do Concorde para construir o Tupolev e a sabotagem foi principalmente obra dos americanos, que tentaram prejudicar o avião europeu depois de a Boeing ter abandonado a corrida supersónica. Ninguém, excepto, os franceses e os britânicos queriam que o Concorde fosse um sucesso".
Celebridades como a princesa Diana, Phill Collins, Mick Jagger, entre tantos outros, experimentaram a embarcar num Concorde para atravessar o Atlântico em menos de quatro horas. O Concorde viajou ao dobro da velocidade do som, chegando a reduzir o tempo de voo entre Londres e Nova Iorque para apenas três horas e meia. Phil Collins, por exemplo, ficou conhecido por poder tocar em ambas as edições do Live Aid (a de Londres e a de Filadélfia) no mesmo dia, graças ao Concorde.
Elizabeth Taylor, Sean Connery e Sting também reservaram lugares, bem como o primeiro-ministro britânico James Callaghan, que voou no Concorde para se encontrar com o presidente norte-americano Jimmy Carter em Washington D.C. Também Isabel II e o marido, o príncipe Phillip, viajaram de Concorde para o Kuwait, América e Barbados em 1979.
O avião supersónico foi também estrela num dos filmes de James Bond, numa cena em que Roger Moore viaja num Concorde no filme Moonraker (1979).
E tudo era de facto um luxo no interior deste avião: os uniformes eram da Hardy Amies e as refeições dos Chefs Alain Ducasse e Anton Mosimann do famoso hotel londrino The Dorchester. Consta que Andy Warhol ficou tão impressionado com os talheres personalizados da autoria do designer Raymond Loewy, que não resistiu em comprar as ditas peças quando aterrou.
Uma viagem no Concorde dava direito a check-in personalizado e a champanhe antes da descolagem. Os passageiros eram cuidadosamente escoltados até aos seus lugares e chamados pelo nome. À saída do avião, já depois da aterragem, eram entregues lembranças.
O Concorde teve um fim trágico, quando o voo 4590 da Air France caiu em França durante a rota Paris-Nova Iorque, em direção ao aeroporto JFK. Após o acidente, todos os voos do Concorde foram suspensos até novembro de 2001. Embora tenha voltado a voar por quase dois anos, não voltou a ser a mesma coisa. O impacto negativo do acidente fez mossa, e o último voo comercial deu-se a 24 de outubro de 2003, com Claudia Schiffer entre os passageiros.
A série está a ser escrita por Stéphane Cabel, um argumentista francês. O realizador será Thomas Vincent, que fez a série Bodyguard e foi um dos realizadores de Versailles, série de 2016. A estreia está prevista para 2025.
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