Opel: 160 anos a fabricar... máquinas de costura?
Em 1862, Adam Opel fundava a fábrica que levaria o seu nome. E fabricou máquinas de costura com assinalável sucesso. Antes da viragem do século, em 1899, a empresa juntaria ao portfolio essa joia da modernidade, o automóvel. Mas Adam Opel já não assistiria a esse momento histórico.
Adam Opel (1837-95)
Filho de um serralheiro, não quis seguir a profissão do pai e viajou pela Europa, tomando contacto com várias novidades industriais da riquíssima segunda metade do século XIX. Uma delas era a máquina de costura, um artigo que levava para dentro de casa a capacidade produtiva das costureiras profissionais.
De regresso à Prússia, Opel lançou-se em 1862 no fabrico de máquinas de costura, fundando na sua Rüsselsheim natal, perto de Frankfurt, uma companhia sediada num antigo curral de vacas.
O sucesso foi de tal forma que, seis anos depois, a fábrica mudava-se para novas instalações. Uma das razões desse sucesso foi o facto de a marca não se limitar a fabricar modelos de máquinas de uma forma rígida – antes adaptou a sua linha de fabrico por forma a produzi-las de acordo com as necessidades dos seus clientes, conferindo-lhes um cunho de personalização que foi um dos seus mais fortes trunfos.
Em 1886, a fábrica Opel adicionou à máquina de costura outro artigo moderno, um meio de transporte individual com duas rodas, a bicicleta. Inicialmente do tipo ‘penny-farthing’, com uma roda-motriz dianteira de grandes dimensões e uma traseira bastante menor, rapidamente passaria a fabricar a chamada "Sicherheits-Niederräder" (bicicleta de segurança), com rodas bastante mais baixas e uma silhueta praticamente igual às bicicletas dos nossos dias.
[Breve interlúdio para explicar a origem do nome ‘penny-farthing’: deve-se a duas moedas britânicas da época, o ‘penny’ e o ‘farthing’, uma bastante maior do que a outra, algo a que a bicicleta que levava esse nome se assemelhava.]
Voltando às bicicletas Opel, de novo o sucesso, que inclusivamente obrigou a construir uma ala só para o seu fabrico na fábrica de Rüsselsheim-am-Main. E de novo o espírito inovador: a Opel desenhou um modelo destinado às senhoras, que lhes permitia sentarem-se no selim sem grandes acrobacias a nível das pernas e suas saias. Também a mais moderna tecnologia da época, como os pneus de borracha, os rolamentos de esferas e os cubos de roda livre, fizeram a sua entrada na linha de fabrico das bicicletas Opel. Em 1920, a marca era o maior fabricante de bicicletas do mundo.
Opel "Patent-Motorwagen System Lutzmann"
Em 1895, Adam Opel morria sem ver o novo produto a fabricar pela sua empresa: o automóvel. A sua viúva, Sophie Opel, e os seus cinco filhos (Carl, Wilhelm, Heinrich, Friedrich e Ludwig), com destaque para os dois mais velhos, tomaram as rédeas da companhia. O primeiro modelo nasceu de uma parceria com Friedrich Lutzmann, um serralheiro detentor de uma patente para o fabrico de um automóvel. Mas o pouco sucesso do novo produto levou a agora Opel Automobile GmbH a assinar em 1901 um novo contrato com a marca francesa Darracq.
Em 1909, o modelo ‘Doktorwagen’ levava o automóvel a faixas cada vez mais alargadas da sociedade alemã: com um preço de 3950 marcos, era 50% mais barato do que a concorrência. Em 1924, a Opel torna-se o primeiro fabricante alemão a introduzir a produção em grande escala, utilizando a tecnologia da linha de montagem inventada por Henry Ford, e o primeiro modelo a sair dessa linha de produção foi o ‘Laubfrosch’. Apenas três anos mais tarde, o Opel 4 PS custava 2980 marcos – já não era um artigo de luxo, tinha ajudado a democratizar o automóvel. Em 1931, o modelo ‘1.2 litre’ sublinhava ainda mais essa tendência e tornava-se o primeiro verdadeiro "carro do povo". Sim, antes "desse".
De lá para cá
Desde então, vários modelos Opel vêm escrevendo páginas brilhantes da História do Automóvel: Kadett, Rekord, Manta, Corsa (que comemora 40 anos em 2022, mais lá para a frente voltaremos a ele), Astra... entre vários outros. E continuarão a escrever, agora como uma marca que, a partir de 2028, será 100% elétrica na Europa.
'Quo vadis, Stellantis?' O futuro do grupo automóvel liderado por um português
A Stellantis vai para a eletrificação e em força! Com nome de nave espacial e um português ao leme, o sexto maior grupo automóvel mundial fez há duas semanas esta grande profissão de fé: o futuro é elétrico! Mas o que significa isto para marcas tão díspares como Fiat e Dodge, Peugeot e Jeep, Opel e Chrysler?
O presente de casamento de milhões de euros que David Beckham ofereceu ao filho
O ex-futebolista presenteou Brooklyn Beckham e Nicola Peltz com um automóvel elétrico de 1954.
Opel Corsa: a ternura dos 40
Lançado em 1982, o Opel Corsa já se tornou um clássico da história do Automóvel. Quarenta anos e seis gerações depois, continua a povoar as nossas ruas, estradas, auto-estradas, ultrapassando já a fasquia dos 14 milhões de unidades vendidas.
A beleza dos automóveis segundo Norman Foster
Motion. Autos, Art, Architecture, um título dispensa grandes traduções. Está lá tudo: movimento, claro, e os três AAA: Automóveis, Arte e Arquitetura. Não é apenas uma exposição sobre automóveis; é uma exposição sobre automóveis, guiada pelos olhos de Norman Foster, que a concebeu e a acarinha como qualquer outra das suas criações. Patente até 18 de setembro no Museu Guggenheim de Bilbau, mais uma razão – será aí a 7429ª – para o visitarmos.
Preço dos combustíveis. Mãos ao ar! O depósito ou a vida!
É um avião? Um míssil russo? O Super-Homem? Não! É o preço dos combustíveis. Já vinha subindo há bastante tempo, mas agora disparou de tal forma que poderemos vir a conhecer um choque petrolífero como o de 1973. Depois de dois anos de pandemia, o que faltava mesmo era um conflito militar – uma guerra, não tenhamos medo das palavras – a baralhar as cartas e a dar de novo.
Peugeot 104: o anti-R5 faz 50 anos
Em janeiro de 1972, os alarmes tinham soado em Sochaux: a Renault ia lançar o R5. Em setembro, a Peugeot apresentava o antídoto no Salão de Paris: o Peugeot 104.
Já aqui o havíamos afirmado: 2021 é um belo ano para efemérides automóveis. E esta é uma das mais importantes.
O modelo da marca francesa de automóveis não só é fácil de estacionar, como pode ser conduzido a partir dos 16 anos. A Citroën oferece a possibilidade de total personalização, abrindo o elétrico ao mercado profissional. Falamos, claro, do Citroën AMI, que até já chamou à atenção do mercado chinês, que o copiou por cerca de 2000 euros.
Pois, é natural que não. Para todos os efeitos, ainda não é vendido em Portugal. Trata-se de um SUV plug-in chinês, “primo direito” do Volvo XC40, que tivemos a oportunidade de testar em Madrid – a marca Lynk & Co está a lançar-se em Espanha e antes de 2023 não virá para Portugal – infelizmente...
Aos 76 anos, o antigo piloto amador de Todo-o-Terreno, volta ao ativo para participar na 35ª edição da Baja Portalegre 500, defendendo que a medicina hiperbárica tem sido fundamental para a sua preparação física.