O Aygo morreu, viva o Aygo Cross!
O citadino da Toyota muda de cara, de plataforma, de filosofia, de tudo. Agora é um ‘crossover’, cresceu em tamanho e em expectativas: dominar a selva das cidades, um mercado que, ironicamente, até está a diminuir.
AVISO PRÉVIO
Escreve-se Aygo X, mas lê-se Aygo Cross. 'Inglesices', apesar de vir do país do sol nascente. Mas neste Aygo X (Cross, não esquecer) reside a maior das diferenças quando o comparamos com as anteriores gerações do citadino da Toyota. Ao assumir-se como um ‘crossover’, piscando o olho aos SUV que pululam nas nossas cidades e compõem a atual paisagem automóvel urbana, o novo Aygo X mudou tanto de filosofia, como de formas. Ou antes, mudou de forma e de conteúdo ao mesmo tempo.
Maior que o anterior modelo – um dos "trigémeos" fabricados na República Checa (Toyota Aygo, Peugeot 107/108 e Citroën C1) – o Aygo X passa a medir 3.70 m de comprimento (um crescimento de 24.5 cm não é pouco) por 1.74 m de largura (mais 12.5 cm!) e agora 1.525 m de altura (acima de 6 cm mais alto que a geração que agora substitui). Estas medidas fazem dele quase um mini-Yaris Cross, não fosse este ser, já de si, um "falso-pequeno". Mas a semelhança com o "irmão mais velho" é notória e arrisca a que se levantem alguns sobrolhos: irão ambos os modelos "conviver" bem num mercado que cada vez menos se importa com segmentações?
MOTORIZAÇÃO ÚNICA – A GASOLINA E MAIS NADA
Para colocar debaixo do capot, a escolha dos responsáveis japoneses recaiu sobre um 3-cilindros 1.0 a gasolina, que desenvolve 72 cavalos. Ponto final, parágrafo. Nada de motorização diesel (a Toyota é fiel à ideia de que um citadino não irá fazer quilometragem que o justifique) e, principalmente, nada no departamento elétrico. Nem sequer uma versãozinha híbrida. Pode parecer paradoxal num citadino, terreno que para já é de eleição para os veículos elétricos. Enfim, adiante. O Aygo X oferece como única opção ao 3-cilindros a gasolina com caixa manual de 5 velocidades... o 3-cilindros a gasolina com caixa automática, perdão, caixa CVT, dita de variação contínua, daquelas em que não se sente a passagem das relações.
O DESIGN
É tipicamente Toyota e tipicamente japonês – no dia em que isso não suceder, está o mundo perdido. Mas é bastante diferente do modelo anterior. Só podia: ao evoluir de pequeno-citadino-utilitário para um já-não-tão-pequeno-assim-‘crossover’ a dar ares de pequeno SUV, era inevitável que o design exterior fosse diferente. E o interior também – já lá iremos.
A primeira sensação ao ver o Aygo X é o seu exterior dinâmico e desportivo. À frente, as ópticas como que "abraçam" os flancos do capot, enquanto os farolins de nevoeiro e a grelha de dimensões generosas ajudam a desenhar uma forma trapezoidal. Mas uma característica marcante é o jogo das cores, aliás, o conceito cromático bi-tom, que joga na força das duas cores da carroçaria e as "arruma" em quatro categorias – ou deveríamos dizer especiarias? São elas: cardamomo, chili, gengibre e juniper (zimbro), e cada uma combina – contrastando – com o preto do tejadilho e da secção traseira. Cardamomo evoca estilo e elegância, em verde; chili capta o olhar ao incorporar no vermelho dominante alguns pigmentos de azul; gengibre é um bege sofisticado; e, por fim, zimbro pretende apelar a um gosto mais jovem e masculino, através do azul misturado com subtis tons avermelhados.
No interior, bem mais espaçoso do que na anterior geração, nota-se de imediato que o ganho de alguns centímetros no tamanho geral (e na distância entre eixos, 2.43 m, mais 9 cm) teve reflexos no habitáculo. A posição de condução será decerto a maior conquista do novo Aygo X: sentado mais alto, estilo SUV, a dominar de cima o trânsito que o rodeia, o condutor goza de um posto de condução extremamente invulgar neste segmento A, o dos pequenos citadinos. Mas também o espaço para as pernas dos ocupantes, e para a bagageira (entre os 231 e os 269 litros), registam uma franca melhoria.
A ambiência geral no interior é jovial, iluminada, com materiais de boa qualidade e um grau de fabrico e acabamento sem margem para críticas – como maior fabricante mundial de automóveis, a Toyota nunca "cairia daí abaixo", mesmo tratando-se do segmento mais barato.
CITADINO = ECONÓMICO
Por falar nisso, é uma regra de ouro na indústria: o custo de circulação de um veículo citadino (não apenas o preço de aquisição, mas também quanto custa andar nele) é um dos pontos-chave decisivos na altura da escolha. O novo Toyota Aygo X, com o seu 1000 cm3 que privilegia mais o binário e a facilidade de utilização do que, verdadeiramente, a potência, anuncia consumos de 4.7 (caixa manual) e 4.9 (caixa CVT) litros aos 100 km. A verificarem-se – uma das muitas vertentes a experimentar, logo que o novo modelo esteja disponível – parecem valores razoáveis e não envergonharão o Aygo X quando comparado com a concorrência mais direta: KIA Picanto, Fiat 500, Volkswagen Up!, Renault Twingo... mas note-se que nenhum destes é um ‘crossover’.
NÃO HÁ VERSÃO ELÉTRICA, MAS HÁ ELETRÓNICA EM ABUNDÂNCIA
A oferta de equipamento e de eletrónica embarcada no Aygo X é quase maior que o próprio carro. Segurança em primeiro lugar – ‘cruise control’, deteção de peões e de ciclistas (diurna), manutenção do veículo na faixa de rodagem, ajuda de emergência à direção – e a necessidade de agradar aos gostos de uma clientela que não passa sem conectividade e acesso às auto-estradas (as outras, as da informação): uma aplicação controlada a partir do smartphone, ecrã táctil de 9", navegação, controlo de luz ambiente, ligações Android Auto e Apple CarPlay, etc., etc., etc., a lista eterniza-se como o roedor de uma conhecida marca de pilhas.
PARA QUANDO?
Final do primeiro trimestre, início do segundo – concretamente abril de 2022 – é o prazo apontado pela Toyota para a chegada ao mercado do novo Aygo X (de novo, Cross). Que a crise dos ‘chips’ o permita, é o que deseja o escriba, que ficou bastante interessado em pôr as mãos neste ‘crossover’ do segmento A.
É mesmo um KIA? De certeza?
É, pois. E, ainda por cima, é 100% elétrico. O novo KIA EV6 baseia-se numa também nova plataforma, concebida exclusivamente para veículos elétricos, e eleva a fasquia a um nível tal, que as marcas ditas ‘premium’ têm razões para começarem a ficar incomodadas.
DeLorean, há 40 anos a regressar ao futuro
Teve uma das mais curtas carreiras da indústria: dois anos de produção, menos de 9000 exemplares. Mas a 7ª Arte trouxe-lhe a glória eterna. Só precisou de acelerar até aos 142 km/h e apanhar um raio de 1.21 gigawatts para entrar na História do Automóvel.
Volvo P1800, santificado seja o teu nome
Uma marca sueca lançou-o há 60 anos, em 1961. Um ano depois, uma série televisiva britânica – ‘O Santo’ – iria imortalizá-lo: eis o Volvo P1800, um dos desportivos mais icónicos dos anos 60.
José Gameiro, o piloto mais velho a participar numa prova de todo-o-terreno a contar para a taça do mundo
Aos 76 anos, o antigo piloto amador de Todo-o-Terreno, volta ao ativo para participar na 35ª edição da Baja Portalegre 500, defendendo que a medicina hiperbárica tem sido fundamental para a sua preparação física.
Fiat 127: 50 anos de “tudo-à-frente”
Já aqui o havíamos afirmado: 2021 é um belo ano para efemérides automóveis. E esta é uma das mais importantes.
Já aqui o havíamos afirmado: 2021 é um belo ano para efemérides automóveis. E esta é uma das mais importantes.
O modelo da marca francesa de automóveis não só é fácil de estacionar, como pode ser conduzido a partir dos 16 anos. A Citroën oferece a possibilidade de total personalização, abrindo o elétrico ao mercado profissional. Falamos, claro, do Citroën AMI, que até já chamou à atenção do mercado chinês, que o copiou por cerca de 2000 euros.
Pois, é natural que não. Para todos os efeitos, ainda não é vendido em Portugal. Trata-se de um SUV plug-in chinês, “primo direito” do Volvo XC40, que tivemos a oportunidade de testar em Madrid – a marca Lynk & Co está a lançar-se em Espanha e antes de 2023 não virá para Portugal – infelizmente...
Aos 76 anos, o antigo piloto amador de Todo-o-Terreno, volta ao ativo para participar na 35ª edição da Baja Portalegre 500, defendendo que a medicina hiperbárica tem sido fundamental para a sua preparação física.