DeLorean, há 40 anos a regressar ao futuro
Teve uma das mais curtas carreiras da indústria: dois anos de produção, menos de 9000 exemplares. Mas a 7ª Arte trouxe-lhe a glória eterna. Só precisou de acelerar até aos 142 km/h e apanhar um raio de 1.21 gigawatts para entrar na História do Automóvel.
Lançado há 40 anos, em 1981 – já aqui referimos que este ano de 2021 é ótimo para efemérides? – o DeLorean tinha quase tudo para correr mal. E correu, mesmo sem intervenção do Sr. Murphy. Mas o filme Regresso ao Futuro (I, II e III), protagonizado por Michael J. Fox e Christopher Lloyd, elevou-o ao Olimpo dos modelos automóveis mais famosos de sempre.
John DeLorean: o início e o fim de tudo
Em 1925 nascia em Detroit o filho de um emigrante austro-húngaro de etnia romena. John DeLorean viria a formar-se em engenharia e, na capital mundial do automóvel, tinha o destino traçado: trabalhou na Chrysler, na Packard e, principalmente, na General Motors, onde entrou em 1956 e fez carreira em várias divisões do gigante americano até atingir a vice-presidência. A ele deve-se, por exemplo, o Pontiac GTO, um dos mais famosos muscle cars da indústria americana. Em 1973 viria a abandonar a GM para criar a sua própria companhia, a DMC (DeLorean Motor Company). Reunindo investidores de todo o mundo, DeLorean planeou a construção de um desportivo de dois lugares, fabricado em aço inox, com portas "asa de gaivota" e motor traseiro.
O design atraente deveu-se ao lápis do italiano Giorgetto Giugiaro – Alfa Romeo Sprint GTV, Aston Martin DB4, Lotus Esprit, Ferrari 250, Maserati Ghibli, VW Golf (sim, esse mesmo), Fiat Uno (pois...), etc., etc., etc., a lista é de tal modo extensa que mais parece um compêndio de história do automóvel. Esteticamente, foi um sucesso total. Mas os problemas iriam começar...
Tudo o que puder correr mal, irá correr mal (Lei de Murphy)
Logo à partida, o novo modelo iria ser montado na Irlanda do Norte, aproveitando fundos do Governo de Sua Majestade britânica – só que a mão de obra não qualificada viria a obrigar que muitos veículos tivessem que ser refeitos à chegada aos EUA, devido a não cumprirem as especificações do caderno de encargos.
Depois, a motorização: o quatro cilindros 2-litros de origem Citroën primeiramente utilizado não fornecia potência suficiente para uma carroçaria que se revelou bastante pesada, pelo que foi substituído pelo conhecido V6 2900 cm3 dito PRV (de Peugeot / Renault / Volvo). Era um motor mais potente (‘ma non troppo’, apenas 130 cavalos) mas também mais pesado. Resultado: mesmo assim, o DeLorean continuava lento no arranque (10.5 segundos dos 0 aos 100), algo pouco consentâneo com a imagem que o seu exterior queria transparecer – a concorrência, bem mais barata, tirava 2.5 segundos a esse tempo. Anos mais tarde, no set de Regresso ao Futuro, contava-se a piada de que o carro-máquina-do-tempo tinha que atingir as 88 milhas (142 km/h) para iniciar a viagem de 1985 para 1955, daí para 2015 e depois de volta a 1985... o problema era mesmo chegar às 88 milhas.
A qualidade de acabamentos e de alguns materiais também era problemática, principalmente num carro que a marca esperava vender à volta dos 34 mil dólares. Junte-se a tudo isto uma recessão que atingiu naquele início de década a economia mundial, e particularmente a dos EUA, e o cenário estava montado para o desastre total: quando em 1981 John DeLorean previa vender 12 mil carros por ano, a dura verdade é que apenas conseguiu produzir 7 mil... e vender 3 mil. Em 1982, outras 2 mil unidades se juntariam, criando um pesado stock de veículos por vender. Apesar de campanhas desesperadas (descontos de 38%!), muito poucas unidades viriam a ser escoadas. Quarenta anos depois, estima-se que ainda estejam em circulação cerca de 6500 DeLoreans, o que faz deles objetos apetecíveis para colecionadores. O site da marca ainda se dedica a vender alguns usados.
O último prego no caixão
Em 1982, John DeLorean era preso sob suspeita de tráfico de droga. Depois de uma maratona nos tribunais, os seus advogados conseguiram desmontar a estratégia da Procuradoria, ilibando-o de todas as acusações. Mas tinha passado demasiado tempo e o sonho de retomar a produção do seu modelo esfumou-se tantas vezes quantas o empresário tentou fazê-lo. Viria a morrer em 2005, aos 80 anos, vítima de um AVC.
‘Regresso ao Futuro’
Pegando no título da saga realizada por Robert Zemeckis, poderá estar em marcha uma operação que visa fazer renascer o DeLorean, seja sob um novo design, mais futurista e adaptado à linguagem estilística do século XXI, seja convertendo o modelo original em VE – veículo elétrico, sim – uma tendência que, aqui e ali, se está a aplicar a outros clássicos intemporais. Estejamos atentos à passagem das 87 para as 88 milhas por hora.
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