Buggy elétrico... mas será que pode ir à praia?
Pode, mas se calhar será boa ideia evitar a proximidade da linha de água... O que dizer deste ícone dos anos 60 e 70, o Buggy, que passa a ter uma versão EV?
Bruce Meyers (1926-2021)
Engenheiro mecânico, artista plástico, fabricante de barcos e surfista: um B.I. adequado para um californiano que viria a ser o pai do Buggy. No início dos anos 60, Meyers decidiu aproveitar o châssis-plataforma do bom e velho Volkswagen "Carocha" (na altura já era "velho" mas continuava a ser bom) e por cima dele fabricou um carro para corridas no deserto – as dunas da praia, que viriam a integrar o nome Dune Buggy (bicharoco das dunas, em tradução livre), viriam mais tarde.
E porquê o VW? Porque estava disponível em largos números, porque a sua arquitetura permitia ancorar por cima do châssis uma carroçaria feita de fibra de vidro – material que Meyers dominava, já que anteriormente tinha fabricado um pequeno catamaran – e porque era barato. A plataforma do "Carocha", uma vez liberta da carroçaria, trazia tudo o que era preciso: motor, caixa de velocidades, suspensões e rodas. A motorização era o fiável 4-cilindros boxer (cilindros opostos) da marca de Wolsburg, nas cilindradas 1.2, 1.3, 1.5 e 1.6 litros. Ah, outra coisa: era fácil de montar. Entre 1964 e 1971, a empresa B.F. Meyers & Co. fabricaria cerca de seis mil kits que os clientes, se preferissem, podiam montar eles próprios sobre as ditas plataformas da VW.
O que se passou a seguir?
As apertadas normas de segurança impostas nos EUA no início da década de 70 viriam a cortar os planos de continuar a fabricar o Buggy, que perdeu a homologação, mantendo apenas as unidades já fabricadas/montadas a possibilidade de continuar a circular. Numa tentativa de salvar o modelo, Bruce Meyers diversificou a oferta, com distâncias entre eixos maiores que a original, numa tentativa de agradar à "DGV" norte-americana. Mas como se transpõe uma duna com uma distância entre eixos maior? Não transpõe. O Buggy ficar-se-ia pelas páginas da história Automóvel da segunda metade do século XX e tornar-se-ia um ícone de uma geração – o que, convenhamos, não é coisa pouca.
Uma versão 100% elétrica?
Bruce Meyers viria a ressuscitar a empresa – rebatizando-a Meyers Manx Inc. – e vendeu-a a um fundo que agora se prepara para lançar uma versão 100% elétrica. A carroçaria já não será fabricada em fibra de vidro, mas sim de carbono, o que não abona nada o preço final do novo modelo.
Também a plataforma do "Carocha" dará lugar a uma estrutura monobloco em alumínio. A substituir o motor flat-four original, dois motores elétricos (potência combinada 205 cavalos) serão instalados sobre o eixo traseiro, e entre este e o dianteiro repousará uma bateria de 20 kWh (ou de 40 kWh, a permitirem, respetivamente, 240 ou 480 km de autonomia). Quanto a datas: em 2023 sairá uma série pré-produção de 50 unidades, prevendo-se o início da produção em série em 2024. Quanto ao preço: ainda não está definido, mas a Meyers Manx aceita depósitos de reserva de 500 dólares, como sinal, e depois se verá em quanto ficará o Buggy EV.
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