O Porsche eletrizante!
É oficial: a Porsche rendeu-se ao eletrizante mundo dos veículos elétricos. Chama-se Taycan, tem quatro portas, dois potentes motores elétricos com mais de 600 cv. Será que a Tesla aguenta o novo rival?
"A alma de um jovem cavalo vibrante." Seiscentos nomes testados depois, a Porsche escolheu Taycan, uma palavra de origem turca que descreve, em parte, o icónico símbolo da marca e que mostra o cuidado que a alemã Porsche colocou naquele que é um automóvel verdadeiramente único na sua longa história. O Porsche Taycan é, na verdade, o primeiro modelo totalmente elétrico da marca de Estugarda. Se, em 1931, a Porsche começou a sua odisseia automóvel com uma encomenda peculiar, fazer o carro do povo, mais tarde conhecido por Volkswagen Beetle e que foi a base para o entusiasmante Porsche 356 – lançado em 1948 –, já em 2019 a marca tenta liderar o ‘ataque’ à líder nos automóveis elétricos, a norte-americana Tesla, de Elon Musk.
Como seria de esperar, a Porsche quis honrar a alma desportiva da marca que vem desde esse primeiro Porsche 356, desenhado pelo filho do fundador, Ferdinand "Ferry" Porsche. O seu primeiro elétrico é, por isso, um desportivo de quatro portas, um pouco mais pequeno do que o rival Tesla Model S (embora tenha quase cinco metros), baseado no protótipo Mission E. Desenhado pelo líder de design da Porsche, Michael Mauer, em conjunto com o jovem vindo da Lamborghini, Mitja Borkert, sendo ambos alemães, o Taycan tem uma estética típica da marca, especialmente na traseira, mas a frente destaca-se com imponentes e modernos faróis LED. É por ali, por baixo do capot, que também está uma mala de 81 litros, onde o dono do imponente elétrico pode guardar uma mala de dimensões decentes. Atrás ainda sobram 366 litros de espaço na bagageira, o que não é nada mau para um Porsche e pouco menos do que o Panamera normal, o maior dos Porsche.
O interior é um deleite de modernidade, de luxo e de espírito Porsche. É bem mais luxuoso do que o que vemos na Tesla e, felizmente, mantém os pergaminhos da Porsche, mas numa versão bem mais moderna e repleta de ecrãs. No total, o interior do Taycan tem quatro ecrãs, incluindo um ecrã curvo de 16,8 polegadas, altamente configurável e feito a pensar nas necessidades do condutor – é uma estreia absoluta para a tradicionalista marca alemã. Há ainda um ecrã de 10,9 polegadas no centro, onde está o sistema multimédia, e um ecrã opcional colocado à frente do passageiro. A consola central tem ainda um ecrã de 8,4 polegadas, onde se podem escolher funções. Apesar de tantas áreas digitais, não falta no topo do tablier um relógio clássico da Porsche.
O Taycan tem uma vantagem face ao Tesla Model S. Está mais perto do chão (tem menos 6,7 cm do que o rival), ou seja, tem um centro de gravidade mais baixo. Com dois motores elétricos, um em cada eixo, o que lhe dá uma tração integral às quatro rodas, a versão Turbo tem 625 cv que saltam para 680 cv com a modalidade overboost (só funciona alguns segundos). A mais potente Turbo S tem os mesmos 625 cv, mas consegue 761 com o overboost. As baterias também prometem: têm 95 kWh de capacidade e autonomia anunciada entre os 388 a 412 km.
Os números sonantes continuam: a Porsche afirma que o seu Taycan chega aos 100 km/h em apenas 2,8 segundos e aos 200 km/h em 9,8 segundos – a velocidade máxima é de 260 km/h. Mas na luta com a Tesla, a versão P100D do Model S chega aos 100 km/h em 2,6 segundos. Essa mesma luta pelo elétrico mais desportivo atingiu novos píncaros no final do passado verão.
Primeiro foi a Porsche. A marca anunciou que o Taycan se tornou o recordista da mítica pista alemã de Nürburgring, conhecida como o Inferno Verde, na categoria de elétricos de quatro portas. Para isso, o Taycan mais potente fez uma volta em 7m42s. Entusiasmado? A guerra não ficou por aqui. A Tesla, que ainda recentemente bateu um recorde nos Estados Unidos, não se ficou e Elon Musk enviou uma versão especial – que só deve chegar no final de 2020 – do Model S para o Inferno Verde, o Model S Plaid, com mais de 700 cv. Resultado? Num teste cronometrado, à socapa, por jornalistas da reputada revista germânica Auto Motor und Sport (AMS), o Model S terá rodado em 7m23s, quase 20 segundos menos do que o Porsche.
Mas o Taycan tem outros "truques na manga" da Porsche, que se dedicou de corpo e alma à nova moda dos elétricos – que, na verdade, não é assim tão nova, já que os primeiros automóveis até eram elétricos. Os Tesla podem carregar, em postos especiais, os Superchargers (até 150 kw de potência), 80% da enorme bateria em 40 minutos. Mas a Porsche declara ter um sistema de 800 volts que permite superar essa façanha já por si incrível na indústria. O Taycan carrega 80% da sua bateria em apenas 20 minutos, permitindo 100 km de autonomia por cinco minutos de carregamento. Um registo notável e ainda por comprovar na prática. Auspicioso é também o carregamento gratuito por três anos que a marca está a prometer em alguns países. Pelo menos nos EUA e no Canadá ele parece garantido e os clientes norte-americanos vão pagar zero dólares – sim, leu bem, zero – para andarem no seu Porsche elétrico.
O Taycan promete ser todo um novo capítulo para a mítica marca de Estugarda que está a pouco mais de 10 anos de completar um século. A Porsche espera produzir 40 mil unidades do Taycan por ano, uma meta ambiciosa e superior ao que a Jaguar está a fazer com o seu SUV elétrico I-Pace, naquele que é o Carro do Ano 2019 a nível mundial e o maior rival em termos de capacidade elétrica da Tesla.
A elegância, a potência, o luxo e a capacidade elétrica do Taycan convenceu-o? Espere pelo preço. O modelo custa €158.220, em Portugal, na versão Turbo, mas sobe para os €192.660 na versão Turbo S. Aí a Tesla fica bem na frente, com o seu Model S Long Range (o que tem mais autonomia de bateria), a começar nos €88.900 e a versão Performance a começar nos €106.600. Ainda assim, um Porsche, mesmo que elétrico, continua a ser um Porsche. E se não está convencido veja as linhas e o interior desta beleza alemã elétrica chamada Taycan.
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