O fascínio pelo Beetle
Nenhum outro automóvel conseguiu o estatuto do Beetle. O carro mais produzido de sempre da história automóvel começou com Hitler, passou por John Lennon e tornou-se “o” ícone automóvel.
Como é que um carro básico, simples e de aspirações modestas, pensado por Adolf Hitler para servir o povo e a ideologia nazi, se tornou um ícone de design mundial? A resposta é tão simples quanto o Volkswagen Beetle: é útil, único e chegou na altura certa. Com mais de 21,5 milhões de unidades produzidas, o Beetle tem o título de automóvel que, usando a mesma plataforma, foi produzido mais vezes e durante mais tempo (de 1938 a 2003). Nem a tentativa, algo fracassada, de o reimaginar nos tempos modernos (com o Novo Beetle, a partir de 1998) manchou a imagem de ícone do modelo original. Voltemos ao princípio. Estava-se em 1934, cinco anos antes de eclodir da II Guerra Mundial, e Hitler pretendeu fabricar um carro para o povo que fosse simples e barato. Para o imaginar, contratou Ferdinand Porsche (o fundador da marca homónima) para o desenhar e construir. Porsche e a respectiva equipa demoraram quatro anos a concretizar o projecto e inspiraram-se em carros como o Tatra V570. O resultado: um dos poucos carros de motor no eixo traseiro, na época, com o nome de Volkswagen Type 1. Foi comercializado como Volkswagen, ou seja, o Carro do Povo.
O sucesso esteve longe de ser imediato. A produção cessou durante a II Guerra Mundial. O futuro ícone renasceu com o fim do conflito mundial. A fábrica que produziu os Beetle, detentora de algumas unidades, foi recuperada pelo major britânico Ivan Hirst que tinha comprovado a qualidade dos veículos militares da VW no conflito bélico e estava ciente das potencialidades do Beetle para além da Alemanha. Curiosamente, a primeira vez que o Beetle foi enviado da fábrica, em ruínas, para Inglaterra, uma comissão de especialistas britânicos de motores inspeccionou o pequeno modelo e descreveu-o assim: "É pouco atractivo para o público em geral e demasiado feio e sonoro. Produzi-lo comercialmente seria uma aventura destinada ao fracasso económico." Mas os consumidores não lhes deram razão.
Beetle versus Beatles
O julgamento crítico seria tão infundado no Beetle quanto o foi no caso dos The Beatles, já que, em 1962, foram rejeitados pela editora Decca que os declarou "sem futuro no show business".
Existe uma história que envolve o carro e a banda de Liverpool. Por um lado, é certo que os The Beatles não devem o nome ao carro (provém de beat/batida e beetle significa besouro). Por outro lado, John Lennon foi dono de um Beetle, nos anos de 1960, na época em que o carro se tornou um ícone e em que era moda grandes estrelas de cinema, como Sean Connery e Peter Sellers, passearam-se no seu barato Carro do Povo. O carro de Lennon era descapotável e, ao contrário do que se acreditou, não foi o que apareceu na mítica capa do álbum Abbey Road, na qual os The Beatles passam na passadeira com um Beetle em pano de fundo. Esse carro foi vendido num leilão, em 1986, por 25 mil euros e figura num museu, em Wolfsburgo, na Alemanha. Na verdade, o primeiro carro de Lennon, no início da década de 60, foi um Ferrari 300. Mas o automóvel que mais se distinguiu nas mãos de Lennon foi o seu excêntrico Rolls Royce Phantom V "psicadélico" (ou não tivesse 1001 cores).
A importância do Tio Sam
Qualquer ícone que se preze tem de conquistar os EUA. Foi o que aconteceu em 1959. Com o slogan Think Small e uma campanha publicitária original, provocativa e revolucionária, o Beetle (considerado um carro muito pequeno, no país do Tio Sam) tornou-se, na década de 60, o carro estrangeiro mais vendido na América, a ponto de terem sido criadas mais versões e de o carro ser protagonista do filme Se o Meu Carro Falasse, de1968, e respectivas sequelas. Nesse filme de Robert Stevenson, um Beetle chamado Herbie tinha personalidade e vontade próprias.
Durante aquele período, também fazia furor, nos Estados Unidos, o Volkswagen Transporter, mais conhecido no Brasil por "Pão de Forma", nome que também se popularizou entre nós. Tornou-se um ícone dos hippies, dos surfistas e das famílias numerosas. O nome original era Type 2 e foi produzido em 1949. O Beetle original deixou de ser fabricado em 2003, mas a Volkswagen decidiu usar o nome em 1998, acrescentando a palavra Novo, para gerar uma imagem moderna do ícone, tendo fracassado de forma épica. Apesar de ser um carro apelativo, o tamanho, tido por exagerado, não correspondia ao espaço disponível no interior e o preço elevado contribuiu para que o modelo não vingasse. Em 2011, surgiu a segunda geração que deixou a denominação Novo Beetle e passou apenas a Beetle. O novo veículo ficou mais espaçoso, mais baixo, mais ágil e com um ar bem mais desportivo. O preço-base tornou-se menos ‘pesado’, a partir de 23 mil euros (com o motor 1.2 de 105 cv). Apesar de todas as evoluções e inovações, o certo é que Beetle só existe um: o original e mais nenhum.
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